quinta-feira, 3 de maio de 2018

CRÍTICA: LA CASA DE PAPEL - 1ª TEMPORADA


La Casa de Papel poderia muito bem ter sido escrita por Dan Brown, autor de O Código Da Vinci (2006) e Anjos e Demônios  (2009). Assim como nos livros do escritor estadunidense, acompanhamos aqui uma série de eventos curtos e tensos que deixam o espectador (ou leitor) curioso para saber o que acontece em seguida – aquela personagem foi executada mesmo? A polícia vai encontrar o esconderijo do ladrão na próxima cena? O que será que Raquel descobriu numa gravação? Os ganchos não existem apenas ao final de cada episódio, mas praticamente a cada mudança de cena – o que remete bastante aos capítulos minúsculos de Brown e sua mania de fechá-los com uma incógnita.

Entretanto, esta tática acarreta numa demanda absurda de criatividade para gerar situações que continuem se superando ou mantendo o nível de choque causado pela cena anterior – e ninguém há de acusar a série de não ser inventiva. Mas é aí que La Casa de Papel começa a partilhar também de um dos principais problemas das narrativas de Dan Brown: a implausibilidade. Não que “ser plausível” seja um pré-requisito indispensável a todas as obras, mas o absurdo simplesmente não casa muito bem com tom de thriller policial estabelecido pela linguagem da série – a fotografia escura, a trilha pesada e os próprios ganchos que, para funcionar, exigem que o espectador leve tudo aquilo muito a sério. Continuar lendo>>>

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