quinta-feira, 24 de março de 2011

JUSTIN BIEBER - NEVER SAY NEVER

TRAILER JUSTIN BIEBER - NEVER SAY NEVER HD LEGENDADO


     Estava eu, Yuri, sentado nos confortáveis bancos do lado de fora do cinema, acabando de sair de uma sessão de Bruna Surfistinha e relendo O Hobbit do Tolkien, esperando minha próxima sessão de cinema daquela sexta-feira de estréias. Enquanto eu fazia isso, ouvia, não ao longe, e sim como se fosse ao meu lado, as estrondosas exaltações que faziam uns trezentos fãs de Justin Bieber durante a ultima meia hora de filme. E como bons fãs eles não se detiveram ai. Assim que a sala abriu para que eles saíssem, mais gritos, pulos, abraços e festança após a exibição do documentário. O grande grupo se deslocou para fora do cinema vagarosamente, mas sempre se fazendo notar, levou muitos minutos para que se dispersassem, um bloco de pessoas que se movia pela praça de alimentação do shopping. Muitos deles obviamente não se conheciam antes da sessão, mas saíam como se fossem velhos amigos de dentro da sala de cinema. Desculpem-me se pareci desprezar este grupo gritante de muitas garotas e alguns garotos que saíam falando futilidades sobre Bieber depois da sessão, mas a verdade é que, mentiria se dissesse que não apreciei a adoração dos fãs do garoto.
      Como um bom fã de Tarantino, comecei pelo final ai em cima, ou pelo menos o ponto final no qual eu queria chegar, mas deixem que eu me explique. Não vou mentir, quando soube que sairia um filme sobre Justin Bieber, fiquei chocado e assumi uma postura de desprezo quanto ao projeto, afinal o garoto mal tinha um ano de carreira, era super cultuado por milhares de adolescentes pelo mundo, por que ele precisava de um filme? O que tinham a contar sobre este garoto, que não tinham sobre outras tantas personalidades que nunca ganharam nem sequer um curta? Essas perguntas me foram respondidas minutos depois de eu colocar os meus óculos 3D e me sentar em meu lugar no cinema, lotado de fãs berrantes. 



     O documentário tem problemas, é um tanto curto para a história que pretende contar e do jeito que pretende contar. Mas havia um problema entre todos os gritos dentro do cinema, a badalação toda, e eu como um cinéfilo iniciante, não sabia dizer o que me incomodava. Entrei para ver a história do menino, e eu a vi, entrei pra ver se ele tinha talento, e eu vi que tem, mas ainda assim no final da sessão, ainda havia um muro entre mim e este garoto, embora o filme tente nos dizer o tempo todo que é possível chegar longe, que ele mesmo (o filme) é uma chance de chegarmos mais perto deste mundo de sucesso, ainda assim, no final eu não sentia tanta empatia assim pelo garoto ou sua história. E foi depois de ler uma crítica de um crítico que aprecio em outro site, que vi a resposta. Não vou plagiar ninguém nem largar mão de ter minhas próprias opiniões, por isso vou citar aqui que o crítico foi Thiago Siqueira do site Cinema Com Rapadura (ponho todos os links relacionados no final) que escreveu, e vou tomar a liberdade de citar o trecho que me esclareceu : "Interessante notar que temos muitas pessoas próximas (e algumas nem tanto) a Justin Bieber falando sobre ele, mas ele mesmo quase nunca conversa com o espectador, quase como se o filme quisesse manter a distância entre ídolo e público". E notei que foi isso que me fez sair com uma pulga atrás da orelha depois da sessão. Não me identifiquei com o garoto porque apesar da história tocante e super cinematográfica dele, ele ainda estava naquele pedestal de "estrela" do qual não nos aproximamos. E em todo o documentário esse foi o maior defeito que notei. E tenho de dizer que fui um tolo por pensar que isso não aconteceria, afinal o filme é uma divulgação da carreira de Bieber e não de sua pessoa. E como tal, como registro do estouro de sua carreira, o filme explica o porque de seu lançamento tão cedo, afinal o garoto promete crescer ainda mais, e registrar este começo e divulgá-lo é essencial.


     O filme conta a trajetória desde criança de Bieber, que desde já mostrava aptidão para música. A partir daí conhecemos a sua carreira que se desenrolou no Youtube por onde foi descoberto e logo depois promovido. Somos levados por imagens e depoimentos pela rápida ascensão do garoto que cada dia se prepara mais para um grande show que fará no Madison Square Garden, enquanto isso o filme é intercalado por imagens deste mesmo show que aliás tem um 3D fantástico e uma produção ótima (palmas palmas). 
     Mas como já disse não temos Bieber falando conosco, criando uma identificação com o espectador que é ou não seu fã. Claro que isso não impede que cada vez que o garoto estique sua mão em direção a tela abusando do efeito 3D, o cinema vá abaixo com os gritos e esperneios dos fãs ensurdecedores. E claro que eles não se importam que num espaço de tempo tão pequeno seja impossível aprofundar a personalidade de um garoto, que apesar de ainda estar cercado por esta áurea de futilidades, mostra ser talentoso. Nem sua história, quem dirá ainda contar como foi seu grande show. Assim o documentário acaba por se tornar raso e apático, não gerando, como já falei, contato entre espectador fã ou não com aquelas pessoas ali mostradas, sendo a grande falha no projeto.
     Quanto ao garoto Bieber, é inegável os seu potencial, até já vi ser comparado por muitos ai com Michael Jackson na mesma fase que ele. E não discordo, afinal se reclamam das letras de Justin olhem as desses caras na época em que começaram jovens. Era tudo assim "Ai Amor, Minha Dor...". Então gostei de ser contrariado no fato que achava Bieber um produto de mercado e não o resultado de um talento reconhecido. O guri tem por onde, e promete ainda despontar mais, e quem sabe, ser mais cultuado. E isso o filme mostra bem, não nos poupando dos inúmeros vídeos que andam por aí no Youtube, do Jovem Bieber dando seus primeiros passos em direção ao estrelato, esbanjando talento em uma cadeira, por exemplo. E assim o filme constrói seus "momentos", em que quase sentimos esta proximidade entre o nosso mundo e aquele, como na bela cena em que Justin encontra uma garota tocando violino numa calçada marcante de sua vida. Enfim, nesse ponto o filme funciona para aquilo que foi feito, divulgar o talento de Bieber, e faz isso muito bem, sempre munido do carisma de seu "protagonista". Torço pelo garoto, tomara que ele dê certo e que façam outro filme aprofundando melhor sua personalidade, talvez quando ele estiver mais maduro e crescido. Os fãs dele estarão sempre lá.


     E claro, os fãs merecem um parágrafo a parte. Sejam aqueles mostrados no filme durante o belíssimo show de Bieber ou aqueles de carne e osso ali na sala comigo, os fãs parecem estar sempre pulando, gritando e chorando de emoção. Daí eu me explico porque eu gostei desta relação, mesmo não sendo um fã de Bieber. É que acima de tudo, sou fã de cinema, e estar em um cinema é o ápice de um dia ou de uma semana. Assistir as grandes produções e as pequenas sempre é um prazer único que se repete a cada sete dias. Mas sabe o que é único mesmo? As pessoas dentro de uma sala de cinema serem uma só. Sim, um grupo de desconhecidos se tornar um só dentro de um cinema. Para um fã de esportes não é raro encontrar a oportunidade de ver tantos corações baterem como um só num estádio ou num campo, mas para um fã de cinema, isso é que nem achar uma coca-cola gelada no deserto. E ai não importa se estão todos vibrando com Harry Potter ou com Justin Bieber, desde que estejam (claro que isso não torna uma produção melhor ou pior, em vista de que os fãs de Crepúsculo fazem o mesmo). E como nesse filme, só vi coisa igual, vendo os filmes do bruxinho ai em cima, os filmes medíocres da série dos vampirinhos (não saga) e em outros dois ou três como 2012, etc. E é por isso que gosto de ver tantas pessoas dentro de um cinema vibrando com um filme. Se unindo com um filme. Discorde se quiser, mas seja pelo filme do Bieber, ou por Harry Potter, se no final o resultado foi esta união, então o filme valeu e vale a pena ser assistido. E assim, este filme com todos os seus defeitos me fez repensar e mudar minha postura, não me convertendo à um fã, mas criando respeito, quanto à este fenômeno POP, chamado Justin Bieber.                         
        

NOTA: 5/10

Links realcionados:
http://cinemacomrapadura.com.br/criticas/191400/justin-bieber-never-say-never/  A crítica do Thiago Siqueira que citei a cima.

http://www.cinemacomrapadura.com.br/rapaduracast/?p=6197 o podcast do portal Cinema Com Rapadura dedica uma de suas edições a comentar o documentário e a vida de Justin Bieber.


segunda-feira, 14 de março de 2011

BRUNA SURFISTINHA

TRAILER BRUNA SURFISTINHA HD


     O velho preconceito contra filmes brasileiros é errado e muitas vezes irracional, porém, não posso me gabar de ser um árduo conhecedor de nossa vasta obra cinematográfica, justamente por este preconceito que infelizmente ainda habita este coração que vos fala (sim, quando eu falo eu sempre falo como coração por aqui). Ainda sim fui assistir este exemplar dirigido competentemente até certo ponto por Marcus Baldini. Assim tenho que confessar, é claro, que não sei se sei analisar um filme feito nos moldes brasileiros, porém, ai vai.



     Um dos pontos positivos do filme é justamente aquele que era inevitável ele ter, que é mostrar sexo sem ser por apelação e sim por que está incrustado na história. Mas isso, claro, é básico. O filme então nos conta a história de Raquel (Deborah Secco) um garota adotada de uma boa família, mas que apesar de tudo, tem o que se pode chamar de "espírito das ruas" e uma certa queda por atividades incomuns, assim como uma certa afinidade com seu corpo e das necessidades sexuais dele. Conhecida e tratada como uma "vagabundinha" na escola, Raquel logo foge de casa e vai para uma espécie de bordel comandado por Larissa (Drica Moraes, Ótima!!) onde começa a trabalhar e morar, e sem demora se torna a garota mais requisitada do lugar, mantendo todos os clientes no papo, em especial o charmoso Huldson (Cássio Gabus Mendes).



     Então, o filme começa muito bem, mostrando sem muita balela o caráter já corrompido de Raquel, nos levando de forma eficiente ao desembocar no bordel onde a história realmente começa a andar. Mas até então só conhecemos Raquel, e é em uma cena de enquadramento genial que somos apresentados a Bruna. Em uma cena em que a câmera nos põe encarando a personagem durante sua primeira relação sexual como prostituta, Deborah Secco se sai muito bem mostrando a dor sentida pela personagem que logo se transforma em determinação. E por falar nela, deixe-me falar que este é na verdade um dos momentos do filme em que ela se sobre sai, se mantendo durante o resto da exibição apenas boa, sustentando bem sua personagem ingênua e rasa, não que a atuação de Secco seja rasa, mas sim sua personagem, e ela passa isso muito bem, sem nunca se contradizer entregando uma atuação, como já falei, boa. 
     O resto do filme se preocupa em nos apresentar o desenrolar já esperado da personagem, e ai está a falha do filme. Mesmo Mantendo o nível e o bom humor, o resto do filme parece não se preocupar em aprofundar a história, ansiando pelo final, mesmo mal que sofreu recentemente o fraco O Ritual. Contado rápido e sem muita emoção, o terceiro ato é fraco e pouco interessante, (mesmo com a engraçada introdução do famoso blog da garota) sem inovar a narrativa já conhecida do declínio no mundo das drogas.
     O filme possuí seus momentos, mas tinha potencial pra ser um longa inteiramente ótimo. Tem bastante cena de sexo, tudo no melhor estilo SoftPorn, mostrando tudo sem nunca mostrar nada, o filme é uma boa pedida, mas ainda não é uma obra prima da filmografia brasileira.     


NOTA 7/10

domingo, 13 de março de 2011

BESOURO VERDE

TRAILER THE GREEN HORNET HD


     É ótimo quando um filme começa e em seus primeiros cinco minutos passam pela tela atores como Tom Wilkinson, James Franco e Christoph Waltz. Wilkinson aparece em uma cena já bem batida entre pai ocupado demais com o trabalho e filho carente de pai, mas que sempre ótimo fazendo papel de uma pessoa severa, da o ar de sua graça durante alguns segundos em tela. Já Waltz e Franco logo depois dividem uma cena em que os dois gângster, um bem old school (Waltz) e o outro bem "descolado" (Franco) discutem o quanto ultrapassado está o visual e a moral do personagem de Waltz, em uma cena hilariante. Pena é que esta primeira cena seja a melhor de todo o filme.



     Seth Rogen é aqui Britt Reid um homem criança mimado que ainda vive as custas do pai milionário (Wilkinson) dono de um famoso jornal. Quando o pai morre, o irresponsável Britt se vê com o comando deste jornal nas mãos. E no meio disso Britt acaba por conhecer Kato, o mecânico de seu pai, juntos, após um incidente que revelou a eles um potencial para combater o crime, os dois decidem se tornar uma dupla de super heróis que fingem ser vilões, é quando um vilão de verdade se sente ameaçado e decide ir atrás dos mocinhos bandidos, não antes de Britt e Kato se apaixonarem pela mesma mulher, a secretária de Britt, Lenore.
     É, é nessa trama que somos jogados durante a exibição. Não posso dizer que o filme não é divertido, tem umas piadas legais e cenas de ação bem conduzidas, e me peguei rindo bastante durante o filme, mas no final das contas é tudo muito forçado sem ter muito propósito. O diretor Michel Gondry responsável por Brilho eterno de uma mente sem lembranças, Rebobine por favor, Sonhando Acordado, Tokyo! e A natureza quase humana (dois quais vi só os dois primeiros, brilho e rebobine) é conhecido por sua linguagem visual fora do comum porém muito conveniente, porém aqui ele pouco explora esse seu lado, tendo seu quadro mais interessante uma divisão da tela em muitos quadros, cada um acompanhando uma pessoa diferente, o que quer dizer que ele não faz nenhum ótimo trabalho como no filme com Jim Carey ou no com Jack Black 



     Seth Rogen não tem carisma, e isso ajuda muito a constituir seu personagem do qual mais temos raiva do que gostamos. Jay Chou se sai bem nas cenas de ação mas é um tanto inexpressivo no resto. Christoph Waltz (o Coronel Hans Landa de Bastardos Inglórios) tem pouco a fazer com seu vilão anos sessenta, o esquisito Chudnofsky, mas se saindo mais uma vez bem no papel de um antagonista, claro, nem de perto sendo o que foi no longa de Tarantino. Cameron Dias sai completamente apagada desta produção da qual se mostra uma personagem insignificante e sem nenhuma expressão, muito mal aproveitada pelo roteiro que escrito a quatro mãos, inclusive por Seth Rogen, é fraco e aproveita mal seus personagens e se contradiz em muitos pontos, como quando mostra o herói Britt indignado por receber um proposta de um certo político para distorcer fatos no Jornal, sendo que ele havia feito isso o filme todo até ali, fazendo dele um personagem hipócrita com o qual nos identificamos menos e de quem ainda pegamos um "nojo".



     O filme não chega a desenvolver nenhum de seus personagens direito, fazendo de quase todos estereótipos. Caindo em muitos lugares comuns do gênero, o filme não tem nem efeitos que se destaquem, possuindo poucos momentos bons de roteiro. Salvo o divertido e exagerado clímax.   
     Com cenas de ação engraçadas e divertidas, e um 3D pouquíssimo aproveitado, o filme não possuí nada de memorável, sendo salvo pelas poucas partes em que temos o vilão em tela. Até a música tema é só tocada uma vez ao final da projeção, o que é uma pena já que é uma musiquinha conhecida e divertida, já usada em kill Bill de Tarantino. No final este exemplar é um filmão pipoca pra se ver com o "pessoal" e esquecer logo depois, me diverti bastante mas queria mais, com um elenco que conta com essas figuras dava para fazer melhor não é? Tomara que os fãs dos originais tenham gostado mais do que eu!


NOTA: 5/10  

EXPLICANDO O NOVO PLANO DE FUNDO

     Olá! como devem ter percebido, eu mudei a imagem que fica no fundo do blog, e queria explicar como esta vai funcionar nele. assim:


No topo do "trecho de película" nos dois primeiros frames vão encontrar dois filmes que gosto muito, não por acaso começo botando os meus dois filmes favoritos, Jurassic Park e Moulin Rouge.

     Quanto aos outros frames desta película:


Abaixo dos dois filmes que gosto muito, vocês vão encontrar os últimos três grandes filmes que vi no cinema, então estas serão atualizadas mais frequentemente (eu espero)!!
e abaixo segue o titulo do Blog, "Classe de Cinema".


terça-feira, 8 de março de 2011

127 HORAS

TRILER 127 HOURS LEGENDADO


     Sim, eu vi este filme já há muito tempo e só posto agora porque estive ocupado nestas duas últimas semanas. Danny Boyle, este diretor que normalmente se sai muito bem em suas produções, foi na minha opinião injustamente premiado por Quem Quer Ser Um Milhionário?. Digo isso, por que naquele ano estava concorrendo David Fincher que já cansei de dizer, merece o Oscar já há algum tempo. E até porque este não era o melhor dos filmes concorrendo como O leitor, isso sem contar os que não estavam concorrendo como o injustiçado Batman o Cavaleiro das Trevas. Aqui ele faz novamente um trabalho competente mas ainda sem mostrar os porquês das indicações de diretor e filme, que felizmente não ganhou.
     


     O filme conta a história real de Aron Ralston que ficou com uma mão presa em uma rocha em uma fenda no meio do deserto durante 127 horas. E se tem alguém que merece os méritos pelo filme, é o cara que o carrega nas costas, já que o filme praticamente se resume a ele e a câmera, e este cara é o ótimo James Franco que infelizmente não se saiu tão bem como apresentador no Oscar do que como se saiu como Aron aqui. Se mostrando um jovem aventureiro e solitário, egocêntrico e inteligente, Franco nos leva até um Aron que se diverte mais sozinho nas suas montanhas do que em meio a seus amigos. Mas isso é antes de o filme começar, e sim ele só realmente começa com uns vinte ou trinta minutos de filme, quando ocorre o acidente, é só ai que surge o título do filme começamos a desesperadora experiência de acompanhar o personagem durante essas 127 horas. Aqui também a postura de Franco muda, adaptando-se ao personagem na sua situação, Franco evoluí de um cara centrado que busca meios de sobreviver até o cara mórbido que aceita a morte como fuga passando então ao lunático que já esta perdido entre a realidade dura e as alucinações que tem de voltar pra casa.



     Com uma montagem de quadros já vista antes na carreira de Boyle, não há muito o que falar do filme que é não muito marcante e nem será muito lembrado, sendo apenas um filme bom, bem conduzido, apenas pecando quando mistura realidade com alucinação, sendo mais bonito quando o filme nos mostra as lembranças de Aron. E com a ajuda da interpretação de franco o diretor nos leva a conhecer Aron mesmo este estando preso em uma rocha, aprofundando seu amor pela bela Rana (Clémence Póesy) e sua relação distante com os pais.
     O grande momento que todos os sanguinários esperam pra ver ao final da projeção na minha opinião chega sem muito impacto, até porque o personagem já estava mais alucinando do que pensando claramente e também porque o braço preso já estava mais morto que vivo, amenizando o ato de amputá-lo.
     Sem ser um filme ruim, mas também sem ser um filme magnífico, este exemplar é mais um filme apenas bom e competente de Danny Boyle que ainda está pra fazer sua obra prima.


NOTA 8/10

BREVES COMENTÁRIOS SOBRE O OSCAR

    


     Sem muitas surpresas, e um tanto sem graça a cerimônia deste ano caiu na mesmice, sem se esforçar em ser um prêmio original, a academia não inovou nem nas atrações de palco.
     Anne Hathaway até que se esforçou e foi carismática, mas James Franco estava estático sobre o palco, vítimas das piadas infames que lhes foram escritas, os apresentadores deste ano passam despercebidos sem deixar uma marca na noite.



     Porém, em meio aos Humpf que ocasionalmente provocavam, eles cederam o palco a figuras muito mais carismáticas e marcantes. E quem roubou a noite foi Kirk Douglas, essa lenda viva, com seus noventa e poucos anos, sobre uma bengala e com dificuldades na fala por decorrência de um derrame, foi mais engraçado e carismático nos quatro minutos e pouco que ficou sobre o palco, do que a dupla de apresentadores durante toda a cerimônia, apresentando o prêmio de atriz coadjuvante, tirou sarro, e fez suspense na hora de abrir o envelope, irreverente jogando-o no chão depois de usá-lo, e ainda saiu abraçado na vencedora Melissa Leo que usava sua bengala.



     Quanto aos vencedores, como eu havia previsto na crítica abaixo, Bravura Indômita saiu de mãos abanando, justamente porque a academia não lhe devia nada e sim aos outros concorrentes. Os prêmios para Ator, Atriz, e Coadjuvantes não surpreenderam e foram muito merecidos, Melissa Leo está fantástica em O Vencedor e já estava na hora de premiar o Batman... Digo o Bale. Não preciso dizer que Firth merecia muito assim como Natalie Portman.
     Quanto aos prêmios técnicos, A Origem saiu dominando merecidamente, ainda vai chegar a vez de Nolan brilhar no Oscar, só achei injusto não haver uma indicação pra ele em melhor direção. Outra coisa é Alice No País Das Maravilhas ter levado os prêmios de direção de arte e figurino, quanto ao último até que tudo bem, mas direção de arte? com Harry Potter concorrendo? depois de dez anos eles insistem em ignorar o trabalho incrível que é feito a mão nesta série, e continuam premiando o sempre premiado Tim Burton que mais usa efeitos digitais em seus cenários do que realmente faz. Mas acho que até entendo, eles vão fazer como fizeram com O Senhor Dos Anéis e dar os prêmios pro último filme.

 


     O resto da noite foi sem surpresas como já disse, com a ressalva que eu ainda acho a trilha sonora de A Origem pelas mãos do sempre genial Hans Zimmer melhor que a vencedora trilha de A Rede Social. Agora em relação ao prêmio mais injusto da noite, o de direção. O que dizer deste desconhecido Tom Hooper ganhar de melhor diretor? ele realmente fez um bom trabalho em O Discurso do Rei e está de parabéns por isto, mas ganhar de melhor diretor? com David Fincher concorrendo? Com Aronofsky concorrendo? por favor... Quem sustenta o filme é o ótimo roteiro de David Seidler e as interpretações fantásticas de Firth, Carter e Rush, não a direção do filme que não é nada mais do que adequada! Agora ignorar a direção de A Rede Social, Cisne Negro ou Bravura Indômita? direções que estão nas mãos de gênios já premiados como os Irmãos Coen ou de outros ainda não premiados como Fincher que vem merecendo cada vez mais a estatueta, ou Aronosfky que se mostra simplesmente genial em todos os seus trabalhos! realmente injusto fazer a dobradinha Filme/Diretor este ano.



     Com A Origem levando os prêmios merecidos junto com A Rede Social e com O Discurso Do Rei levando merecidos e não merecidos pra casa a cerimônia erra mais uma vez na minha opinião ao dar o Oscar para um filme que esta em sua área de segurança, ou seja uma história leve, baseada em fatos reais, com boas interpretações, mas sempre se mostrando sem culhões para dar o prêmio para um filme mais dark como Cisne Negro que com certeza merecia, ou uma animação fantástica como Toy Story 3.
     Esperemos que no ano que vem academia venha com mais surpresas e inovações e com um apresentador só né.