Em comparação com o
divertidíssimo primeiro filme, é notável que Vingadores: Era de Ultron tenta ser muito mais sombrio. Porém,
recusando-se a abandonar o bom humor de antes, encontra problemas em conciliar
os dois tons, e não raramente um momento mais sério é imediatamente contraposto
com alguma gag, e vice-versa, o que acaba tirando a força desses momentos. Joss
Whedon, que volta ao posto de diretor, explora tudo o que funcionou antes e
inegavelmente cria uma longa-metragem que é, sim, divertido como era o
primeiro, mas que perde um pouco na novidade, e os pontos a mais ficam por
conta do tempo que investe em personagens antes secundários demais para
merecerem maior desenvolvimento.
O primeiro ponto é o vilão do
título, Ultron (voz e captação de movimentos de James Spader), que diferentemente do
Loki de Tom Hiddleston não possui nenhum carisma pré-estabelecido com o
público. O robô criado por Tony Stark (Robert Downey Jr.) é dono de uma
inteligência artificial e é apresentado com pressa, não demorando mais do que
meia cena para chegar à conclusão óbvia de que ele é o antagonista do filme e
tem que destruir os Vingadores porque [insira aqui qualquer motivo]. A verdade
é que Ultron não possui melhores motivos do que Loki possuía (a Terra tem que
ser destruída porque mesmo?) e na verdade repete sua fórmula até no bom humor –
principalmente levando em conta que é um robô – e no narcisismo.
Uma vez que temos Ultron
estabelecido, o filme para com os fan
services – cena de luta inicial com todos os Vingadores, torrentes de
piadinhas entre o Homem de Ferro e o Capitão América, pontas de vários
personagens dos filmes solos dos heróis e a aparição já sempre esperada de Stan
Lee – e começa a andar de verdade. Com o vilão contando com a ajuda de duas
figuras dotadas de dons especiais, os gêmeos Pietro e Wanda Maximoff (Aaron
Taylor-Johnson e Elizabeth Olsen), o plano é criar um desastre para destruir a
Terra enquanto acaba com a credibilidade e a união do grupo de heróis protagonistas.
Tudo se torna uma grande salada de frutas que parece mais preocupada em deixar o terreno preparado para filmes como o próximo Capitão América, que deve trazer a adaptação de Guerra Civil, uma famosa saga dos quadrinhos que envolve todos os Vingadores e um embate entre o Capitão América e o Homem de Ferro. O roteiro é mais truncado e menos fluído do que antes, não por acaso a duração de Era de Ultron é menor do que a de Vingadores e esse aqui soa muito mais longo. Ver o super-time se reunindo pela primeira vez tinha o seu frescor, agora a força está na individualidade, algo que não escapa ao todo de Whedon, que desenvolve um pouco mais personagens como Clint Barton (Jeremy Renner) e Natasha (Scarlett Johansson). O que faz mesmo falta é a trilha de Alan Silvestri, que é aqui é substituído por um apático e pouco presente Danny Elfman, que simplesmente não tem a mão para a dar a grandiosidade que o filme pedia. É um feito então que ainda assim, graças em parte à química e ao carisma de seu elenco, que o filme funcione de fato, apesar de um clímax esticado e repetitivo demais.
Tudo se torna uma grande salada de frutas que parece mais preocupada em deixar o terreno preparado para filmes como o próximo Capitão América, que deve trazer a adaptação de Guerra Civil, uma famosa saga dos quadrinhos que envolve todos os Vingadores e um embate entre o Capitão América e o Homem de Ferro. O roteiro é mais truncado e menos fluído do que antes, não por acaso a duração de Era de Ultron é menor do que a de Vingadores e esse aqui soa muito mais longo. Ver o super-time se reunindo pela primeira vez tinha o seu frescor, agora a força está na individualidade, algo que não escapa ao todo de Whedon, que desenvolve um pouco mais personagens como Clint Barton (Jeremy Renner) e Natasha (Scarlett Johansson). O que faz mesmo falta é a trilha de Alan Silvestri, que é aqui é substituído por um apático e pouco presente Danny Elfman, que simplesmente não tem a mão para a dar a grandiosidade que o filme pedia. É um feito então que ainda assim, graças em parte à química e ao carisma de seu elenco, que o filme funcione de fato, apesar de um clímax esticado e repetitivo demais.
NOTA: 7/10