sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

CRÍTICA: STAR WARS - A ASCENSÃO SKYWALKER


Os Últimos Jedi, episódio anterior das aventuras de Star Wars, encerra com a imagem de uma criança olhando para as estrelas. Forçado a trabalhar nos estábulos de um cassino frequentado apenas pela elite super-rica da galáxia tão tão distante, a mesma nata social que paga e lucra com todas as guerras estelares que dão título a esta amada saga, esse menino demonstra uma leve habilidade com a Força ao fazer uma vassoura levitar até sua mão. E ali, empunhando o cabo como se fosse um sabre de luz enquanto assiste à Millennium Falcon desaparecer no céu noturno como uma estrela cadente, tripulada por protagonistas de todos os sexos, raças e formatos, essa criança simboliza a esperança tão martelada pelo universo de Star Wars desde seu primeiro filme.

Pois, como fica definido pela jornada de Rey até ali (Daisy Ridley), a Força não está atrelada à linhagem de sangue de famílias poderosas e nem é de domínio exclusivo de um culto milenar de guerreiros como os jedi. Fica definido a partir daquele momento que a Força e o poder de mudar a galáxia está nas mãos de qualquer um que ainda tenha esperança.

Ou, pelo menos, essa era a ideia antes de A Ascensão Skywalker ocupar seus 142 minutos sendo a única coisa que nenhum desses filmes jamais foi: covarde.

Trazendo de volta o vilão mais poderoso já apresentado pela saga, o derradeiro episódio da franquia mostra que, esse tempo todo, era Palpatine (Ian McDiarmid) quem estava puxando as cordinhas por trás do tirânico Snoke (Andy Serkis) e do ressurgimento do Império Galáctico na forma da Primeira Ordem. O agora Líder Supremo desse regime despótico, Kylo Ren (Adam Driver), recebe de seu novo mestre a mesma missão que tinha no filme anterior: trazer Rey para o lado sombrio da Força ou matá-la. Enquanto isso, a nossa heroína se junta com o piloto Poe (Oscar Isaac), Finn (John Boyega), C-3PO (Anthony Daniels) e BB-8 para encontrar um modo de descobrir o esconderijo do ressurgido imperador e acabar com essa guerra de vez.

O primeiro problema é que ressuscitar o cruel Darth Sidious enfraquece ao menos um dos capítulos anteriores, no caso O Retorno de Jedi, que já era o mais frágil dos três filmes originais. Afinal, todos os sacrifícios feitos pelos rebeldes e mesmo o arco de redenção de Darth Vader perdem o sentido no momento em que somos informados de que Palpatine sobreviveu a tudo isso “por meios que alguns poderiam considerar não naturais”. Sim, essa é a única linha de diálogo do roteiro que tenta explicar o retorno do vilão. E por mais que ela faça referência a algo dito pelo personagem lááá no episódio III, sua reintrodução é feita sem amarras e de maneira trôpega. Logo, a presença do imperador e a revelação de que ele tinha controle sobre a Primeira Ordem e Snoke, o agora falecido Líder Supremo, são "reviravoltas" que enfraquecem substancialmente os dois filmes anteriores.

Pois, quando lançou O Despertar da Força em 2015, que era praticamente uma releitura de Uma Nova Esperança, o diretor J.J. Abrams fez aquele filme funcionar porque conseguiu dar um novo propósito para a saga da família Skywalker. Por exemplo, a ideia de que as reminiscências do Império Galáctico poderiam ter dado origem a um movimento anti-republicano ainda mais radical e violento, era fascinante porque enriquecia o universo de Star Wars com ideologias e sentimentos conflitantes que denotavam uma galáxia habitada por seres inteligentes e pensantes. E enquanto muitos reclamaram de várias decisões em Os Últimos Jedi, é inegável que o cineasta Rian Johnson deu continuidade a essa ideia de oferecer algo novo que justificasse a continuação da franquia. E um dos meus exemplos favoritos é o modo como Johnson usou o destino do Supremo Líder Snoke para consolidar Kylo Ren como o vilão definitivo dessa nova trilogia.

Então, quando já na primeira cena de A Ascensão Skywalker somos informados por Palpatine que era ela a mente por trás de toda essa maracutaia, tudo aquilo que O Despertar da Força e Os Últimos Jedi trabalharam para construir, cai por terra. Kylo, por exemplo, jamais soa como uma ameaça para Rey ou para qualquer outro membro da resistência. Até porque ele chega a dizer com todas as letras que não quer e não vai fazer mal ela. E você pode falar o que quiser dos episódios VII e VIII, mas nesses filmes a presença do personagem sempre colocou em dúvida o destino de muitos dos heróis, e ao trazê-lo de volta numa posição subserviente e ainda jogá-lo outra vez num conflito que ele já havia superado, o roteiro escrito por Chris Terrio ao lado do próprio diretor, J.J. Abrams (os verdadeiros vilões aqui), anula o perigo representado pelo jovem déspota, que passa a não oferecer mais nenhum senso de urgência sobre a trama.

Sem uma figura antagônica forte, o espectador se volta para os percalços da aventura dos heróis em busca emoções e envolvimento. E o Palpatine não é uma ameaça? Na trama, sim. Na narrativa, não. O cara passa escondido dentro de uma caverna o filme inteiro. Veja bem, para o público sentir que o vilão representa uma ameaça, ele precisa oferecer perigo iminente aos heróis. O perigo que o Palpatine representa está no futuro, não no presente dos personagens. Aliás, por muito tempo os heróis ficam livres de uma ameaça prática e imediata que gere tensão no espectador.

O nono episódio de Star Wars parece, inclusive, fugir daquilo que normalmente é almejado por qualquer outro filme: reação e impacto.

Com o rabo entre as pernas, o texto de Terrio e Abrams tenta deixar a impressão de que tomou várias decisões ousadas, ainda que as desfaça na cena seguinte. É como se o roteiro quisesse causar comoção, choque, medo e empolgação no espectador, mas sem ter que realmente trabalhar por isso e muito menos ter que lidar com as consequências dessas decisões, já que o filme jamais tem coragem de lidar com os desdobramentos de suas reviravoltas, desfazendo-as tão logo acontecem.

E se já é um tanto frustrante investir emoção e sentimento na primeira vez em que um personagem “morre” e volta na cena seguinte, lá pela quinta vez (sim, q-u-i-n-t-a v-e-z) em que isso acontece, fica óbvia a picaretagem dos realizadores. Mas o triste é perceber que o roteiro duvida tanto da inteligência do público, que nem se esforça para justificar esse vai e vem. Assim, Chewbacca, uma das figuras mais icônicas de toda a saga, é explodido e ressuscitado com a seguinte linha de diálogo: “ele devia estar em um transporte diferente”. A mesma estratégia, aliás, se repete com C-3PO (que não tem backup da sua memória, mas daí tem), com Kylo (que morre DUAS vezes e volta em ambas), com Rey e, finalmente, com Zorii (Keri Russell), uma nova personagem tão artificial que o roteiro sequer se dá ao trabalho de tentar explicar como ela sobreviveu a uma explosão planetária para poder se juntar na batalha final. Ela simplesmente aparece lá e ponto.

Essa falta de consequências enfraquece ainda mais a sensação de urgência que já estava debilitada pela ausência de um vilão forte. E sem urgência, não tem empolgação. Nunca sentimos que esses personagens correm algum perigo ou ficamos tensos com o risco de falharem nas suas missões, e por isso as suas eventuais vitórias não soam empolgantes e nem a própria aventura é divertida. E esse clima de apatia vira regra quando se percebe que o roteiro repetidamente coloca o sucesso dos heróis nas mãos do acaso. Por exemplo, a perseguição de pods no meio do deserto acaba, obviamente, em cima do local preciso onde se encontra enterrado um objeto de que os heróis nem sabiam que precisavam. Ou seja, mesmo que estivessem procurando pela tal adaga que eles encontram, as chances do grupo de encontrá-la seriam astronômicas, não fosse essa inexplicável coincidência.

E da mesma forma que resolve os desafios dos personagens com absurda facilidade, os próprios obstáculos criados pelo roteiro também soam terrivelmente artificiais. Ao ponto de que, em certo momento, Poe afirma dramaticamente que se eles não conseguirem traduzir a inscrição encontrada na adaga perdida, todos os anos de luta dos rebeldes até ali teriam sido em vão. Quando dizem coisas assim os personagens perdem credibilidade junto ao público, e não só pela generalização, mas também porque o filme mostrou que existiam outras formas de concluir aquela missão. E não é só isso, pois essas simplificações enfraquecem o universo e as histórias, porque vai na contramão do modo diverso e complexo que vinham sendo concebidos nos dois episódios anteriores.

E o filme é repleto dessas simplificações bobas do tipo “tudo depende disso”, ou “tudo agora está nas mãos dessa pessoa” e ainda “se derrotarmos esse cara, nós vencemos”. Se antes existiam múltiplos personagens que pareciam vivos dentro da trama com objetivos e ideias próprias para resolver seus problemas, tanto de um lado quanto do outro, agora parece que todo mundo virou uma caricatura de si mesmo. Lembram de Finn x Rey? Poe x Holdo? Kylo x Snoke? Hux x Kylo? Aliás, quem tentar correr para o desenvolvimento de personagens procurando algo de satisfatório em A Ascensão Skywalker, vai ficar é flutuando no vácuo do espaço deixado Chris Terrio e J.J. Abrams nesse quesito.

Finn, por exemplo, que em O Despertar da Força disputava protagonismo com Rey (e quase chegou a ser o jedi dessa trilogia), parece ter esquecido de tudo o que viveu desde que desertou de ser um stormtrooper - inclusive, ele nem sequer dá sinal de que um dia foi um. E mesmo que Abrams chegue a demorar sua câmera nos corpos de dois soldados da Primeira Ordem abatidos impiedosamente pelo grupo, essa imagem demonstra mais humanidade do que o próprio Finn, que atira sorrindo nos seus antigos colegas de profissão, desconsiderando o drama que ele próprio viveu para abandonar e fugir das formações imperiais.

Aliás, o ex-stormtrooper parece mais um fardo do que um personagem para o roteiro, que jamais consegue encontrar uma função sólida com que ocupá-lo. Quando visitam os destroços da segunda Estrela da Morte, por exemplo, Finn passa por maus bocados para tentar chegar até Rey só para ser espectador de um duelo da garota com Kylo, já que sua presença ali não faz diferença alguma para o andamento ou para o desfecho da cena. O que só não é tão frustrante quanto o momento em que ele conhece Jannah (Naomi Ackie) e seu grupo de desertores da Primeira Ordem, quando dá a entender que finalmente vai ganhar um arco ao atuar lado a lado com pessoas que passaram pelo mesmo dilema que ele. Mas Terrio e Abrams parecem achar que apenas apresentar a ideia é o suficiente, e logo abandonam de vez o personagem pelo resto do filme.

E se Poe ainda se beneficia do carisma de Oscar Isaac para ocupar o posto de novo Han Solo (e até contrabandista ele também é agora), ao menos Daisy Ridley é expressiva e intensa o suficiente para convencer das angústias e emoções exaltadas de Rey - ainda que o seu arco seja, de todos, o mais frustrante por sofrer com as alterações birrentas em relação ao que foi estabelecido em Os Últimos Jedi. E tudo bem construir coisas novas em cima do filme anterior, o próprio Rian Johnson (diretor e roteirista do episódio VIII) fez isso em relação a O Despertar da Força. Mas o que Terrio, Abrams e, claro, a Disney fizeram em A Ascensão Skywalker não foi dar continuidade à história concedendo a ela uma nova visão dos fatos. O episódio IX desconsidera, contraria e, o que é mais feio ainda, impõe um revisionismo bobo e infantil sobre decisões que, gostando ou não, já tinham ficado bem estabelecidas nesse universo.

Então Rey é neta do Palpatine? Que ótimo. Penso que isso destrói a ideia tão bem lapidada pelos filmes anteriores de que qualquer um poderia ser um jedi ou, melhor ainda, de que ninguém precisava ser um jedi para dominar e usar a Força para o bem. Mas ok, filmes são bons não pela mensagem, e sim por causa da narrativa, então ao menos essa ideia de gerico poderia ter sido introduzida de uma maneira mais cuidadosa e ainda dentro de um longa mais memorável.

Porque, até quando vem com boas ideias, A Ascensão Skywalker parece não saber o que fazer com elas. Basta ver o que acontece com o coitado do Hux (Domhnall Gleeson), que logo depois de se revelar um espião, o que deixa o espectador empolgado com as possibilidades que isso gera para a trama, é rapidamente descartado pelo roteiro sem muita cerimônia. E isso é apenas um dos exemplos do uso inconsequente de recursos narrativos que jamais se pagam, fazendo com que o filme fique com cara de fanfic.

Algo que só não é mais embaraçoso do que a utilização das imagens de arquivo de Carrie Fisher, falecida em 2017, para manter Leia no projeto. Fica óbvio que a personagem não está respondendo aos diálogos dos personagens que interagem com ela, não só por causa das respostas vagas (ninguém na resistência notou que Leia está senil?), como também devido ao encaixe feito pela montagem, que corta dela para seus interlocutores de frase em frase, distanciando ainda mais a conexão que poderia existir entre as duas filmagens. É uma participação triste e desnecessária que torna a despedida da amada general Organa ainda mais dolorosa por acontecer nesses termos.

Aliás, isso é o que pode ser dito de todo esse A Ascensão Skywalker, que cena após cena só denuncia cada vez mais se tratar de um projeto sem intentos artísticos, mas unicamente comerciais. Prova disso é a anulação da presença de Rose (Kelly Marie Tran), provavelmente o fato mais revoltante sobre esse nono episódio. Com apenas 76 segundos de tela em um filme com mais de 2 horas e 20 minutos de duração, a personagem, antes parte do grupo de protagonistas e um link poderoso da história com os abusos de poder perpetrados pela galáxia, agora precisa inventar uma justificativa fajuta para não embarcar na Millenium Falcon ao lado de seus amigos - o mais triste, entretanto, é perceber na expressão de Kelly Marie Tran a inconformidade por ter que repetir essas desculpinhas frouxas concebidas pela Disney, e é de partir o coração lembrar que a atriz foi obrigada a deletar suas redes sociais depois de sofrer múltiplos e violentos ataques xenofóbicos na internet, perpetrados por um bando de nerds punheteiros que não aguentaram assistir a uma mulher asiática e fora dos padrões de beleza de Hollywood ganhando destaque em uma das suas franquias favoritas.

E não adianta, dona Disney, a senhora tentar atirar um osso para o lado das minorias com um beijo gay de meio segundo de duração e filmado à distância - ainda mais mais porque ele foi feito dessa maneira para ser cortado fora das cópias enviadas a países que ainda não aceitam a homossexualidade. Esse tipo de “representação” é até ofensiva à comunidade LGBTQ+, e falo isso como membro da sigla. Sem contar a introdução de duas novas personagens aos 45 minutos do segundo tempo com o único e solitário objetivo de dar para Finn e Poe um par romântico para cada, e assim acabando de vez com a teoria de que os dois formariam um casal - uma ideia que era instigada pelos próprios atores. E se a manobra já é vergonhosa por si só, ela fica pior: é dada uma namorada branca para o cara branco e uma negra para o cara negro. Parece que a galáxia tão tão distante estão parada nos anos 1950, só faltou o milk-shake.

O que me leva, por fim, à participação de Billy Dee Williams, que retoma a capa de Lando Calrissian numa felicidade que só pode ser explicada pela empolgação do próprio ator de retornar à saga, porque de outra maneira não faz sentido algum o personagem surgir com largos sorrisos e sonoras gargalhadas em meio a perseguições e batalhas tão decisivas - mais um elemento para diminuir o impacto dessas cenas. E não é que elas sejam mal realizadas, e aqui eu preciso fazer uma concessão a J.J. Abrams, sempre um cineasta que admiro pela energia que consegue imprimir na sua direção.

Abrams pode não ser um roteirista brilhante (longe disso, já que ele e Terrio cometem o amadorismo de introduzir conceitos importantes para a história, como a tal da Díade, durante o clímax do último filme de uma saga que tem pelo menos 9 deles), mas no mínimo quando se trata de ação, é um diretor memorável. O que lhe falta aqui é um bom texto e a criatividade para utilizar melhor as raras boas ideias oferecidas pelo projeto, já que ele desperdiça criações fantásticas do design de produção como o planeta iceberg, que parece flutuar num oceano sideral. Ou então a instável estrutura da Estrela da Morte no meio do mar, que abriga uma luta de sabres sem vontade e mal coreografada. E mesmo detalhes criativos, como as escadarias de um vilarejo que apresentam discretas rampas de acessibilidades para dróides como BB-8, acabam sendo suprimidos pelos absurdos concebidos no seu roteiro.

Relegando pouco ou nenhum desenvolvimento aos seus protagonistas e esnobando outras figuras fascinantes já estabelecidas antes, A Ascensão Skywalker ainda perde um tempo absurdo introduzindo toda uma nova galeria de personagens que jamais justificam a própria existência. E aparentemente foi muito difícil encontrar tempo para explicar qual era o grande segredo que Finn tinha para contar a Rey, mas não para dar a Beaumont (Dominic Monaghan) e ao general Pryde (Richard E. Grant) alguns diálogos que poderiam ter sido de Rose, assim como a enérgica Maz Kanata (Lupita Nyong’o) perde um precioso tempo de tela para as participações apáticas de Jannah, Zorii e do aborrecido dróide D-O.

Birrento e preguiçoso, esse episódio IX de Star Wars fecha a saga da família Skywalker com uma nota de amargura, pois mesmo os seus capítulos mais falhos (A Ameaça Fantasma e O Ataque dos Clones, ao meu ver) ainda assim eram filmes audaciosos o suficiente para assumir aquilo que queriam ser e para experimentar as técnicas de linguagem que queriam explorar (vide os hoje ultrapassados efeitos visuais das prequels). E os detratores de Os Últimos Jedi podem acusar o longa de Rian Johnson do que vier à cabeça, mas o fato é que, gostando ou não, ele é obviamente um Guerra nas Estrelas muito mais fiel ao espírito de rebeldia e autenticidade que deu origem a essa franquia, do que esse acovardado desfecho visto aqui. Digo mais: de um ponto de vista estético e narrativo, o VIII é o mais sofisticado dentre todos os episódios.

A Ascensão Skywalker é, na melhor das hipóteses, um exercício cinematográfico medíocre. Pessoalmente, eu sempre vou preferir imaginar que o final de Star Wars foi aquele que trazia a criança e a vassoura, muito mais honesto e imbuído de Força do que essa masturbação comercial voltada a agradar o tipo mais tóxico de "fã" que uma saga pode ter - aqueles que já passaram para o lado sombrio no momento em que criaram um login no Twitter.


Nota: 2/10


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