terça-feira, 26 de abril de 2011

AS MÃES DE CHICO XAVIER

TRAILER  AS MÃES DE CHICO XAVIER HD

  

     Depois do ano em que se comemorou o centenário de Chico Xavier, onde o cinema brasileiro homenageou o medium com produções como o bom Chico Xavier e o irregular Nosso Lar, chega aos cinemas este exemplar que traz nos letreiros finais a mensagem de que o filme encerra a temporada de comemorações espíritas em honra a Chico. Entre aspas porque antes da exibição do filme, houve trailers de mais produções do gênero, que talvez, na verdade, muito possivelmente, serão melhores que este longa que consegue ser simplesmente, ruim.
     O filme conta (ou tenta contar) a história de três mães, Ruth (Via Negromonte), Elisa (Vanessa Garbelli) e Lara (Tainá Muller) que sofrem respectivamente com o filho Raul (Daniel Dias da Silva) que é drogado, com a perda do filho Théo (Gabriel Pontes) e com uma gravidez inesperada. Ainda há a subtrama envolvendo o jornalista Mário (Herson Capri) que manda o também jornalista Karl (Caio Blat) entrevistar o médium Chico Xavier (Nelson Xavier). Se passam longos e arrastados 40 minutos de projeção até que os diretores Glauber Filho e Halder Gomes, junto com o roteirista Emmanuel Nogueira decidam fazer a história andar, dedicando este "tempinho" inicial para apresentar de maneira confusa a situação de cada personagem. Estes são tão rasos e mal aproveitados que se tornam estereótipos, fazendo o espectador já sacá-los de primeira, o que faz ser inútil e chatíssimo este desperdício de tempo de projeção.


     Mas claro que a culpa não é só do roteiro e da direção, já que, quando estes fazem um trabalho não muito bom, sempre há a montagem para salvar o dia. Eis que a montagem não viu o bat-sinal sobre Gothan City e o material ficou nas mãos de criminosos terríveis. Sim! Criminosos! Porque a montagem deste filme é um crime! jogando tudo de qualquer jeito na tela à moda "Whatever", a montagem do longa é simplesmente uma das piores coisas já presenciadas em uma sala de cinema por este que vos fala. Do nada estamos vendo a história de Ruth quando de repente Elisa já está em tela acordando e chorando pelo filho Théo, só pra trinta segundos depois sermos jogados de volta ao que Ruth estava fazendo (o que alias era nada). Assim como o acidente de bicicleta do garoto Théo em que a câmera, esta covarde, insiste em deixar sair de tela, nos poupando, nós pobres e indefesos espectadores, de ver um garoto cair de sua "bike", intercalando o momento em que a bicicleta some de tela com a hora em que ela aparece toda retorcida no chão com um plano de um avião passando pelo céu, como se os montadores não tendo mais nada para colocar naquele momento, decidiram com uma moeda que imagem usariam para fazer esta intercalação. Um total absurdo. Sem Ritmo, numa confusão de planos sem linearidade alguma fica difícil acompanhar ou mergulhar nas histórias, já que assistir ao filme lembra mais uma situação em que alguém empurra sua cabeça pra dentro de um balde de água fria e segundos depois a retira violentamente só pra em seguida mergulhá-la de novo. Ou seja, uma experiência sufocante e nada carismática, que só é auxiliada pela direção de Filho e Gomes que mantém cada frame possível em um plano fechado quase nunca mostrando os personagens do joelho pra baixo. Mas a facada final é a montagem da trilha, que conta com musicas nacionais surgindo altas e ruidosas do nada nas sequências, como se o projecionista tivesse lembrado no meio da cena que deveria tocar certa música naquele momento. Descartando qualquer trabalho de edição de som, as canções chegam de surpresa mais uma vez puxando nossas cabeças metafóricas dos baldes de água fria também metafóricos.


     O elenco coitado, mal tem o que fazer com seus personagens. Negromonte  passa o filme todo sentada em frente há uma tela com cara de paisagem. Garbelli faz uma cara de que vai chorar mais não chora nunca, andando de um canto a outro seja da casa ou da cidade. Muller também passa o filme ou na porta da escola onde leciona ou no sofá de sua casa passando a mão na barriga. No meio de tanta mulher depressiva quem tem algum potencial de dar uma luz no final do túnel da dramaturgia deste filme é Caio Blat que ainda consegue ter alguma reação interagindo com o ótimo Nelson Xavier de volta ao papel de Chico.
     Com um roteiro sofrível, um elenco mais perdido que alma no limbo, uma montagem monótona e ofensiva e uma direção medrosa e claustrofóbica, o filme ainda comete o erro de nunca se situar em época alguma! Já que as roupas poderiam facilmente ser atuais, mas com aparelhos domésticos que remetem a década de 80. Enfim, este filme acaba sem deixar saudades, e sim votos de que nunca mais unam os ingredientes que resultaram nesta poção de bruxa malvada. Bem malvada.

NOTA: 2/10 
    
 

Um comentário:

  1. bah xingo pouco o filme, é tipo akele filme, tbm brasileiro, "linha de passe", bem fraquinho os dois!!! depois reclamam q nós nao assistimos filmes brasileiros,mas por isso q nao vemos!!!
    bom post!!!

    ResponderExcluir