TRAILER I AM NUMBER FOUR LEGENDADO
Se você misturar: 1) crepúsculo; 2) filmes Teen americanos; 3) clichês da jornada do herói e misturar tudo isso bem e deixar ferver, você provavelmente terá este Eu Sou o Número Quatro.
John (Alex Pettyfer) tenta viver sua vida normalmente... no planeta terra. Sim, John não é um vampiro que brilha, nem um adolescente que canta e nem um lobisomem que vive a base de esteróides, ele é um alienígena. Refugiado no nosso planeta (porque sempre a terra?) ele e seu protetor Henri (Timothy Olyphant) tentam sobreviver aos ataques dos também alienígenas, seus inimigos os Mogadorians (Pfff...) que querem (porque deu na telha) destruir todos os sobreviventes do planeta Lorien que estão por aqui, e de quebra já dar cabo do nosso planetinha azul também. Número um está morto, dois também e o filme começa com a morte do número três, e John é o número quatro. Fugindo para uma pequena cidade depois de ter sua identidade quase revelada, o garoto conhece Sarah (Dianna Agron a Quinn de Glee) por quem obviamente se apaixona. Nisso tudo ele, a garota e seu mais novo amigo Sam (Callan McAuliffe) se envolvem em uma trama para desvendar os mistérios envolvendo seu passado e uma solução para salvar a terra e eles mesmos.
Usando e abusando de clichês de filmes high school, a trama começa corrida, usando uma espécie de walk and talk (quando personagens andam e falam ao mesmo tempo para despistar o diálogo e dar movimento à cena) no início para explicar o passado do protagonista que se resume ao carro passeando por inúmeras paisagens abertas enquanto ouvimos sua voz narrando. Recurso de um roteirista (ou os três que o filme tem) ou um montador sem criatividade. Chegando a sua nova escola, John se depara com uma onda de lugares comuns, entre eles a garota bonita que namora o quarterback da escola, o próprio quarterback que é um idiota perito em praticar bullying e o alvo principal do cara, o nerd deslocado. É claro que ele se apaixona pela garota (Agron), é claro que ele compra uma briga com o quarterback Mark (Jake Abel), e é claro que fica amiguinho do nerd Sam, e é claro que todos eles "se metem em altas confusões". Mas se o roteiro se esforça pra copiar tudo ja feito antes até aqui, ele fica pior quando tenta seguir sua própria história. A explicação dos poderes de John se dá num armário de vassouras na escola, onde do nada aparece seu protetor como vindo do céu (Ah é, ele veio de lá mesmo) para explicar a ele tudo o que está acontecendo e o que aconteceu antes, como se fosse de extrema urgência que ele soubesse daquilo, o que não era. Mas com o desenrolar da história, onde os "carinhas do mal" acham eles e começam a persegui-los, o roteiro ainda passa por refrões destes filmes como: "Não é você sou eu", "Você é o escolhido, o único que pode blá-blá-blá...". Um roteiro, aliás, que deve ter sido bem patrocinado, já que cita ou mostra todo o tipo de marca, passando pela X-box, Coca-Cola e Red Bull.
O elenco é fraco, Dianna Agron não faz melhor do que faz em Glee, Callan McAuliffe é inexpressivo, nem se destaca nem é ruim, e o que dizer do protagonista Alex Pettyfer que faz uma cara de nada melhor que a da kirsten Stewart? O destaque mesmo vai para Timothy Olyphant cujo personagem infelizmente tem o destino clichê da maioria dos mentores nesse tipo de história. Há ainda a bela Teresa Palmer que dá vida a Número Seis, que aparece no começo sob o clichê de andar de costas para uma explosão (totalmente gratuita), uns 40 minutos depois durantes alguns segundos e depois no final com algum destaque, mas sua personagem tem o aprofundamento psicológico e o carisma de um nabo.
Falando no final, é lá que residem os melhores momentos do filme, já que se D.J. Caruso se recusa a comandar direito a produção durante o resto dela, pelo menos aqui ele dá alguma atenção ao projeto, conduzindo boas cenas de ação, com bastantes efeitos especiais ainda que todos numa fotografia muito escura para esconder o baixo orçamento. Ainda no começo tenta fazer uma homenagem a tubarão, que acaba soando desnecessária, pois não diz nem traz nada ao filme.
Com um elenco fraquíssimo, um roteiro mais batido que saco de pugilista e uma trama pouco envolvente o filme ainda é pretensioso ao ponto de deixar o final em aberto com muita coisa sem explicação, apostando em continuações futuras, que se o Grande Scott (ou os Mogadorians) quiser não vão acontecer!
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