sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

47 RONINS



     Admito não ter assistido a nenhuma das versões cinematográficas anteriores da história dos 47 ronins, porém, espero profundamente que quando o fizer, estas se revelem obras mais apreciáveis que este aborrecido projeto desnecessariamente encabeçado por Keanu Reeves. E se uso o termo desnecessário é porque, de fato, o personagem vivido pelo ator poderia ser facilmente subtraído da trama sem maiores danos, pelo contrário, caso sua existência não fosse cogitada, talvez o longa se revelasse um muito mais interessante de se acompanhar. O que dizer então de um filme onde o protagonista parece não ser interferir ou ser importante para a trama principal?

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O LOBO DE WALL STREET




Sexo, drogas, DINHEIRO e Rock and Roll!

     Com quarenta e tantos anos de carreira, Martin Scorsese não precisa mais pedir licença para entrar em nossas rotinas cinematográficas e nos agraciar com mais uma obra irretocável. Ao contrário de seus colegas que deslancharam mais ou menos na mesma época, como Steven Spielberg, Francis Ford Coppola, George Lucas e Ridley Scott, o cineasta exibe até hoje uma filmografia quase que imaculada, com raríssimos tropeços e que, ainda diferentemente destes outros, não tem se entregue cada vez mais à caduquice e a imbecilidades inexplicáveis. Retomando um estilo de narrativa que não adotava desde os excepcionais Cassino e Os Bons Companheiros, o diretor intercala em O Lobo de Wall Street um ritmo acelerado, sempre acompanhado da narração de seu protagonista, com longas sequências de diálogos muitas vezes inusitados e não menos interessantes. Isso quando não resolve juntar ambas as abordagens em uma só cena, rendendo momentos memoráveis como aquele em que o tal Lobo do título ensina a seus pupilos como ganhar um cliente por telefone, paralelamente a uma imitação hilária de um coito. Um cena que, aliás, sintetiza o espírito e a abordagem do longa, que ao expor aquelas figuras repreensíveis no cerne de suas deturpações de caráter, nos leva a rir pelo absurdo, mas um riso cheio de críticas e reprovações, despido de qualquer traço de admiração que alguém com uma índole tão canalha quanto a dos personagens aqui vistos, poderia ter em relação aos feitos dos mesmos.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

NINFOMANÍACA - VOLUME 1


     É preciso começar dizendo que o filme sobre o qual vou falar aqui, na verdade trata-se de um meio filme, o longa-metragem Ninfomaníaca, que originalmente tem em torno de cinco horas de duração foi obviamente dividido com fins comerciais em duas partes, sendo esta a qual assisti e sobre a qual escrevo agora, apenas a primeira metade dele. Aviso isso pois, como uma obra inacabada, há fatores que ainda não poderei falar ou avaliar com clareza, justamente devido a falta dos complementos da segunda parte, pois tecnicamente, estou aqui avaliando um filme sem parte do segundo ato ou mesmo um final. Dito isso, a outra coisa que já quero ressaltar desde cedo é que Ninfomaníaca não se trata de um filme chocante como então se acreditava que seria até mesmo seu objetivo principal enquanto projeto. O Sexo está presente de forma explícita? Depende o que você chamaria de explícito, para este que vos escreve, apesar de podermos ver muitas vezes partes íntimas, penetrações e coitos completos, estas cenas acontecem em prol da história e são tratadas por Lars von Trier de maneira tão natural que é impossível se constranger ou se espantar com quaisquer "ousadias". E ponho entre aspas porque é simplesmente idiota pensar que um ato tão natural como o sexo, praticado por praticamente todos os seres humanos (se não todos) em algum ponto de suas vidas, possa ser classificado como ousado ao ser retratado em tela. Então respondendo a esta pergunta hipotética levantada por mim mesmo, digo, se explícito para você quer dizer que poderá ver os órgãos genitais de quase todo o elenco então sim, é explícito. Porém, se com explícito você quer saber se isso será impactante, já lhe adianto: não será. O foco aqui é Joe (Charlotte Gainsbourg), uma personagem auto-depreciativa que por tratar o sexo como forma de exorcizar seus demônios acaba atribuindo ao ato um viés compulsivo. Aliás, é interessante notar que um filme onde a própria protagonista parece condenar seus atos e conduta, que de fato seriam mal vistos normalmente, consiga na verdade trazê-la sob uma perspectiva agradável e muito compreensível... Mas já estou falando demais para um primeiro parágrafo.