terça-feira, 22 de novembro de 2011

AMANHECER PARTE 1 - CABINE CELULAR

     Mais uma vez participei do Cabine Celular, desta vez junto com um monte de "crepusculetes". O vídeo que marca a aposentadoria do canal no youtube (neste formato pelo menos), contou então com uma pequena participação minha em dois momentos e enquanto eu não público a crítica oficial, vocês podem conferir nele mais ou menos o que eu achei do filme. Um crítica mais detalhada e embasada será postada em breve, por ora curtam o vídeo e se despeçam também do crítico de cinema Maurício Saldanha que ficará sem postar por tempo indefinido.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

OSCAR PARTE 1: BRINCANDO DE PREVER OS INDICADOS - ATRIZ COADJUVANTE

   Olá! Pois é, estamos em novembro e os palpites sobre os indicados para o maior (ou o mais reconhecido e famoso) prêmio da indústria cinematográfica já estão pipocando pela internet. Não quero ficar pra trás, embora pense que ainda é um pouco cedo, já que, como um espectador normal de cinema no Brasil, eu ainda não tive a chance de ver todos aqueles que acredito que terão uma chance na premiação simplesmente por que eles ainda não chegaram por aqui. Mas enfim, vamos pelo que já vi e sei dos que virão.      Só um detalhe, como eu quero comentar as principais categorias, e são muitos os meus palpites e eu ainda gosto de comentá-los, farei o seguinte. Para não transformar isso em um texto gigante e maçante, eu publicarei um post por dia, cada um dedicado a uma das categorias sobre as quais quero falar. Então, a de hoje é: 

MELHOR ATRIZ - postado em 10/11/2011
MELHOR ATOR - postado em 11/11/2011
ATOR COADJUVANTE - postado 12/11/2011

ATRIZ COADJUVANTE:


     Acredito que a maior parte das felizardas indicadas para esta categoria este ano ainda estão por estrear aqui no Brasil, porém, me cabe apostar nas que eu acho que possuem alguma chance. Mas comecemos com o que eu já vi desta vez. Quando escrevi sobre a categoria Melhor Atriz, uma das minhas apostas foi em Jessica Chastain por A Árvore da Vida, mas a colocarei entre as minhas apostas para atriz coadjuvante também tendo em vista sua participação no filme, que pode ser interpretada nas duas categorias. Outra é Elena Anaya por A Pele que Habito em uma performance que se fosse indicada mereceria até mesmo o de atriz. Mas acho que a garota deve ficar satisfeita com uma indicação a coadjuvante, se a tiver, pois acho difícil que a academia reconheça seu ótimo trabalho no filme.

     E por que não Charlotte Rampling por Melancolia? Por menor que seja sua participação, a atriz consegue colocar toda a raiva e a amargura de uma personagem sombria nos poucos minutos que ganha em tela como a mãe das irmãs que protagonizam o longa. Não creio que o filme de Trier seja tão amplamente reconhecido assim, mas vale a aposta. E muito mais arriscado é apostar nas indicações da Warner por Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2. Maggie Smith e Helena Bonham Carter estão ótimas em seus papéis no filme, a primeira agora com mais destaque mostra o poder de um veterana britânica no elenco, sendo responsável por dois ótimos momentos do longa enquanto a outra tem sua glória nos primeiros minutos de filme se obrigando a interpretar outro personagem. Porém, novamente digo que a academia é preconceituosa com os filmes e acho muito difícil que alguma das duas receba a indicação, entre tanto volto também a lembrar a grande campanha da produtora em volta das indicações do filme e todo apelo comercial que "O último filme" de uma das mais importantes sagas do cinema tem para com a academia.


     Judi Dench, uma das queridinhas da premiação vem ai com dois projetos fortes aonde pode ser reconhecida nesta categoria. Em J. Edgar de Clint Eastwood eu creio que ela tenha mais chances, mas também há sua participação em My Week With Marilyn para ser relevada. Eu acho Dench uma daquelas ótimas atrizes que nunca saem de um "tipo", não que isso a torne menos talentosa sob meu olhar, apenas vejo que essa sua persona já foi reconhecida e condecorada com uma estatueta dourada, e por mais merecida que suas possíveis indicações possam ser, talvez levar o prêmio não seja muito justo para com suas concorrentes. A "favorita" me parece ser mesmo Viola Davis por The Help, filme que vem recebendo ótimas críticas lá em cima e que fez bom público, ou seja, agradou ambos, o que deve lhe render algum destaque na grande noite. Davis é talentosa e já mostrou seu potencial em outros trabalhos, embora eu não a veja protagonizando um filme, ainda a acho bem colocada como coadjuvante. E por fim, Marisa Tomei é uma atriz que faria jus a uma indicação, tendo em vista a competência da atriz em outros filmes, principalmente na decadente personagem que encarnou em O Lutador. Este ano ela vem ao lado de Ryan Gosling em The Ides of March.     

Helena Bonham Carter em Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 2:


Judi Dench em J. Edgar:


Marisa Tomei em The Ides of March:



sábado, 12 de novembro de 2011

11 - 11 - 11


     Fui conferir ontem (dia 11/11/11) este longa que veio fazendo sua publicidade em cima data de estréia tão "profética" (é só um monte de número igual!), prometendo um grande mistério a ser desvendado em tela e todas aquelas baboseiras de sempre. Bom, ou melhor, ruim, é isso que o filme é. Na verdade, me recuso a chamar de filme. Filmes implicam em algo mais. Isso aqui? É uma grande brincadeira de mal gosto como espectador que pagou o ingresso mais caro para ver na sexta, dia da estréia, porque queria saber que porcaria era essa de 11-11-11 no dia 11/11/11! Enfim, é algo (continuo me recusando a chamar de filme) tão ruim e tão mal feito que não merece nem meu tempo e escrita. Por isto, posto abaixo minha opinião em vídeo, já que fui convidado a participar novamente do Cabine Celular comandado pelo Maurício Saldanha (@mausaldanha), e através deste canal, eu (@yuriclc), pude expressar junto a outros convidados, a total irrelevância disto (nunca chamarei de algo associado à uma produção audiovisual). Fiquem ai com o vídeo e evitem isso daí que está nos cinemas ocupando o lugar de algum outro filme de verdade.


OSCAR PARTE 1: BRINCANDO DE PREVER OS INDICADOS - ATOR COADJUVANTE

     Olá! Pois é, estamos em novembro e os palpites sobre os indicados para o maior (ou o mais reconhecido e famoso) prêmio da indústria cinematográfica já estão pipocando pela internet. Não quero ficar pra trás, embora pense que ainda é um pouco cedo, já que, como um espectador normal de cinema no Brasil, eu ainda não tive a chance de ver todos aqueles que acredito que terão uma chance na premiação simplesmente por que eles ainda não chegaram por aqui. Mas enfim, vamos pelo que já vi e sei dos que virão. 
     Só um detalhe, como eu quero comentar as principais categorias, e são muitos os meus palpites e eu ainda gosto de comentá-los, farei o seguinte. Para não transformar isso em um texto gigante e maçante, eu publicarei um post por dia, cada um dedicado a uma das categorias sobre as quais quero falar. Então, a de hoje é: 


MELHOR ATRIZ - postado em 10/11/2011
MELHOR ATOR - postado em 11/11/2011


MELHOR ATOR COADJUVANTE:


     Os coadjuvantes! Nos últimos anos temos tido ótimos e merecidos vencedores (aqueles pra quem não se pode negar o prêmio), porém, se antes tinha-se uma figura já montada de quem seria o vencedor, tanto ator como atriz, este ano acontece de termos muitas boas performances, sem contar as que eu ainda não vi! Mas enfim, vamos começar por essas mesmas, as inéditas pra mim. Ao lado de Meryl Streep vem Jim Broabdent, um ator excepcional que assim como Stanley Tucci é especializado em entregar coadjuvantes maravilhosos. Em A Dama de Ferro o ator promete fazer o que sempre faz e por isso, acabar ganhando mais uma indicação, que se for resultado de seu trabalho habitual já será mais do que merecida. Fala-se também em Jude Law por Hugo Cabret de Martin Scorsese. Como não vi o filme, não posso opinar sobre como Law se saiu no papel, seus desempenhos normalmente são bons, mas só. O que pode ajudá-lo é entrar na onda "Um filme de Scorsese".

     Philip Seymour Hoffman que começou pequeno há não muito tempo e que agora já é um vencedor do prêmio com nome feito, possuí carisma e empatia com a academia e talvez ganhe um lugar entre os indicados por Moneyball onde trabalha ao lado de Brad Pitt. O trabalho do ator é sempre competente (isso quando não é ótimo), por isso uma das minhas apostas é nele com certeza (pelo menos entre os que estão por vir). Kenneth Branagh também tem chances trabalhando em My Week with Marilyn, o ator sumido das telonas há algum tempo (pelo menos aparecendo nelas, ele dirigiu Thor este ano), é cultuado como um amante das obras de Shakespeare e suas performances teatrais normalmente são elogiadas, vale levantar suspeitas sobre este. E por fim, não se deve descartar o time de feras que vem acompanhando Gary Oldman em O Espião que Sabia demais, que conta com nomes como John Hurt, o vencedor do prêmio de ator este ano Colin Firth, Tom Hardy, Ciarán Hinds e Mark Strong.

     Finalizando com os ainda não vistos e indo pros já conferidos, comecemos com Brad Pitt (Sim, de novo!) por A Árvore da Vida. Novamente digo que o ator está há horas pra receber o reconhecimento máximo da academia e que o merece sem dúvidas. Sua performance no filme de Malick é simplesmente brilhante! Interpretando um pai que é visto como um ditador, Pitt consegue, ainda sim, demonstrar em tela que tudo que faz é por amor aos filhos, sendo o papel ainda mais destacável por não se perder mesmo dentro da montagem totalmente incomum do longa, o que mostra que seu empenho e competência foram constantes durante as filmagens.

     Mas vamos novamente ao núcleo do marketing agressivo que a Warner está fazendo em cima da campanha de HarryPotter e as Relíquias da Morte parte 2 para o Oscar. E aqui sim se pode apostar sem medo de errar! Seja Ralph Fiennes, Alan Rickman ou os dois, uma indicação ao mínimo é esperada para o filme nesta categoria. Fiennes finalmente teve seu tempo merecido em tela para mostrar todo o potencial que o ator tem, dando vida a Voldemort e transformando-o em um vilão aterrorizante justamente por parecer mais humano do que antes. Já Alan Rickman transborda talento ao ter que lidar com os dois lados de Snape, dosando suas ações e falas, entregando e finalizando o arco de um personagem incrível. Sem contar que o ator já merece o reconhecimento há um bom tempinho. A academia pode até ter se mostrado bastante relutante em premiar a saga durante esta última década, mas acho muito difícil de se ignorar os números, as estatísticas e a publicidade feita este ano.
   
Philip Seymour Hoffman em Moneyball:


John Hurt em O Espião que Sabia Demais:


Colin Firth em O Espião que Sabia Demais:

   

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

OSCAR PARTE 1: BRINCANDO DE PREVER OS INDICADOS - MELHOR ATOR

     Olá! Pois é, estamos em novembro e os palpites sobre os indicados para o maior (ou o mais reconhecido e famoso) prêmio da indústria cinematográfica já estão pipocando pela internet. Não quero ficar pra trás, embora pense que ainda é um pouco cedo, já que, como um espectador normal de cinema no Brasil, eu ainda não tive a chance de ver todos aqueles que acredito que terão uma chance na premiação simplesmente por que eles ainda não chegaram por aqui. Mas enfim, vamos pelo que já vi e sei dos que virão. 
     Só um detalhe, como eu quero comentar as principais categorias, e são muitos os meus palpites e eu ainda gosto de comentá-los, farei o seguinte. Para não transformar isso em um texto gigante e maçante, eu publicarei um post por dia, cada um dedicado a uma das categorias sobre as quais quero falar. Então, a de hoje é: 

MELHOR ATRIZ - postado em 10/11/2011

MELHOR ATOR:


     Muito bem recebido em Veneza e desde então muito cotado para os principais prêmios da Academia, O Espião que Sabia Demais tem em seu elenco uma das maiores apostas para o Oscar de ator. Gary Oldman, o veterano acostumado a interpretar esquisitões que gostam de gritar vem em um papel que parece ser mais contido e sério (O filme é um dos que ainda não vieram pra cá, resta-me especular), o que já é um grande passo em direção a estatueta dourada. Mas se acalmem que ainda há outros (também ainda inéditos no Brasil) que podem vir desbancar Oldman. Por exemplo, Moneyball estrelando Brad Pitt que esta há horas pra ganhar algum reconhecimento da academia, já que a cada novo papel o ator evoluí e se firma como uma das grandes estrelas do cinema atual. 



     Ainda nas previsões futuras (ou seja, no chutômetro), pode-se apostar em Leonardo DiCaprio que vem dar vida a J. Edgar Hover em J. Edgar. Embora o ator não seja muito querido entre os membros da academia, seu diretor no filme, Clint Eastwood, é. E sua posição de ator já conhecido e interpretando um papel biográfico pode também ajudar sua indicação a cair nas graças da premiação. Já Johnny Depp vem com The Rum Diary, sobre o qual sei pouco, mas que levo em consideração tendo em vista a boa fase do ator e sua procedência nas indicações. Ralph Fiennes com seu projeto que procura modernizar a peça de Shakespeare Coriolanus, pode sim, ter grandes chances de não só ser indicado, como de ganhar também. E pra terminar com todas essas apostas futuras fica outra vez Carnage, o novo longa de Roman Polanski sobre dois casais discutindo sobre um desentendimento entre os filhos na escola. O filme parece, se passa todo em um apartamento, é baseado em uma peça de sucesso e traz um elenco formidável, porém, a junção de tantas estrelas pode fazer com que elas ocupem o mesmo espaço, não deixando ninguém ter destaque. E ainda soma-se o fato das polêmicas em volta de Polanski. Ainda sim, ficam meus votos para John C. Reilly e Christoph Waltz que se mostram sempre competentes, o último inclusive está merecendo um papel mais digno desde seu vilão em Bastardos Inglórios.

     E então, sobre os que eu já assisti posso dizer o seguinte. Steve Carrell merecia uma indicação este ano por Amor a toda Prova, onde o ator mostra tudo aquilo que sabe fazer, desde seu potencial mais dramático até seu lado mais cômico. Sempre dosado e querido pelo público, Carrell tem chances ao menos de ser indicado, embora eu duvide que se o for, vença. Já Antonio Banderas está mais do que elogiável em A Pele que Habito de Pedro Almodóvar, e seu carisma pode acabar lhe garantindo uma indicação, embora, assim como Carrell, eu duvide de sua vitória.

     E levando em conta a campanha absurda da Warner, pode-se, mais arriscadamente, apostar em Daniel Radcliffe para a categoria. O jovem ator e sua evolução dentro da saga Harry Potter sempre foram bem vistos. E agora que está na Broadway e protagonizando outros projetos, já é um ator de nome, o que a academia leva em consideração. Sem contar o fato já citado anteriormente que diz respeito à grande fama da saga, que pode lhe render muitas indicações (e vitórias) este ano. E pessoalmente eu acho merecida está possível indicação, já que muito se deve a performance de Radcliffe em Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 2.


     Pra finalizar é sempre bom citar Matt Damon que está em pelo menos três projetos este ano (dois já estrearam aqui e o outro ainda não), sendo que não acredito que sua boa performance em Os Agentes do Destino tenha alguma chance de ser indicada. Sobrando mais para Contágio, onde seu personagem pessoalmente se encaixa melhor como coadjuvante. Mas ainda há chances para ele em We Bought a Zoo. E por fim temos Ryan Gosling, já queridinho também que vem ai no elogiadíssimo Drive e no ainda pouco comentado The Ides of March.   


Ralph Fiennes em Coriolanus:


Antonio Banderas em A Pele Que Habito:


Pôster de Carnage:



quarta-feira, 9 de novembro de 2011

OSCAR PARTE 1: BRINCANDO DE PREVER OS INDICADOS - MELHOR ATRIZ

     Olá! Pois é, estamos em novembro e os palpites sobre os indicados para o maior (ou o mais reconhecido e famoso) prêmio da indústria cinematográfica já estão pipocando pela internet. Não quero ficar pra trás, embora pense que ainda é um pouco cedo, já que, como um espectador normal de cinema no Brasil, eu ainda não tive a chance de ver todos aqueles que acredito que terão uma chance na premiação simplesmente por que eles ainda não chegaram por aqui. Mas enfim, vamos pelo que já vi e sei dos que virão. 
     Só um detalhe, como eu quero comentar as principais categorias, e são muitos os meus palpites e eu ainda gosto de comentá-los, farei o seguinte. Para não transformar isso em um texto gigante e maçante, eu publicarei um post por dia, cada um dedicado a uma das categorias sobre as quais quero falar. Então, a de hoje é: 

MELHOR ATRIZ:

            Vem sendo muito cotada para ganhar este ano Kirsten Dunst por Melancolia. Embora eu ainda ache a performance de sua colega no projeto, Charlotte Gainsbourg, superior a sua, eu acredito que a academia irá preferir indicar Kirsten se optar por uma das duas. E não que Kirsten não mereça, mas há outras concorrentes que mereciam tanto quanto. Como Jessica Chastain e sua complexa Sra. O'Brien no maravilhoso A Árvore da Vida (não vou parar pra discutir a qualidade deste filme, pois já escrevi dois post's sobre isso aqui, uma crítica e um texto).


       Já uma aposta mais arriscada é Emma Watson por Harry Potter e as Relíquias daMorte Parte 2, que foi inscrita pela Warner para a categoria. Não tenho muitas esperanças, porém um fato que deve ser levado em conta é a constante procura da cerimônia de aumentar sua audiência, e nada melhor do que dar o maior número de indicações possíveis para um filme que atende principalmente o público jovem e que é reconhecido pela crítica especializada. Chamando assim, a atenção de dois grandes grupos que prestigiam e levam adiante o mercado cinematográfico. Mais especificamente ao merecimento de Hermion... Digo, de Emma, eu acho que é merecida a possível indicação, já que a jovem atriz mostrou grande amadurecimento através da saga Harry Potter, chegando ao ápice de sua performance nestes dois últimos filmes, especialmente na primeira parte, seu destaque aqui seria merecido e reconheceria o trabalho de Watson em toda a saga. 

     Mas não esqueçamos que ainda vem coisa por ai! E de todos os filmes que ainda virão a tempo de entrar pra disputa, eu reservei dois que eu acho que terão algum destaque nesta categoria. Em primeiro há A Dama de Ferro, novo filme estrelado por Meryl Streep. Precisa dizer mais alguma coisa? Todos sabem como a academia adora esta mulher e principalmente num papel de mulher imponente como promete ser este seu no filme. Porém, outra que andava sumida e vem ai com a chance de uma indicação também, é Glenn Close que vem travestida de homem em um antigo projeto seu que finalmente vai ganhar as telonas, Albert Nobbs. O filme baseado numa peça de mesmo nome e também protagonizada pela atriz tem grandes chances de receber a indicação, seja pelo saudosismo a Close ou na crença de que ela entregará um ótimo personagem que seja tão elogiado aqui como foi em sua peça de origem.
  
     A queridinha Michelle Williams é outra que vem ai com grandes chances no aguardado My Week with Merilyn, onde ela interpreta ninguém mais ninguém menos que a própria Merilyn Monroe, o típico papel biográfico de uma figura famosa que o Oscar adora premiar. Saindo dos vestidinhos esvoaçantes para uma punk bem undergound, temos Rooney Mara em uma personagem polêmica na refilmagem de David Fincher de The Girl With the Dragon Tattoo. A personagem é difícil e tem grandes chances de receber uma performance incrível da atriz, porém, é muito "dark", o que não é o tipo favorito da academia.

     E pra finalizar, seria errado pelo menos não citar minhas suspeitas quanto a Carnage, novo longa de Roman Polanski, que traz um elenco de grandes figuras. Tão grandes e tão bem cotadas, que me arrisco a dizer que irão ocupar cada uma o mesmo espaço em tela, deixando as chances de uma indicação nestas categorias menor. E tem o fato ainda envolvendo os escândalos em volta do diretor que podem sempre influenciar a academia em sua escolha (mas de polêmica em polêmica, Lars Von Trier também pisou na bola esse ano, mesmo que em escala menor). Mas minhas apostas para este filme são em Jodie Foster e Kate Winslet, ambas já premiadas. As atrizes prometem uma boa performance, porém, ficam minhas ressalvas.

sábado, 5 de novembro de 2011

A PELE QUE HABITO



     Os delírios transexuais e multicoloridos de Pedro Almodóvar chegam ao seu ápice neste novo e cativante thriller que deve marcar o bom retorno do cineasta as telonas, que teve como seu último projeto o fraco Abraços Partidos.



     Algo entre Ata-me (do próprio Almodóvar) e Frankenstein, A Pele que Habito começa nos apresentado a Vera (Elena Anaya), uma bela moça que vive trancafiada em um quarto numa mansão, cuidada por empregados e uma governanta com quem só tem contato através de um interfone e um elevador para mantimentos. Quem a mantém lá é o Dr. Roberto Ledgard (Antonio Banderas), um cirurgião que aparentemente esta tentando criar uma pele humana artificial que seja muito mais resistente que a nossa, inclusive a picadas de animais, cortes e até mesmo o fogo. E sua cobaia seria Vera, a quem não deixa chegar perto de objetos cortantes ou pontiagudos. Acontece que o passado de Roberto esconde traumas terríveis que servem como motivações para sua pesquisa, e assim, enquanto aos poucos vamos descobrindo que eventos foram estes que moldaram o personagem ao que ele se tornou, é que vamos também conhecendo a história de Vera, que se mostrará ser muito mais que uma simples cobaia humana.



     Escrito pelo próprio Almodóvar, o longa brinca tranquilamente com o imprevisível e o bizarro (elementos sempre presentes nos melhores trabalhos do diretor), indo e voltando no tempo de maneiras incomuns para entregar os elementos de sua estória no momento planejado. Tirando-nos de uma linha de raciocínio e nos jogando em outra totalmente diferente e absurda várias vezes, vide o ótimo momento com o "tigre", sua estrutura possui o dom de nos deixar interessados justamente por não sabermos como aquilo será conduzido dali em diante. E mesmo sendo possível imaginar aonde tudo vai dar (ou deu, depende do seu ponto de vista), eu cito de novo e desafio, quem imaginou antes de acontecer, que aquele "tigre" iria surgir na trama?



     É fato que o realizador está muito a vontade na direção e condução do projeto. E isso é claro, porque ele está rodeado de profissionais que além de competentes, são velhos colaboradores, que por isso mesmo já estão afinados ao estilo do diretor. José Luis Alcaine assina a ótima fotografia do filme, que preza por mostrar com clareza as conhecidas opções estéticas dos cenários de Almodóvar, sempre amplos e coloridos. Assim o filme é quase sempre muito bem iluminado, seja em uma externa a luz do dia, ou em uma interna dentro de um porão de pedra totalmente fechado, onde mesmo assim, se vê uma réstia de luz azulada que refletida em uma balde de água parece iluminar todo o local. Outro que volta ao seu posto é José Salcedo, que mais uma vez se encarrega da montagem de um filme do cineasta. E mais uma vez se mostra competente ao saber lidar com um roteiro incomum do mesmo, fazendo das idas e voltas no tempo (da pra chamar de flashback?), mudanças naturais na trama. Respondendo aos poucos perguntas que vão surgindo, e revelando aos poucos o verdadeiro herói do longa. O que me leva a mais um antigo amigo de Almodóvar. Antonio Banderas, que encarna aqui a fúria e a paixão de Roberto, um homem dividido eternamente entre o amor e o ódio. O ator consegue por nos gestos simples e delicados ou na fala suave e cuidadosa, o cuidado e a preocupação que o personagem tem para com Vera. Assim como sabe ser energético e soturno quando furioso, mas sempre mantendo em ambos os sentimentos um tom autoritário que servirá mais tarde para a virada que o personagem sofre sobre a perspectiva do espectador. Ah sim! As emoções do filme, bem marcadas e objetivas principalmente quando trazidas a nós por mais um colaborador de Almodóvar, Alberto Iglesias que entrega aqui uma trilha maravilhosa que quase sempre atrelada totalmente à montagem, nos carrega nos altos e baixos dos personagens e seus conflitos, com temas sempre carregados e característicos do compositor.



     Outros que merecem o devido destaque são Marisa Paredes e Jan Cornet que respectivamente interpretam Marília e Vicente. A primeira, a governanta da mansão Ledgard, se mostra uma mulher tensa, não maliciosa, mas mesmo assim o tipo de megera que o público adora odiar. Já Cornet vive Vicente, um rapaz que tem um envolvimento importante nos eventos traumáticos vividos por Roberto e que mais tarde tem um destino ainda mais marcante. Mas meu maior destaque vai para Elena Anaya que encarna com perfeição a serena Vera. Seus traços físicos lembram às vezes a adorada de Almodóvar, Penélope Cruz, principalmente nos grandes olhos castanhos, que expressivos, pouco precisam fazer para nos passar do mais profundo desejo até o mais tenebroso ódio vividos pela personagem. A princípio entende-se que Vera é um clone da falecida esposa de Roberto, e que o desejo do cirurgião ao criá-la foi, além de qualquer pesquisa, reviver a esposa. O que, aliás, explica em muito o nome dado por Roberto a este "clone": Vera Cruz. Do latim, "cruz verdadeira" ou "cruz original", um termo usado para se referir à cruz em que Jesus Cristo teria sido posto e que aqui faz referência ao desejo do personagem de Banderas de trazer sua Gal (nome da esposa falecida) de volta. Há um momento inclusive, que mostra Roberto moldando um bonsai prendendo-o com ferro, o que praticamente representa o personagem, que aprisiona e molda a própria vontade algo que devia ser natural. Assim, pequenos detalhes como esses, ajudam a colocar os desejos dos personagens e suas características em ordem na tela, graças à atenção que o diretor e escritor parece ter com eles.



     Mesmo possuindo o que alguns poderiam chamar de erros, este novo longa de Pedro Almodóvar fecha como um dos melhores lançamentos do ano justamente por não se preocupar com os absurdos que compõe sua estrutura. Conduzindo até mesmo o mais leigo dos espectadores por seu universo imprevisível e cativante. Usando e abusando das cores na direção de arte, curiosamente muito menos explícito que o comum nas cenas de sexo e sabendo dosar com talento o mistério, a emoção e a estória que pretende contar, o cineasta entrega aqui o que deverá se tronar um de seus trabalhos mais memoráveis, ainda que eu preveja alguns falando sobre este ser um filme menor, o que em momento algum tira méritos do projeto que alcança com maestria todos os seus objetivos.


NOTA: 10/10

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

CONTÁGIO



     Steven Soderbergh ficou conhecido principalmente depois de dirigir Traffic onde seu uso de palhetas de cores bem distintas entre um núcleo e outro do roteiro, chamou a atenção do público, da crítica e até mesmo da academia. Mas isso foi a mais de dez anos atrás, o que significa que usar da mesma técnica (hoje já ultrapassada por estar amplamente difundida) seria burrice. Assim, neste novo longa que trata da mesma maneira com núcleos diferentes de roteiro, o diretor opta por atualizar aquele estilo tão bem sucedido antes.



     Um contador na tela nos informa que o filme já inicia no segundo dia da epidemia, enquanto acompanhamos Gwyneth Paltrow começar a disseminação do vírus. A partir daí acompanhamos as tramas de Mitch (Matt Damon), o único que parece ser imune a doença, com a filha a quem tenta proteger da infecção, do Dr. Ellis (Laurence Fishburne) que junto com a Dra. Erin (Kate Winslet) e a Dra. Leonora (Marion Cotillard) trabalha para achar o marco zero da epidemia enquanto planejam o desenvolvimento de uma vacina e a organização da população desesperada, e por fim, de Alan (Jude Law), um blogueiro sensacionalista disposto a desacreditar os planos e anúncios do governo a todo custo, mesmo que este custo seja sua própria saúde.



     Enquanto acompanha o pavor e o caos crescentes na sociedade, Soderbergh sabe conduzir seu filme com um ritmo impecável, nos dando aos poucos aquilo que queremos, auxiliado pela montagem eficiente (só durante esta primeira metade do filme) de Stephen Mirrione e sempre deixando claro os termos científicos através dos diálogos rápidos e inteligentes do roteiro de Scott Z. Burns. Porém ao fazer a transição do caos para a solução, nenhum dos envolvidos é feliz. O roteiro de Burns (ou seria culpa da montagem de Mirrione?) simplesmente some com a personagem de Cotillard em meio ao filme, trazendo-a de volta mais tarde só para dar-lhe um fim estranho e nada explicado. E o final simplesmente caí para uma solução óbvia, tornando toda a segunda metade do filme, na verdade, uma longa finalização, [SPOILER] já que ela se entrega a contar a resolução dos conflitos com a chegada da vacina e dar os finais felizes a quem merece [FIM DO SPOILER], perdendo assim, uma chance de se tronar mais impactante. E não que o filme não tente, sua inteligente sequência final quase chega ser o bastante para compensar a monotonia que toma todo o terceiro ato.



     Assim, o filme acaba sustentando os arcos de seus personagens até o fim graças ao carisma que a maioria de seus atores tem para com o público. O que acaba não exigindo muito mais dos mesmos, que se deixam levar por seus papéis sem investir em grandes trabalhos dramáticos. É verdade que nem o roteiro e nem a montagem dão margem para tanto, mas é que estamos acostumados a ver estes atores, em especial Cotillard, a dar seu melhor até mesmo nos menores papéis. Assim, o único que realmente se destaca é Jude Law, que entrega um Alan estranho e cheio de sotaque, radicalmente diferente do tipo galã que o ator normalmente encarna. Agora, o que realmente me soa errôneo é o fato de o filme usá-lo para atacar os meios de comunicação, culpando-os pelo pânico geral. Até ai tudo bem, porém, o longa dá especial atenção (se não toda) a internet, retratando-a com o uma inimiga da população por distorcer a verdade, enquanto outros veículos recebem o mérito de divulgar a solução do problema.



     E sim, o problema do vírus! Muito bem retratado por Soderbergh, o tom doentio do filme é principalmente mérito da fotografia que é assinada pelo próprio diretor. Investindo em uma iluminação praticamente baseada em Tungstênio ou fluorescentes esverdeadas, o realizador consegue dar ao seu filme um clima febril e úmido (o brilho de suor em quase todos os personagens seja no frio ou no calor é realmente inquietante), deixando o espectador sentir a asfixia que o pânico gera nos personagens que está acompanhando, e neste sentido, Soderbergh mostra novamente que sabe usar das cores de sua fotografia para ambientar o público também. E se imagem é importante, não é preciso dizer o quanto o som também é. E assim a trilha paranóica em tons repetitivos e crescentes de Cliff Martinez completa o bolo.



     Irretocável em sua primeira metade, este novo filme do famoso diretor de Traffic, traz um clima tenso e cativante durante quase toda sua duração graças ao próprio Soderbergh e seu elenco, já que se dependesse da fraca resolução do roteiro, com certeza cairia em esquecimento.


NOTA: 7/10

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

TERROR EM CARTAZ: Atividades Paranormais pra quem Tem medo do Escuro!

NÃO TENHA MEDO DO ESCURO

Uma garotinha chamada Sally (Bailee Madison) vai morar com o pai, Alex (Guy Pearce), e com a madrasta Kim (Katie Holmes) em uma antiga mansão que os dois estão reformando para vender. Lá ela acaba descobrindo e libertando pequenos seres que a princípio parecem inofensivos, mas que vão se revelar como uma peste incontrolável.
     Escrito e produzido por Guillermo del Toro, realizador que já tem o estilo da fantasia de terror marcado em sua carreira (vide O Labirinto do Fauno, A Espinha do Diabo, O orfanato, Hellboy e Splice), o filme volta a adotar a estética do diretor, tanto na fotografia quanto na direção de arte e até mesmo no design das criaturinhas vistas em tela, que lembram em muito outras já vistas em seus filmes. Mas, acontece que nem ele é o diretor, nem a equipe é composta pelos seus habituais colaboradores. O que só nos faz perceber ainda mais a forte intervenção de del Toro na produção. O comando do projeto acabou nas mãos do estreante na direção de longas Troy Nixey, que não consegue fugir dos habituais clichês do terror, tornando seus sustos previsíveis, inclusive na trilha da dupla Marco Beltrani e Buck Sanders que, se dão a impressão de uma ótima trilha nos créditos iniciais, é só para a decepção geral, já que durante o resto do filme caem nas mesmices de alongar notas para criar tensão logo antes de explodir as caixas de som repentinamente para multiplicar o susto. Um desperdício tendo em vista o bom trabalho dos dois no recente (e do mesmo gênero) Pânico 4, ou em Guerra ao Terror onde a tensão era o melhor do trabalho dos colaboradores.
     Ainda sim, o filme é divertido e tem um ritmo interessante em crescente, que cria uma ótima tensão até chegar ao clímax. A direção de arte dos competentes Roger Ford e Lucinda Thomson cria a mansão Blackwood de forma rica e detalhada, trazendo aquele ar clássico da mansão mal assombrada. Que, aliás, fica só mais tenebrosa através da fotografia de luzes baixas e sobras longas de Oliver Stapleton. Os efeitos especiais presentes na criação das pequenas e feiosas criaturinhas (note que o próprio del Toro dubla a voz do líder destas) estão bons graças à boa sacada dos realizadores que logo nos explicam que os pequenos seres detestam a luz (E por isso o título do filme), deixando bem mais fácil para uma equipe de baixo orçamento criá-los no escuro, escondendo melhor a provável mediana qualidade das criações digitais.
     Ainda que possuindo aquele ar de suspense ótimo para cativar a platéia, o filme talvez peque em não possuir uma protagonista muito carismática. E não estou falando que a jovem Bailee Madison é uma má atriz mirim, ela na verdade é o destaque do elenco (mais outra criança bem sucedida neste ano), mas seu personagem a obriga a ficar quase que sempre séria, triste e mal humorada. Diferente da personagem que a atriz interpretou, por exemplo, no mediano Esposa de Mentirinha, como uma carismática e engraçada menininha metida à britânica. E pouco sobra para Guy Pearce ou Katie Holmes que se não fazem absurdos com seus personagens, também não os elevam a algo mais cativante.
     Assim, este Não Tenha Medo do Escuro acaba sendo muito mais um bom filme de fantasia macabra, do que um exemplar de terror em si, divertindo e cativando, pronto para cair no esquecimento logo após os créditos.

NOTA: 6/10

ATIVIDADE PARANORMAL 3

Melhor... Que... O... Primeiro... Longa... Da série... Mas... Ainda... Inferior... A.... Ótima.... Sequência.... Este... Novo... Atividade... BUUUUUUUUUUUU!!!!!!
     É neste ritmo de suspense e susto que este novo Atividade Paranormal 3 leva seu espectador. Seguindo os moldes dos anteriores de uma crescente tensão montada em cima da rotina de uma casa, o filme trás outra vez as longas e pausadas esperas, só para de repente, tentar matar o espectador do coração.
     Novamente escrito por Oren Peli, o cidadão responsável por criar essa série de filmes, o roteiro desta vez falha em um dos elementos chave que compõe a estrutura criada pelos longas anteriores. O motivo das filmagens. Antes, as gravações vistas soavam naturais ao investir em planos irregulares e informais, como uma conversa entre o casal do primeiro longa que discute enquanto a câmera filma um canto da parede. Agora, os enquadramentos perfeitos até mesmo nas cenas onde o personagem que está segurando a câmera deveria estar desesperado e preocupado em fugir, como na sequência final, soam artificiais. E mesmo colocando Dennis (Christopher Nicholas Smith) como um camera men de casamentos para explicar toda sua parafernália de filmagens, ainda resta um fator que me incomoda muito. O conflito entre esta estória e a do primeiro longa.
     Pois vejam, este novo filme procura contar sobre os estranhos eventos ocorridos com as jovens irmãs Katie (Chloe Csengery) e Kristi (Jessica Tyler Brown), que protagonizaram já adultas os outros dois longas anteriores. Quando uma delas começa a falar com um amiguinho imaginário, o padrasto (Dennis) decide colocar câmeras para vigiá-las. Acontece que as filmagens acabam pegando estranhos eventos no local que só trarão mais horror para esta pequena família. 
     O que me incomoda é a incoerência da estória para com os outros filmes. No primeiro longa, Katie (Katie Featherston) conta ao marido sobre a experiência que teve quando criança com um vulto que aparecia durante a noite para ela, que ficava a encarando e que parecia realmente sólido. Porém, em nada, aquele depoimento, seja na entonação ou no sentido casual com que ele acontece, sugere os acontecimentos totalmente traumáticos que este novo longa apresenta. Afinal, toda esta estória de câmeras filmando as garotas dormindo, espíritos na casa e destinos fatídicos de alguns personagens, teria vindo diretamente à cabeça da Katie adulta ao escutar a idéia de Micah no primeiro filme. Assim sendo, este Atividade Paranormal 3 não é só apenas fraco em sua explicação, mas também afeta a qualidade do primeiro longa enquanto uma continuação linear deste.
     Mas méritos sejam dados, os diretores Henry Joost e Ariel Schulman criam (claro que com a ajuda de um orçamento bem melhor) momentos de pura tensão. Principalmente aqueles proporcionados pela ótima câmera do ventilador que cumprindo um movimento contínuo entrega uma das cenas mais assustadoras do longa, brincando ainda nesta mesma cena com o conceito do fantasma clássico, "Old School", que usa lençol branco e tudo. O departamento de som também está de parabéns, principalmente pela cena do banheiro que cria uma atmosfera totalmente tensa e apavorante apenas usando de efeitos sonoros. Em compensação, a montagem de Gregory Plotkin é um tanto arrastada de mais, embora eu entenda a necessidade de se criar suspense, ainda acho que um pouco mais de agilidade não teria feito mal ao filme que demora a chegar ao ponto onde todos já sabem que vai dar. 
     Ainda contando com uma direção de arte competente que retrata com maestria a década em que se passa, o filme talvez se diferencie ainda mais de seus anteriores pelo uso mais aparente de efeitos especiais (desta vez digitais). E talvez some pontos por contar com o melhor elenco desde o primeiro filme, já que as duas garotinhas que interpretam as irmãs sabem transpor tanto as gracinhas de criança quanto o medo extremo, principalmente por causa de seus olhos grandes e expressivos. Ainda sim, o filme é aquém do ótimo longa do ano passado que soube contar uma estória totalmente nova e ainda amarrar com destreza as pontas do fraco primeiro exemplar, que depois deste, só tem razão para ficar ainda pior.

NOTA: 7/10