sexta-feira, 5 de agosto de 2016

ESQUADRÃO SUICIDA


A verdade é que Esquadrão Suicida não sabe que filme quer ser. Ou melhor, ele sabe como gostaria de ser, mas lhe falta coragem e inteligência pra chegar lá. Tente imaginar alguém palestrando sobre um tema que não domina, gaguejando de tópico em tópico enquanto emprega vários “hmmmm”, “ããhnnnn” e “unnnn” entre eles. Esse é o sentimento da primeira meia hora de projeção. A coisa é que o longa, dirigido e escrito por David Ayer (vindo do ótimo Corações de Ferro), desentende que vilões já são figuras empáticas por sua própria natureza - é muito fácil para o espectador se identificar com personagens que desprezam regras e adotam certas liberdades sociais/comportamentais, mesmo que condenemos suas ações. Ora, é isso que torna um Walter White, um Deadpool ou mesmo um Coringa concepções tão cativantes. Assim sendo, é decepcionante constatar que, além de um roteiro batido e cheio de furos, uma montagem caótica e uma direção no mínimo problemática, o filme ainda investe em um esforço vazio para sensibilizar o público sobre seus anti-heróis.