...Ou Vejam Só como
Scarlett Johansson se Esforçou para Ficar Sexy Neste Pôster – O Filme.
Depois da boa Fase 1, que
resultou no excelente e divertidíssimo Os
Vingadores, a Marvel Studios vem mantendo o padrão estabelecido, ainda que
algumas de suas obras continuem a soarem vazias, não passando de mais um pedaço
de salsicha jogada aos cães, que na verdade estão sedentos é pelo rosbife que está marcado
para estrear no ano que vem (se você não se ligou, dããã, falo de Os Vingadores 2: A Era de Ultron).
Assim, depois de Homem de Ferro 3 e
do divertido Thor 2, esta nova fase
do estúdio resolve nos presentear com o melhor exemplar solo de sua franquia
desde o primeiro Homem de Ferro,
ficando, junto com o longa que unia o time de heróis, como um dos três melhores
filmes entre os nove já produzidos até hoje.
Também se mostrando a única
continuação disposta a realmente apostar em um arco dramático concreto que atravessará
pelo menos três filmes estrelados por seu personagem título – Homem de Ferro 2, 3 e Thor 2 são apenas
aventuras independentes – Capitão América 2: O Soldado Invernal continua a
explorar a adaptação de seu protagonista a um mundo diferente daquele que
conheceu 70 anos antes. Agora trabalhando para a S.H.I.E.L.D., o Capitão (Chris
Evans) passa a questionar as decisões de Nick Fury (Samuel L. Jackson),
enquanto este suspeita de uma conspiração dentro da corporação, agora encabeçada
pelo perigosamente simpático Alexander Pierce (Robert Redford). Contando com a
ajuda da Agente Romanoff (Johansson) e do piloto de resgate Sam Wilson (Anthony
Mackie), nosso herói ainda terá de lidar com o letal e misterioso Soldado
Invernal – cujo nome do ator não posso revelar sem dar spoilers, mesmo que não
seja surpresa para ninguém sua identidade.
Dirigido pela dupla Anthony e Joe
Russo, das primeiras e hilárias temporadas de Arrested Development e de vários episódios de Community, Soldado Invernal
acaba soando surpreendentemente ser o mais sério dos longas Marvel, e
certamente, o mais maduro. Porém, os Russo não deixam sua mão cômica passar em
branco e muito menos os toques de bem humoradas referências; a lista de coisas
que Rogers deixou de ver nos anos em que esteve congelado é uma das melhores neste
sentido, incluindo até mesmo Chaves na versão nacional - a lista muda de acordo com o país onde o filme é exibido.
Em outro momento uma fala de Pânico é
repetida pela Viúva Negra, que não deixa de assinalar a pequena homenagem, assim como a rápida piada com Pulp Fiction mais ao fim. Mas
são pequenas descontrações dentro de uma trama basicamente política e
paranoica. A sequência no elevador poderia facilmente provocar o riso, mas seus
diretores preferem construí-la e desenvolvê-la de forma tensa, repeitando seu
teor violento e estrategista. Aliás, as cenas de ação não deixam de existir por
causa do tom conspiratório do filme, muito pelo contrário, povoam boa parte da
película sem nunca soarem em excesso, ainda que a condução de algumas seja um
tanto confusa visualmente.
O clímax principalmente é
bastante empolgante e muito bem orquestrado, além de dramático e inspirador na
medida certa. A violência corre solta, e um capanga ser engolido por uma
turbina é apenas parte da diversão, que deve uma grande parcela de sua eficiência aos
ótimos efeitos visuais e ao design de som primoroso, que exagerando nos sons
dos golpes desferidos entre os heróis e vilões, dá uma dimensão muito mais tátil
a suas lutas.
Voltando a encarnar com carisma e
serenidade Steve Rogers, Evans convence com facilidade da boa índole do herói,
enquanto Johansson mais do que nunca parece a vontade no papel da assassina
Viúva Negra, enquanto isso Jackson e Ford, os veteranos do elenco, usam suas
personas para atribuir respeito e imposição às figuras que interpretam, podendo
todos desta vez viverem seus personagens em função da trama e não de uma prévia
para um futuro projeto maior, como acontecia antes - embora seja possível notar
a presença do universo Marvel com clareza, e é admirável que o projeto consiga
trazer esta força dos outros heróis dos Vingadores sem que tenha que parar o
longa-metragem para lhes fazer referência. Assim, aparecem aqui as Stark
Industries e até mesmo nomeiam Bruce Banner e Stephen Strange (!), futuro
membro do grupo que ganhará filme solo em breve.
Apagada mesmo, Capitão América 2 só tem a aparição de
Stan Lee, que sem o bigode e os óculos icônicos, pode passar até despercebido
para alguns, porque de resto, desenvolve bem o jogo de gato e rato nas
entranhas da S.H.I.E.L.D. ao passo que confere uma aura de ameaça ao seu vilão,
quesito onde falhavam Homem de Ferro 3
e Thor 2, e que não deixa de ser irônico
quando se pensa que lá se tratavam de indivíduos com superpoderes, e aqui,
temos por antagonista um mero e humano executivo. Como de costume, há duas
cenas extras após o término do longa, uma durante e outra após os créditos
finais, estes embalados (assim como resto do filme) pela trilha animada de Henry Jackman, cujo trabalho
venho acompanhando (e sempre gostando) desde que o notei em X-Men – Primeira Classe.
NOTA: 9/10
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