quinta-feira, 5 de novembro de 2015

007 CONTRA SPECTRE


O novo filme 007 não vai agradar grande parte do público. É solene demais, reverente demais, toma o tempo que precisa para acontecer, tem um ritmo atípico, e além disso não funciona completamente sozinho, se fazendo muito dependente dos três outros longas anteriores encabeçados por Daniel Craig. Entretanto, diria que é apenas justo que o 24° filme de uma franquia se permita esses “luxos”, ainda que eles não conversem com a maioria dos espectadores. 007 Contra Spectre é consciente da bagagem que trás consigo, e como despedida (será?) dessa fase, acaba se convertendo em uma aventura peculiar, que embora não tenha o embalo de Operação Skyfall, acaba, junto àquele belo exemplar de 2012, completando um arco nostálgico de homenagem para Bond, James Bond.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

BEIRA-MAR



Beira-Mar conta a mais simples das histórias, sobre a mais clichê das situações desenvolvidas em filmes que abordam a diversidade sexual: a descoberta. Afinal, é quase irresistível para quem se infiltre no meio não enfocar a sedutora exploração dos primeiros passos discretos de um indivíduo em direção ao outro, enquanto ambos vão velando os seus reais sentimentos em prol de uma convivência normalmente aceita. Porém, o lugar comum do roteiro de maneira nenhuma lhe serve como demérito, uma vez que encontra na direção dos estreantes Filipe Matzembacher e Marcio Reolon uma abordagem intimista e delicada que confere uma instigante complexidade aos seus personagens.

domingo, 1 de novembro de 2015

SICARIO: TERRA DE NINGUÉM


O cineasta canadense Denis Villeneuve, surgido apenas na última década, com um pequeno, mas impressionante currículo, já se estabeleceu como sinônimo de produções densas e inteligentes. Exibindo sempre uma confiança admirável no intelecto do espectador, seus filmes raramente são óbvios ou fáceis, recheados de elementos simbólicos e também diegéticos (aqueles inseridos no universo da trama e dos quais os personagens estão cientes) que são colocados lá para que o enredo e seus significados possam ser desvendados não só pelas quase sempre inquietas figuras que os protagonizam, como também pelo público do lado de cá da tela, que não consegue evitar ficar nervoso, tamanha a tensão que o diretor consegue transmitir cada vez melhor.