segunda-feira, 14 de março de 2011

BRUNA SURFISTINHA

TRAILER BRUNA SURFISTINHA HD


     O velho preconceito contra filmes brasileiros é errado e muitas vezes irracional, porém, não posso me gabar de ser um árduo conhecedor de nossa vasta obra cinematográfica, justamente por este preconceito que infelizmente ainda habita este coração que vos fala (sim, quando eu falo eu sempre falo como coração por aqui). Ainda sim fui assistir este exemplar dirigido competentemente até certo ponto por Marcus Baldini. Assim tenho que confessar, é claro, que não sei se sei analisar um filme feito nos moldes brasileiros, porém, ai vai.



     Um dos pontos positivos do filme é justamente aquele que era inevitável ele ter, que é mostrar sexo sem ser por apelação e sim por que está incrustado na história. Mas isso, claro, é básico. O filme então nos conta a história de Raquel (Deborah Secco) um garota adotada de uma boa família, mas que apesar de tudo, tem o que se pode chamar de "espírito das ruas" e uma certa queda por atividades incomuns, assim como uma certa afinidade com seu corpo e das necessidades sexuais dele. Conhecida e tratada como uma "vagabundinha" na escola, Raquel logo foge de casa e vai para uma espécie de bordel comandado por Larissa (Drica Moraes, Ótima!!) onde começa a trabalhar e morar, e sem demora se torna a garota mais requisitada do lugar, mantendo todos os clientes no papo, em especial o charmoso Huldson (Cássio Gabus Mendes).



     Então, o filme começa muito bem, mostrando sem muita balela o caráter já corrompido de Raquel, nos levando de forma eficiente ao desembocar no bordel onde a história realmente começa a andar. Mas até então só conhecemos Raquel, e é em uma cena de enquadramento genial que somos apresentados a Bruna. Em uma cena em que a câmera nos põe encarando a personagem durante sua primeira relação sexual como prostituta, Deborah Secco se sai muito bem mostrando a dor sentida pela personagem que logo se transforma em determinação. E por falar nela, deixe-me falar que este é na verdade um dos momentos do filme em que ela se sobre sai, se mantendo durante o resto da exibição apenas boa, sustentando bem sua personagem ingênua e rasa, não que a atuação de Secco seja rasa, mas sim sua personagem, e ela passa isso muito bem, sem nunca se contradizer entregando uma atuação, como já falei, boa. 
     O resto do filme se preocupa em nos apresentar o desenrolar já esperado da personagem, e ai está a falha do filme. Mesmo Mantendo o nível e o bom humor, o resto do filme parece não se preocupar em aprofundar a história, ansiando pelo final, mesmo mal que sofreu recentemente o fraco O Ritual. Contado rápido e sem muita emoção, o terceiro ato é fraco e pouco interessante, (mesmo com a engraçada introdução do famoso blog da garota) sem inovar a narrativa já conhecida do declínio no mundo das drogas.
     O filme possuí seus momentos, mas tinha potencial pra ser um longa inteiramente ótimo. Tem bastante cena de sexo, tudo no melhor estilo SoftPorn, mostrando tudo sem nunca mostrar nada, o filme é uma boa pedida, mas ainda não é uma obra prima da filmografia brasileira.     


NOTA 7/10

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