segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

NINGUÉM DEVERIA SOLTAR A MÃO DE NINGUÉM



Foi um ano estranho. Achei que a opressão do “homem-macaco” em The Square - A Arte da Discórdia, seria o ápice desse sentimento em 2018. Tolo. As cores vivas e chapadas que tão bem traduziram a perspectiva infantil de Moonee em Projeto Flórida ficaram em alguma outra vida, talvez junto com Miguel que passou desta para o mundo dos mortos, indo resgatar com os já falecidos a importância da memória em Viva - A Vida é uma Festa. Deveríamos ter feito mais em relação a isso ao longo dos trezentos e tantos dias que se seguiram depois.

Ah, se ao menos o mesmo Brasil que lotou as salas de cinemas por semanas para assistir T’Challa assumir o manto de Pantera Negra tivesse lembrado da dívida histórica que ainda mantém com os povos africanos, se tivessem lotado da mesma maneira as salas de Infiltrado na Klan, talvez tivessem percebido que as caricaturas grotescas com que Spike Lee pintou os membros da KKK, são idênticas àquelas que elegeram a altos cargos do nosso governo.

A humanidade, como um todo, nem parece a mesma que neste mesmo ano oscarizou um filme sobre a paixão impossível e bela que é o centro de A Forma da Água, e embora seja a mesma espécie que premiou o roteiro de Me Chame Pelo seu Nome, parece não ter entendido as linhas da confissão do pai de Elio ao final daquele filme, brutal em sua delicadeza e honestidade. A esperança, o idealismo e o otimismo de Jogador Número 1, com suas hordas de figuras de todos os tipos, tamanhos e formas enfrentando um exército uniforme e de olhos vendados, cederam lugar à visão mecânica e niilista dos diálogos frios e pragmáticos de O Sacrifício do Cervo Sagrado. O egocentrismo e o cinismo tolos dos políticos vistos na cena do funeral em A Morte de Stalin, pulou das telas para os noticiários brasileiros.

Nesse mesmo ano em que as mulheres bateram o pé dizendo Eu Também e Ele Não do lado de cá da tela, essa força se traduziu na rebeldia da protagonista de Lady Bird. Mesmo subestimadas, oito delas planejaram roubar uma jóia super-protegida, e outras quatro assumiram o esquema perigoso arquitetado por homens mafiosos e profissionais, se negando a ser as vítimas que todos acreditavam que as Viúvas seriam. Em 2018 as mulheres assumiram a frente de uma arriscada expedição científica em Aniquilação, se recusaram a ceder suas personalidades a homens dominadores, mesmo o respeitado e psicótico estilista que protagoniza Trama Fantasma.

Um ano que tanto violentou as mulheres no espectro político, viu uma delas criar um lobisomem como a um filho, unindo-se lado a lado desse menino marginalizado para enfrentar um mundo de intolerância. Aliás, as mães de 2018 foram, na fantasia, os retratos das mães muito reais do lado de cá. Elas deixaram os maridos em casa e saíram trabalhar, indiferentes ao quão Incríveis eles são. Outras, como aquela vivida por Emily Blunt, que protegeram seus filhos em total silêncio. A mesma Emily Blunt, aliás, que retornou mais tarde pendurada em uma pipa para nos cantar a mais ingênua e, ainda assim, a mais necessária das lições na pele da icônica Mary Poppins.

E como se repete na realidade, houve também as mães que enfrentaram o luto. Se a personagem de Toni Collette foi consumida pela dor e o horror do vazio em Hereditário, a Mildred de Frances McDormand transformou essa agonia em luta. E, não em busca de justiça, mas contra a conformidade, anunciou para o mundo que não deixaria o assassinato e estupro de sua filha ser apenas mais um nos números assustadores que se elevam a cada ano pelo mundo.

Uma realidade negada pelos mesmos homens que, agora, fazem grande e influente número nos cargos a serem assumidos em 2019. Não era para ninguém soltar a mão de ninguém, e ainda assim, termino o ano menos afeito à doçura de Paddington 2, e mais próximo do sentimento de Pedro, sozinho mesmo quando cercado de pessoas na cidade grande, já que essa multidão se traduz em vultos sem rosto e sem empatia que infestam a assustadora e, infelizmente, acurada realidade urbana retratada em Tinta Bruta. Que amigos virão no encalço daqueles se expressam como podem? Sejam as tintas fosforescentes do Garoto Neon ou as experimentações musicais de Yonlu. Quantos amigos não deixamos de ter e talentos não deixamos de insuflar, esquecidos em apartamentos solitários da selva de pedra? Quanta incompreensão, impaciência e velhas desculpas de rotina vamos continuar colocando como empecilho entre os valores alardeados pelos nossos heróis das telonas, e a realidade melancólica de hoje?

Que luta podemos esperar de uma resistência dividida? Se nem mesmo os Vingadores e seus poderes magníficos conseguiram parar um único vilão estando separados, que ficção niilista e despótica podemos vislumbrar para 2019? Que Cinema, que família, que amizades e sociedade podemos esperar se continuarmos rumando um caminho que prefere pensar que o próximo não é problema meu? O Cinema, como Arte que é, não existe no vácuo, ele ecoa os gritos desesperados de uma atualidade. Ouçam o que essas formas de expressão diz. Procurem nos frames, nas notas e nas letras dos seus músicos e cantores favoritos, nos traços dos pintores e nos passos dos dançarinos.

As perdas e os danos trazidos por 2018 são vastos e profundos, mas não incuráveis. Como Clara segurando a mão de Joel em As Boas Maneiras, antes de se preocupar em não soltar a mão de quem já está atado a sua, se preocupe em segurar também as mãos daqueles que não estão atados a ninguém. Daqueles cujos problemas e a situação podem assustar a muitos. Sem abandonar e fora da zona de conforto. Só assim se faz resistência de verdade, lá na tela do Cinema, e aqui.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

OS MELHORES DE 2018


Como que de costume, separei uma lista dos meus filmes favoritos de 2018. Lembrando que só considero aqueles filmes que chegam em circuito comercial no Brasil dentro do ano vigente, não as estreias internacionais.

1 - As Boas Maneiras
2 - O Sacrifício do Cervo Sagrado
3 - Projeto Flórida
4 - Me Chame Pelo seu Nome
5 - Trama Fantasma
6 - A Casa que Jack Construiu
7 - Roma
8 - Tinta Bruta
9 - Infiltrado na Klan
10 - A Forma da Água
11 - Hereditário
12 - Missão: Impossível - Efeito Fallout
13 - Yonlu
14 - Jogador Número 1
15 - The Square: A Arte da Discórdia
16 - Aniquilação
17 - A Morte de Stalin
18 - Pantera Negra
19 - Buscando
20 - Hannah
21 - Ponto Cego
22 - Visages Villages
23 - Em Chamas
24 - Arábia
25 - Paddington 2

E em ordem alfabética, aqui estão outros 34 filmes que disputaram um lugar nessa lista e dos quais, portanto, também gosto bastante:

A Festa
A Noite do Jogo
Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindewald
Aquaman
As Viúvas
Benzinho
Christopher Robin - Um Reencontro Inesquecível
Custódia
Deadpool 2
Desobediência
Ferrugem
Ilha dos Cachorros
Jurassic World: Reino Ameaçado
Lady Bird
Lazzaro Felice
Museu
Nasce Uma Estrela
O Animal Cordial
O Banquete
O Caso do Homem Errado
O Primeiro Homem
O Processo
Operação Overlord
Os Incríveis 2
Rasga Coração
Sem Amor
The Post: A Guerra Secreta
Três Anúncios Para um Crime
Tully
Uma Dobra no Tempo
Um Lugar Silencioso
Um Pequeno Favor
Vingadores: Guerra Infinita
Viva - a Vida é uma Festa
Você Nunca Esteve Realmente Aqui

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

CRÍTICA: AQUAMAN


Em dado momento deste filme, uma atriz gabaritada e respeitada de Hollywood surge vestindo uma armadura feita do coro de uma criatura marinha, com as escamas e barbatanas contrastando com o corte customizado para se assentar à silhueta elegante da intérprete. Entretanto, ao invés de ridicularizar o visual absurdo da personagem, o projeto entende que esse instante representa uma catarse emocional séria para os protagonistas e o trata como tal. Isso resume muito bem a essência do novo esforço da DC nos cinemas: mesmo brega e cartunesco ao extremo, Aquaman jamais deixa de se levar a sério, e enquanto outras produções não hesitariam em fazer alguma piadinha fácil com uma cena dessas (sim, Marvel, estou falando contigo), essa dirigida por James Wan não ri de si mesma, muito pelo contrário, assume sua galhofa, suas roupagens chamativas e as poses heróicas com orgulho e seriedade.


Aliás, ao menos de um ponto de vista estritamente estilístico, Aquaman deve ser o longa mais queer do ano, e ao final não restam dúvidas: este era exatamente o filme que ele queria ser.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

CRÍTICA: INFILTRADO NA KLAN



Dentro dos acontecimentos de 2018, ano que segue com Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e no qual o Brasil elegeu um notório fascista para o cargo máximo do poder executivo (ambos, diga-se de passagem, apoiados abertamente por antigos membros da Ku Klux Klan), um filme como Infiltrado na Klan representa mais do que a sempre bem-vinda e necessária oportunidade de discutir e combater o racismo estrutural da sociedade moderna. É, também, uma denúncia de que esse mesmo racismo tem ganho força, ao invés de perder.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

CRÍTICA: ANIMAIS FANTÁSTICOS - OS CRIMES DE GRINDELWALD



A melhor coisa sobre o universo concebido por J.K. Rowling, hoje desdobrado em 7 livros e, agora, 10 filmes, é, sem dúvidas, a criatividade da escritora. Quando retomou a saga do mundo bruxo há dois anos em Animais Fantásticos e Onde Habitam, foi um deleite perceber que se tratava de um filme com algo a dizer e, melhor ainda, com coisas novas para apresentar. Não que Os Crimes de Grindelwald perca estas características, inclusive, dá vários passos à frente e se assume de vez como alegoria política - algo com que Rowling sempre flertou e agora torna-se fio condutor da narrativa. Por isso, o novo capítulo certamente é mais ambicioso do que o anterior, e embora tome o tempo necessário para contar sua história e desenvolver os velhos e novos personagens, ao subir dos créditos, depois de ser bombardeado de informações, o espectador pode ficar com a impressão de que o longa é um pouco mais confuso do que realmente é.

domingo, 11 de novembro de 2018

CRÍTICA: OPERAÇÃO OVERLORD



O melhor aqui é a mistura. Operação Overlord não tem medo de se aventurar em gêneros diferentes e consagrados do Cinema, com todos os seus maneirismos. Entretanto, se em outras obras isso quase sempre é sinal de que o filme não sabe o que quer ser, aqui essa congregação de estilos é harmônica. O melhor seria, claro, se o espectador entrasse no cinema desavisado sobre o que vai assistir. Porém, em tempos de internet e redes sociais, tal feito é um problema, especialmente porque o marketing do projeto não se preocupou nem um pouco em esconder suas “reviravoltas”. Acho que é o tipo de filme que, ao estilo de Um Drink no Inferno, se beneficiaria da surpresa se fosse vendido apenas como algo que aparenta ser.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

HARRY POTTER DIZ: #ELENÃO


“Em breve todos teremos que enfrentar a escolha
entre o que é certo, e o que é fácil”

As palavras de Alvo Dumbledore ecoaram do meu imaginário infantil e se fixaram como estruturas do meu caráter. Lendo e assistindo Harry Potter enquanto crescia, aprendi a me identificar e me posicionar do lado certo na História - porque sim, sempre há um. Não digo que não existam outras obras além de Harry Potter através das quais se possa aprender qual o lado humano para assumir. Mas no meu caso foi.


Com os valores morais e éticos mais básicos trazidos pelos primeiros volumes da saga, até os conceitos mais complexos sobre amadurecimento e resistência política concretizados pelos últimos, fui dos 7 aos 15 anos amparado pela narrativa de J.K. Rowling, que apesar de se passar num mundo mágico e fantasioso, trazia e ainda traz diversas semelhanças com este aqui em que eu e você (trouxas) habitamos.

Eu não era a criança mais comum da minha escola e certamente não facilitava a vida dos meus bullies. Se Rowling fosse uma escritora puramente escapista, ela talvez tivesse concebido Hogwarts como um lugar para o qual eu sentiria prazer em fugir de uma realidade dura demais para uma criança recém-alfabetizada. Não, ao contrário disso, a Escola de Magia e Bruxaria era um local atraente justamente por também ser duro e repleto de obstáculos que serviam como espelho àqueles bem reais que eu enfrentava aqui. E assim:

Em A Pedra Filosofal aprendi coisas simples e básicas, por exemplo, sobre amizade:

Aprendi que gentileza e lealdade não vão fazer de todos, seus amigos, nem vão garantir que os outros serão gentis e leais. Mas é a única maneira de garantir, com toda a certeza, de que as pessoas que podem ser gentis e leais, vão sê-lo.


Com HP eu também entendi que amizade é uma questão de troca: troca de conversa, de compreensão, de escuta, de presentes, de tempo e dedicação, até o mais clichê e, claro, o mais importante, de amor e de carinho. Os pilares do que considero como amizade e família hoje são irreversivelmente ligados ao que tive como exemplo em Harry, Rony, Hermione, na família Weasley e na relação de Potter com seus mentores.


Já sobre o que é vencer, de verdade, aprendi que:

Voldemort tenta vencer pela opressão, pelo medo e a trapaça. Isso desfigurou seu corpo e lhe deu uma existência amaldiçoada. Com isso, desde o início, tive em mente que fazer a coisa certa não é o mesmo que vencer a batalha, mas sempre equivale a uma consciência limpa.


Já em A Câmara Secreta, comecei a pensar sobre questões um pouco mais complexas, como, por exemplo, o preconceito:

Na primeira vez que Draco usa o termo “sangue-ruim” para ofender hermione, percebi que, mesmo sem varinha mágica nenhuma na mão, palavras têm um poder inegável.


Infelizmente, eu aprendi também que essas ofensas podem se naturalizar se ninguém contesta-las. E o que antes era apenas um termo bobo, se torna realidade aos olhos da sociedade. Em A Ordem da Fênix, “sangue-ruim” já não é a pior coisa de que se possa chamar alguém como Hermione, uma vez que Umbridge usa a ofensa “mestiços” e mais adiante os nascidos-trouxa começam a ser perseguidos e privados de seus direitos bruxos.


Mas também aprendi que preconceito tem cura, e uma delas é reconhecendo os erros do passado:

E que para isso é vital a reparação histórica. Hagrid, que por décadas ficou marginalizado na periferia de Hogwarts, volta de uma passagem injusta pela prisão de Azkaban e é recebido com estrondosos aplausos no coração da escola que o expulsou e o mandou para a cadeia sem provas.


Aliás, aprendi que a reparação histórica deve ser pública. Que erros sociais devem acarretar em pedidos e principalmente ações de desculpas e compensação aos olhos de todos, para reparar a imagem inferiorizada da vítima - seja essa um preso político ou um povo escravizado.


Outra coisa que aprendi com Harry Potter, inclusive, é que nem todo mundo que está preso, é culpado. Para ser justo, é preciso analisar interesses e ir além do “parece que é culpado”, isso implica em escutar, estudar e tirar conclusões próprias.

 

Hagrid era um preso circunstancial, ou seja, parecia culpado porque se parecia com o que as pessoas acham que é um criminoso - uma impressão agravada pelo uso de termos como “sangue-ruim”. É fácil levar essa alegoria para a nossa realidade e o encarceramento em massa da população negra, não é? Mas no final, ele era inocente.


Sirius foi incriminado, e por andar ao lado de “subversivos”, foi logo considerado culpado. Mas era outro que, na verdade, era inocente.


Dumbledore foi afastado de Hogwarts sem provas durante uma crise, e alguns anos depois tentaram prendê-lo por que a oposição tinha medo do poder político dele. Ele era inocente nas duas, apesar de parecer culpado. Preciso apontar com que situações da nossa realidade se parecem essas?


Aliás, com Harry Potter eu aprendi que um maltrapilho marginalizado pode ser uma pessoa muito honrada, gentil e inteligente.


E que uma pessoa rica, elegante, de boas maneiras e escondida atrás de um título bonito, pode ser cruel, mentirosa e completamente desumana.

Já mais velho, com A Ordem da Fênix eu aprendi a identificar quando coisas ruins estão para acontecer, e aqui vão alguns sinais:

Aprendi que “O medo faz as pessoas fazerem coisas horríveis, a última vez em que Voldemort assumiu o poder ele quase destruiu tudo o que nos é mais querido”, diz Lupin a Harry, obviamente se referindo a luta em prol da liberdade e do respeito aos direitos de todos os diferentes tipos de bruxos.


Entendi que sistema com medo vai tentar negar o ressurgimento de movimentos opressores e autoritários. “Tudo vai bem” diz o Ministro da Magia para os jornais.


Aprendi que é preciso constante atenção com os meios por onde a gente se informa. Interesses e contextos mudam, e fontes confiáveis hoje, amanhã podem estar direcionadas.


Mas também aprendi que eu devo questionar todas as publicações, especialmente as que concordam normalmente com as minhas ideias.

 
Aprendi que um dos sinais de que as autoridades estão negando o autoritarismo e até perseguindo quem acusa isso, é observar se são feitos grandes julgamentos para pequenas coisas, enquanto faltam julgamentos para os grandes escândalos.


Aprendi que um sistema com medo vai tentar interferir na educação nos estudos acadêmicos.


Que vai expulsar professores considerados “subversivos”.


Que vai usar a deslealdade como acusação.


Que vai perseguir os tipos já marginalizados.


Com Harry Potter eu também aprendi que, se o medo avança no sistema, ele se transforma em um governo opressor. E aprendi que é muito fácil identificar um governo fascista, pois ele vai:

Atacar e censurar a arte e os meios de comunicação.


Vai restringir o território de populações nativas.


Vai interferir na educação com ordem a padronização.


Vai ser a favor da tortura.


Vão ser contra as minorias.


E acima de tudo, percebi que ditaduras não acontecem da noite pro dia. Elas acontecem num processo, aos poucos, tirando uma liberdade de cada vez e naturalizando a violência. E que elas se beneficiam da negação das pessoas.


Por outro lado, aprendi que pode existir resistência. E que essa pode nascer da própria juventude e de movimentos estudantis.


Aprendi que encarar a morte nos faz mudar de perspectiva.


E que aceitar a morte como parte natural da vida, nos faz mais maduros.


Aprendi também que a morte de um líder político não significa o fim de uma ideia, pelo contrário, deve ser usada como catarse para que ela se multiplique.


Aprendi que Amor é um motivador muito maior do que o medo.


Aprendi que Amor te dá um motivo pelo que lutar.


E aprendi ainda que Amor, para existir, basta ser sincero.

E por fim, com Harry Potter eu aprendi que a escola e a educação são o último refúgio contra ditadores.


Aprendi que a escola e a educação são os obstáculos mais temidos pelos que pregam a violência e agem oprimindo. E que é nessa esfera que se faz a resistência, a luta e vitória.


Aprendi que mesmo o vilão mais sanguinário e poderoso, não é nada quando colocado contra um povo disposto a proteger o ensino e o conhecimento. E sim, aprendi que nada disso se mantém sozinho, é preciso lutar.



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Entenda o que é, porque existe e leia as outras edições do projeto O Cinema Diz: #EleNãoem que convidei várias pessoas para escolher e escrever sobre um filme que converse com a nossa situação política, no intuito de refletir e ilustrar os riscos que estamos correndo.