sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

CRÍTICA: FROZEN II


Frozen foi um filme que me surpreendeu. Não era só mais uma animação da Disney com músicas chicletes e uma técnica impecável, era também um filme que se propunha a quebrar as fórmulas das histórias de princesa em uma narrativa lapidada e polida com cuidado o suficiente para que se tornasse um clássico recém-nascido. Do momento em que a primeira cópia rodou para o público, a aventura congelante estrelada pelas irmãs Elsa e Anna estava fadada a se tornar icônica. Dito isso, Frozen II é um filme que também me surpreende, pois indo na contramão do primeiro, ele jamais almeja alcançar nenhum desses méritos.

CRÍTICA: STAR WARS - A ASCENSÃO SKYWALKER


Os Últimos Jedi, episódio anterior das aventuras de Star Wars, encerra com a imagem de uma criança olhando para as estrelas. Forçado a trabalhar nos estábulos de um cassino frequentado apenas pela elite super-rica da galáxia tão tão distante, a mesma nata social que paga e lucra com todas as guerras estelares que dão título a esta amada saga, esse menino demonstra uma leve habilidade com a Força ao fazer uma vassoura levitar até sua mão. E ali, empunhando o cabo como se fosse um sabre de luz enquanto assiste à Millennium Falcon desaparecer no céu noturno como uma estrela cadente, tripulada por protagonistas de todos os sexos, raças e formatos, essa criança simboliza a esperança tão martelada pelo universo de Star Wars desde seu primeiro filme.

Pois, como fica definido pela jornada de Rey até ali (Daisy Ridley), a Força não está atrelada à linhagem de sangue de famílias poderosas e nem é de domínio exclusivo de um culto milenar de guerreiros como os jedi. Fica definido a partir daquele momento que a Força e o poder de mudar a galáxia está nas mãos de qualquer um que ainda tenha esperança.

Ou, pelo menos, essa era a ideia antes de A Ascensão Skywalker ocupar seus 142 minutos sendo a única coisa que nenhum desses filmes jamais foi: covarde.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

CRÍTICA: ENTRE FACAS E SEGREDOS


Como instigar o espectador com uma fórmula de suspense que já era batida na época dos livros da Agatha Christie? Afinal, Entre Facas e Segredos se apresenta como um mistério de assassinato raíz, trazendo todos os elementos clássicos do adorado subgênero “Quem Matou?” (em inglês apelidado de whodunnit), que normalmente envolve um grupo peculiar de suspeitos num cenário sombrio e, no meio disso tudo, um cadáver. De Odete Roitman (Vale Tudo) à Laura Palmer (Twin Peaks), já foram tantas as vítimas e assassinos improváveis, sejam em obras literárias, teatrais ou audiovisuais, que pouco espaço sobrou para a criatividade nesse estilo de trama. Mas eis o plot twist aqui: Rian Johnson.