A verdade é que Esquadrão
Suicida não sabe que filme quer ser. Ou melhor, ele sabe como gostaria de
ser, mas lhe falta coragem e inteligência pra chegar lá. Tente imaginar alguém
palestrando sobre um tema que não domina, gaguejando de tópico em tópico
enquanto emprega vários “hmmmm”, “ããhnnnn” e “unnnn” entre eles. Esse é o
sentimento da primeira meia hora de projeção. A coisa é que o longa, dirigido e
escrito por David Ayer (vindo do ótimo Corações
de Ferro), desentende que vilões já são figuras empáticas por sua própria
natureza - é muito fácil para o espectador se identificar com personagens que
desprezam regras e adotam certas liberdades sociais/comportamentais, mesmo que
condenemos suas ações. Ora, é isso que torna um Walter White, um Deadpool ou mesmo
um Coringa concepções tão cativantes. Assim sendo, é decepcionante constatar
que, além de um roteiro batido e cheio de furos, uma montagem caótica e uma
direção no mínimo problemática, o filme ainda investe em um esforço vazio para
sensibilizar o público sobre seus anti-heróis.