A ideia pro trás dos filmes Os Mercenários é divertida. Fazia valer
a espiada no primeiro e as risadas no segundo, e aqui, por mais
desgastada que esteja, faz valer aquele sorriso saudoso ao vermos Harrison Ford
bancar o piloto de helicóptero, por exemplo. É, a ideia é essa, trazer grandes atores do cinema de ação brincando em um fiapo
de trama que pouco interessa, e neste processo, fazer o espectador rir um pouco
ao relembrar os filmes bons que os consagraram.
Não que importe, mas a história
desta vez começa quando Barney (Sylvester Stallone) descobre que um antigo
inimigo ainda está vivo. Este é Stonebanks (Mel Gibson), um contrabandista de
armas e assassino habilidoso. Preocupado com a idade avançada de seus
companheiros, Barney dispensa-os da equipe de mercenários e começa a recrutar
uma totalmente nova e composta por jovens, o que saí muito errado quando os novos
membros são sequestrados pelo vilão, fazendo com que o protagonista tenha de
juntar forças novamente para ir resgatá-los.
Ok, a tentativa do filme, que tem
como proposta homenagear os astros do gênero de ação, de criar uma nova geração
de brucutus para buscar empatia com as plateias mais jovens, é válida? Claro,
por que não? Ela funciona? Pessimamente. Não há carisma nesses personagens, e
uma vez que, ao contrário de seus colegas mais “velhinhos”, não estão
imortalizados em papeis anteriores, não há nem mesmo uma reputação com que se
identificar. Assim, com boa parte do filme sem a equipe original, e outra na
companhia destas insossas figuras, Mercenários
3 acaba sendo mesmo um filme solo de Stallone, e quando o clímax chega, é
apenas agradável vê-lo em ação ao lado de Statham, Ford, Schwarzenegger,
Lundgreen, Couture, Crews e Li. Mas
dentre todos estes, Wesley Snipes e Antonio Banderas merecem algum destaque por
arrancarem divertidas gargalhadas com seus excêntricos personagens. Aliás,
tenho a impressão de que se fosse protagonizado por estes e mantendo o vilão de
Gibson, o longa seria algumas vezes melhor, tamanho o magnetismo exercido pelos
três atores, que acima de tudo, parecem se divertir horrores em seu trabalho.
E como nada se leva muito a sério neste
projeto, é difícil definir o que se criticar e o que se levar como parte da piada;
Stallone fala com Doc no início do filme, e Doc parece escutá-lo, porém, o primeiro
está pilotando um helicóptero e o segundo está sob um trem em movimento, me
pergunto: “como Doc teria ouvido alguma coisa?”. No clímax, tanques de guerra
bombardeiam um prédio onde estão os mercenários, sendo que um take de uma única
explosão é usado para retratar o que deveriam ser três diferentes. Isso sem
contar que nem os tanques nem as dezenas de soldados lá presentes são capazes
de acertar sequer um tiro num dos heróis, algo com que o próprio personagem de
Gibson chega a brincar, satirizando o fato de capangas nunca acertarem ninguém.
Há um Green screen também dentro de um jipe que dói de tão óbvio, mas novamente,
não sei até que ponto isso não foi intencional... Mas o prêmio das “quase/talvez
gafes” fica por conta da cena onde Ford e Stallone dividem um diálogo onde é
quase impossível discernir o que dizem, já que ambos parecem apenas resmungar
suas falas.
Enfim, apenas com o eterno
Rocky/Rambo no centro da tela por boa parte da trama, sem a presença de figuras
como Chuck Norris, Van Damme e Bruce Willis, e deixando quase que como figurantes
de luxo atores como Schwarzenegger, Ford e Banderas, Os Mercenários 3 decepciona em entrosamento e prova que já está
mais do que na hora de escreverem um roteiro de verdade para estes filmes. Mas
isso não muda o fato de que é sempre divertido ver essas figuras em tela
arrebentando coisas com armas gigantes.
NOTA: 5/10
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