Irão estranhar aqueles que
esperam o ritmo e a densidade do resto da filmografia dos irmãos Nolan. Aqui
temos um filme muito mais contemplativo do ponto de vista dramático, menos
preocupado em ser “foda pra caralho” do que em contar a sua história, que não
deixa de apresentar vários vícios narrativos e linguísticos de ambos, Jonathan
e Christopher.
Mas antes de qualquer coisa, é
justo admitir que sou um profundo admirador do trabalho de Christopher Nolan, e
considero: a estrutura de Amnésia genial;
Insônia um suspense inebriante; Batman Begins uma reinvenção séria de um
personagem que não poderia ser mais surreal; O Grande Truque uma obra-prima irrepreensível com diversas camadas
a serem exploradas; O Cavaleiro das
Trevas mais uma obra-prima completa e cheia de força, além de importantíssimo
exemplar na história do cinema atual; A
Origem uma terceira obra-prima icônica; e O Cavaleiro das Trevas Ressurge um desfecho eficiente e grandioso
para o seu Batman. Fazendo essa revisão de sua obra, Interestelar seja talvez o filme mais irregular de sua carreira,
ainda que inegavelmente seja um muito bom.