quinta-feira, 21 de março de 2013
sexta-feira, 15 de março de 2013
A BUSCA
Uma câmera de mão inquieta, mostrando um homem
desorientado, que abre este A Busca, reflete perfeitamente a
desestabilização daquele pai sem esperanças de achar seu filho fugido. Em
contrapartida, em uma bela contra rima, uma câmera estável em um quadro bem
formado, que mostra três homens que representam três gerações de uma família
enfim se conciliando, serve de fechamento para o mesmo filme. E embora possua
um tropeço que outro em sua jornada, o longa é eficaz em nos levar do seu ponto
inicial até seu fim idealizando o humano dentro de cada ser presente em sua
narrativa. E sem nunca deixar sua trama parar, prioriza a introspecção de cada
uma destas figuras, ainda que se concentre louvavelmente na bela interpretação
de Wagner Moura.
quarta-feira, 13 de março de 2013
OZ: MÁGICO E PODEROSO
O Mágico de Oz,
de 1939, era um filme inocente, ingênuo e bobo... E, portanto, servia
perfeitamente a um público que nos últimos trinta anos havia enfrentado uma
Guerra Mundial e uma severa depressão financeira em seu país, e que nos anos
seguintes sofreriam um dos piores atentados de sua História em Pearl Harbor, o
que os levariam a entrar em outra grande guerra. Décadas estas que não
afetaram apenas aos Estados Unidos e tiveram repercussão mundial, fazendo de
filmes como este e o próprio E
o Vento Levou (do mesmo ano),
exemplares cinematográficos escapistas adorados por espectadores alvejados
constantemente com desventuras de escala mundial. A superação de problemas
impossíveis, o renascimento de famílias das cinzas da pobreza e uma heroína
disposta a buscar o "caminho de volta para casa" (claro, estamos
falando de uma época pré-feminismo, então sempre teremos um bom canastrão para
dar aquela ajudinha no final...) eram temas que serviam a necessidade de uma
geração inteira, e por isso, seu sucesso é mais do que justificado. Hoje, em
tempos de relativa paz, Oz:
Mágico e Poderoso surge como
pouco mais do que um divertido entretenimento, que respeitando e homenageando o
seu antecessor (com incríveis 74 anos de diferença), serve apenas a si mesmo,
tratando de contar, sem ousar ou distorcer, o prelúdio da famosa terra de Oz
antes da chegada de Dorothy.
segunda-feira, 4 de março de 2013
INDOMÁVEL SONHADORA
"Eu sou o cara!" diz Hushpuppy (Quvenzhané Wallis) em dado momento deste Indomável Sonhadora, um longa que entre seus muitos méritos, com certeza, tem como o mais brilhante deles a sua pequena protagonista. Misturando alegorias que se mostram harmonicamente em sintonia com a linguagem quase documental adotada pelo diretor Benh Zeitlin, enquanto explora a miserável e quase selvagem rotina do povo habitante d'a "Banheira", o filme se mostra uma obra delicada e épica, ainda que suas escalas e abrangimento sejam tão grandes quanto sua diminuta heroína. E a jornada de Hushpuppy é tão interessante e emocionante quanto a de qualquer herói em uma batalha de proporções descomunais contra exércitos e criaturas malignas. E embora totalmente ciente da linguagem cinematográfica (ainda que sua câmera inquieta possa vir a esconder isto), Zeitlin prefere passar boa parte de seu próprio longa, como nós os espectadores, apenas observando uma performance admirável que se dá em meio a uma assombrosa direção de arte.
sexta-feira, 1 de março de 2013
DEZESSEIS LUAS
Surgindo como um
substituto da "Saga" Crepúsculo,
este Dezesseis Luas é eficiente em trazer de volta todos
os elementos que os filmes (não)vampirescos protagonizados por Bella e Edward
se certificaram de enterrar bem fundo no lamaçal das obras mais embaraçosas do
cinema. E ainda que possua mais acertos que seu vergonhoso ancestral de gênero,
o longa tão pouco se destaca em algum sentido, sendo seu único mérito conseguir
se manter fora da zona do ridículo quando sua trama claramente pende para ela o
tempo inteiro.
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