domingo, 5 de junho de 2011

DA SÉRIE FILMES EM SÉRIE #1

     
PIRATAS DO CARIBE: A MALDIÇÃO DO PÉROLA NEGRA


      Jack Sparrow quer seu precioso navio Pérola Negra de volta, para isso se une a William Turner que quer resgatar sua amada Elizabeth Swan que foi capturada pelo perverso Barbossa. Este por sua vez quer libertar-se de uma terrível maldição, e para isso precisa do sangue de William.
     Com ótimos personagens interpretados de maneira genial pelo competente elenco, este primeiro filme da franquia é uma ótima aventura muito bem conduzida por Gore Verbinski. Sua parte técnica merece destaque, principalmente os efeitos e a trilha que foi composta por Klaus Badelt com acessoria de Hans Zimmer.


NOTA:9/10

PIRATAS DO CARIBE: O BAÚ DA MORTE


    Jack Sparrow recebe a cobrança da divida que tem com o sinistro Dave Jones, que o fez capitão, e que agora quer a parte de Jack no acordo. Sparrow não o faz e então Jones liberta o Krakem, uma terrível criatura do mar que irá atrás do protagonista. Assim sendo, este começa uma busca pelo baú da morte que guarda o coração de Dave Jones, para assim poder matá-lo.
     Sombrio, mas sem nunca perder o pique, este longa é muito divertido. E nos leva na verdadeira aventura de pirata, com efeitos especiais funcionais e magníficos, o filme ainda conta com Hans Zimmer assumindo o controle da trilha sonora que vem com tudo e da alma ao projeto. Aqui também está impecável e deslumbrante a direção de arte, que minuciosa, é um deleite. Com ótimos novos personagens, entre eles o melhor vilão da série, e com os velhos sendo muito bem explorados, o filme ainda termina com a ponta de um, que torna a vontade de assistir o próximo, enorme.



NOTA: 10/10

PIRATAS DO CARIBE: NO FIM DO MUNDO


     Todos partem em busca de Jack Sparrow, enquanto isso, trava-se uma batalha entre a Cia. das Índias Orientais, Dave Jones e todos os piratas do mundo.
     Novamente bem conduzido, este longa, conta com uma boa, apesar de atropelada, história. O festival de traições que acompanha o filme é tão divertido quanto confuso. Ainda assim possuí as melhores piadas da série, as melhores cenas de ação, a melhor direção de arte, e os melhores efeitos especiais. E claro que a trilha se destaca novamente. Os atores entregam com vontade e energia seus papéis, e nós embarcamos nesta última, delirante e cheia de adrenalina parte da trilogia. Há aqui uma boa ponta de Keith Richards.  



NOTA: 8/10   


PIRATAS DO CARIBE: NAVEGANDO EM ÁGUAS MISTERIOSAS





    Jack Sparrow voltou! E se era isso que todo mundo queria ou não, foi o que aconteceu, afinal os produtores não deixariam de fazer continuações de uma trilogia bilionária. Mas depois do bom A maldição do pérola Negra, do ótimo O Baú da Morte e do novamente bom No fim do Mundo, vem esta nova mega-produção que não esconde querer começar outra trilogia, ou seja, não esconde que quer ganhar dinheiro. Sim, Jack Sparrow voltou, mas voltou diferente.


    "A fonte é o prêmio" diz um dos personagens ao logo da trama, e é isso que resume a história deste novo filme da franquia. Sparrow (Johnny Depp) acaba caindo num navio liderado por Braba Negra (Ian McShane) e sua filha Angélica (Penélope Cruz) que querem usá-lo para chegar à fonte da juventude, onde Sparrow diz já ter estado. Ao mesmo lugar quer chegar o navio da coroa Britânica liderado pelo ex-pirata Barbossa (Geoffrey Rush), e também os muito mal explorados Espanhóis.



          O roteiro por muitas vezes é apelativo, usando de estruturas dramáticas recheadas de clichês, nunca havendo grandes surpresas. Longe do festival de traições que divertia tanto o terceiro filme. O grande problema são os conflitos, eles simplesmente não existem entre os personagens, afinal seus objetivos não interferem nos dos outros, ou não o suficiente para provocar sequer uma centelha de drama nas situações. Barba Negra quer a vida eterna que a fonte pode conceder, já que sua morte foi profetizada (profecia, aliás, muito mal explicada, artifício dos roteiristas que deviam estar com preguiça depois de três filmes), Barbossa quer se vingar de Barba Negra por este ter-lhe causado a perda de uma das pernas (sendo este o maior conflito da trama) e Jack aparentemente não quer nada de mais (um gole da fonte da juventude se sobrar um pouquinho talvez). Ainda há a introdução de um novo casal, que mal explorados e mal interpretados acabam soando totalmente desnecessários, custando bons minutos da trama na chatíssima história entre o padre e sereia carnívora. 



     O desfile de personagens começa logo no início, quando não sabiamente, Marshall e seus roteiristas Terry Rossio e Ted Elliot (os mesmos do resto da franquia) introduzem três pontas de estrelas que poderiam ter sido espalhadas pelo filme, mas que em vez disso foram colocadas todas em um espaço de menos de cinco minutos. As pontas em questão são de Keith Richards novamente como o pai de Sparrow, que aparece como um Deus Ex-machina descarado, salvando e depois explicando (veja só) a trama para Jack. Judi Dench coitada aparece tão rápido e tão escondida que mal notamos que ela é ela, na ponta totalmente desperdiçada que termina com Sparrow roubando um brinco seu, coisa que até agora não entendo a importância para a trama. Com isso, o destaque nas pontas vai para Richard Griffiths, que explora bem o que pode nos poucos momentos em que aparece como o seu caricato e divertido monarca. Para todo o resto do elenco não há muitos elogios, mesmo para os veteranos na série. Depp continua engraçado no papel que já lhe rendeu uma indicação ao Oscar no passado, mas aqui, super valorizado acaba soando repetitivo, não por culpa do ator que novamente se sai muito bem, mas do roteiro que insiste em fazê-lo dizer uma ou duas piadinhas a cada cinco minutos. Cruz (já vencedora de um Oscar) está meio perdida no filme, mas consegue manter sua personagem com energia e o talento que tem, não criando muita química com o que seria seu par romântico, Sparrow. McShane poderia ser um dos melhores personagens não só do filme, mas da franquia inteira, mas acaba sendo muito mal explorado pelo roteiro, que apenas o define como um homem mau. Mesmo assim, o ator entrega um personagem interessante de se assistir em tela, soturno e ameaçador, Barba Negra pode até ser um homem mau, mas poderia ser um bom vilão. O casal monótono do qual já falei acima, além de não ter quase nenhuma importância na trama, tem um romance forçado, e um final em aberto do tipo "WTF?!" já que se você não prestar atenção na explicação dada as pressas e muito disfarçada lá no meio do filme, ficará literalmente "boiando" no desfecho que ganham. Seus intérpretes, então não nos ajudam a gostar mais dos dois, Astrid Bergès-Frisbey que interpreta a sereia Syrena não sabe fazer mais nada que não seja enrrugar a testa em um eterna desaprovação de tudo, até faz isso quando faz cara de apaixonada. Já Sam Claflin que faz o padre Philip, esta preso em uma falta de carisma e expressividade gigantes. Assim fica claro que ambos estão lá para preencher a lacuna deixada por Elizabeth e Will. E novamente quem ganha destaque por manter seu personagem maravilhoso em tela de maneira esplêndida em todos os filmes, é Rush com seu Capitão Barbossa, sendo o único ali que mesmo sendo também muito mal explorado pelo roteiro, parece realmente se divertir na excentricidade de seu personagem gritão e cativante.



    O filme ainda sofre um grave problema de ritmo, tendo uma ou duas partes em que você da aquela suspirada durante a projeção. E o diretor, Rob Marshall (de Chicago, Memórias de uma Gueixa e Nine) não ajuda em nada. Sua direção é infeliz nas cenas de ação, que ao contrário do criativo Gore Verbinski (que comandou os outros filmes), é muito coreografada, sendo assim não sentimos quase nada da adrenalina que estas deveriam ter. Ele também resolve se diferenciar de seu antecessor, mantendo planos fechados na maior parte do tempo, da cintura para cima sempre que pode, quase nunca abrindo para grandes planos do que está havendo em cena, comprometendo assim a sempre boa direção de arte. Ou seja, ao manter a direção funcional de um musical em um filme de ação, o diretor poluí suas cenas e esconde o que deveria ser bem mostrado. Há uma cena em que Sparrow planeja um motim, por exemplo, e durante todo o tempo há uma corda segurando um lampião entre o personagem e a câmera, não fazendo diferença nenhuma a aparição do tal objeto, servindo só mesmo para irritar quem tenta ver o que o ator está fazendo. 



         A parte técnica está novamente de parabéns, muito embora ela não tenha muito o que fazer durante o filme, já que nem o roteiro nem a direção apresentam desafios tão grandes quanto os da trilogia original. Detalhe é ver que Jack agora está como cabelo mais claro. O efeitos especiais ganham destaque mesmo nas sereias que poderiam ter sido melhor fotografadas (Marshall ataca de novo), muito embora a cena em que estas ganham destaque é uma das melhores do filme. Já a famosa trilha de Hans Zimmer (normalmente genial) parece, assim como metade da equipe toda, estar no piloto automático, já que ele não investe em nenhum novo tema, brincando com algumas variações dos que já existem, mas sempre cumprindo seu papel, é uma pena que não se destaque como o fazia antes.



     Parecendo uma história bem menor, este novo longa da franquia, apesar de divertido e até engraçado, acaba com um sentimento de "falta algo". Não há, por exemplo, batalhas entre navios, que antes eram uma marca registrada da trilogia, assim sendo o filme comete um dos erros cometidos no recente Velozes e Furiosos 5, aliás, até há uma cena bastante parecida. Se no filme com Vin Diesel há a cena em que quase acompanhamos um racha só para sermos cortados daquela cena para o final desta, quando toda a emoção já passou, aqui temos Barbossa mobilizando todos para uma batalha contra os espanhóis, só para descobrir que estes estão apenas passando reto por eles, fazendo o público se animar e depois soltar aquele "Ahhh" de decepção, por ser privado do que poderia ser uma boa cena de ação. Na verdade o filme todo poderia ser descrito assim, já que tudo ali tinha o potencial de ser grandioso e muito bom, mas acaba que nada é bem usado e fica aquele sentimento de, poderia ter sido muito melhor. 



NOTA: 6/10


Links relacionados: http://www.cinemacomrapadura.com.br/rapaduracast/?p=6510 O "Rapaduracast" o Podcast do Portal "Cinema com Rapadura" dedicou uma de suas edições a comentar os quatro filmes da Franquia.

3 comentários:

  1. É verdade, até a Trelawney inventa uma profecia mais coerente.

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  2. Comparado com os filmes anteriores, Navegando em Águas Misteriosas deixa muito a desejar. Como tu disse o Jack está muito repetitivo, e muitas vezes eu tive de forçar uma risada.
    De qualquer forma, vale a pena para rever o glorioso CAPITÃO Jack Sparrow e se divertir.

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  3. realmente Jack Sparrow parece estar sofrendo de excesso de personalidade, e faltou a pirataria, onde ficaram as batalhas pela posse de navios tão comuns em filmes de piratas? vale pelos personagens que aprendemos a gostar..

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