Apesar de protagonizados por
seres dotados de poderes especiais, os filmes da franquia X-Men encontraram sua força não na ação desenfreada ou no deslumbre
técnico, mas sim no lado humano de seus personagens e na alegoria sobre o preconceito
contra minorias, grupos étnicos, etc. Os discursos de X-Men: O Filme, X-Men 2, X-Men: O Confronto Final e X-Men: Primeira Classe poderiam ser encaixados nos contextos da discriminação com homossexuais, islâmicos,
mulheres, religiões afrodescendentes, entre muitos outros grupos cuja liberdade
de expressão e disseminação na sociedade é vista com maus olhos pela maioria
das pessoas que compõe a mesma. Desta forma, os quatro filmes – excetuo aqui,
claro, o ruim X-Men Origins: Wolverine
e o apenas bom Wolverine Imortal – possuíam
um riquíssimo subtexto político-social que engrandecia e aprofundava léguas
incontáveis o seu alcance dramático. Ao se afastar um tanto deste tema e ao deixá-lo
apenas subentendido, este novo X-Men:
Dias de um Futuro Esquecido poderia facilmente perder seus alicerces e decepcionar
como parte de uma série de produções tão importantes, porém, recheando uma
elaborada trama com personagens que a esta altura já são amplamente conhecidos
e queridos pelo público, a nova investida de Bryan Singer no Universo X se mostra
tão eficiente e memorável quanto os longas que a antecederam, empolgando do
início ao fim. Inteligente, divertido, dramaticamente complexo e cativante.
quinta-feira, 22 de maio de 2014
sexta-feira, 16 de maio de 2014
quinta-feira, 15 de maio de 2014
GODZILLA
Tendo aparecido pela primeira vez
em 1954 no longa-metragem japonês Gojira
de Ishirô Honda – sobre o qual escrevi aqui - o monstro chamado em terras
ocidentais de Godzilla tinha tudo para voltar ao solo americano com segurança
depois do remake galhofa dirigido por Roland Emmerich em 1998. Afinal, Gareth
Edwards tem em seu currículo Monstros,
filme de baixo orçamento que também lidava com criaturas gigantes, ainda que
estas servissem muito mais como catalisadoras, proporcionando uma visão
bastante humana da situação de perdas de vida em massa. Então quem seria mais
apropriado para dirigir a nova incursão do monstrengo nas telonas? A resposta?
Aparentemente qualquer um, já que o cineasta visto anteriormente some em meio a
um roteiro raso, arrítmico, trôpego e repleto de maniqueísmos óbvios. Acaba
divertindo eventualmente, é verdade, embora a palavra correta fosse mesmo “distraindo”,
já que diversão implica em se entusiasmar. Esse Godzilla se leva muito a sério. Não deveria.
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