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Se você, assim como eu, se sentiu um pouco incomodado com os estereótipos do povo brasileiro apresentados na recente animação Rio, após assistir a este novo capítulo da série Velozes e Furiosos vai começar a gostar muito mais do filme sobre as araras azuis.
Procurado pelo mundo todo, Dominic Toretto (Vin Diesel) vem parar no Brasil, onde logo Brian (Paul Walker) e Mia (Jordana Brewster) se juntam a ele e decidem reunir figuras já conhecidas dos capítulos anteriores para roubar o "maior traficante de drogas do Rio de Janeiro" Hernan Reyes (Joaquim de Almeida). É nessa hora em que o agente do FBI Hobbs (Dwayne Johnson, o ex-"The Rock") entra em cena para achar os criminosos e levá-los de volta aos EUA, contando com a ajuda da bela Elena (Elsa Pataky), uma policial brasileira que tem seu passado marcado por uma tragédia.
Nunca fica claro se a intenção do filme é de que o levemos a sério ou não. Embora, pelo histórico da série, a primeira opção seria a certa para este capítulo, mas ainda assim, este longa não parece estar brincando em momento algum, principalmente quando exagera o que já havia sido exagerado. O caminhão de gasolina tombando estrada abaixo e pulando bem sobre o carro de Vin Diesel já era bem forçado, mas vira uma galhofada quando se põe dois carros de pouco mais de uma tonelada a arrastar um cofre que deve pesar mais de dez em metal maciço por avenidas a fora em meio a perseguições pelas ruas do "Rio" como se fosse uma bolinha de ping pong, ainda usando o negócio como arma, jogando-o de um lado para outro contra os outros carros durante o trajeto. A cena em questão é até boa no quesito ação, mas deixa de cumprir seu dever como tal justamente por envolver elementos que ficam lembrando o espectador a cada minuto que aquilo é uma piada, uma mentirinha que não deve ser levada a sério, tirando toda a tensão que a sequência poderia ter e assim sendo só mais uma demonstração gratuita do que um bom orçamento pode fazer.
[SPOILERS]>Como é impossível não falar disso, então vamos lá. Leve você como brincadeira planejada com estereótipos ou como uma afronta pessoal, o filme é cheio de piadas sobre o povo Brasileiro. Se o capitão Nascimento precisa de um caveirão, um helicóptero, policiais treinados até a exaustão e armamento pesado para invadir uma favela ou um morro, aqui o agente Hobbs precisa de apenas sua pistola, seus músculos e meia dúzia de amigos para chegar atirando em todo mundo, parar pra papear no meio do tiroteio e ainda se instalar no topo do morro, isso sem nem mesmo pedir com licença para a polícia do Rio. Esta já é desprezada logo no começo quando o mesmo personagem é recebido no aeroporto por um oficial, que pergunta em que poderia servir a Hobbs, que lhe responde que quer duas coisas dele, que trouxesse a oficial Elena como tradutora porque deve ser a única pessoa confiável no Rio e que ele saia do caminho de Hobbs já que o oficial e seus colegas são considerados incompetentes. Claro que isso não só é ruim para o Brasil enquanto afirmação, mas também para os EUA que reforçam e até brincam com seu estereótipo de arrogância. Há uma cena de um assalto a um trem que está claramente no meio de um deserto, pena que a produção não checou que não havia desertos como aquele no Brasil, vou até ignorar o desfecho em câmera lenta dessa cena que envolve outra vez, algo além das explicações da física. Mas calma, que o ápice só chega em uma cena em que Hobbs chega em um racha para prender Toretto e sua turma, e após este último gritar " Você esqueceu que estamos no Rio!" todos os presentes apontam uma arma para o agente do FBI. É leve a sério ou não, essas são só as piadas mais exageradas, o filme ainda possuí uma carga maior delas durante sua duração.<[SPOILERS]
O elenco está bem perdido, todo mundo faz careta e ninguém é carismático o suficiente, sendo (acreditem) Vind Diesel o melhor deles todos. Paul Walker tenta ser gurizão de novo, e de novo só fica cada vez mais esquisito conforme envelhece tentando ser "maneiro" fazendo aquela eterna cara "ta tudo cool". Jordana Brewster traz uma Mia diferente da vista anteriormente na série, agora explorando o lado sentimental da personagem a exaustão. Dwayne Johnson faz o que sempre faz, soca tudo e todos, grita e manda e atira gritando "Die motherfucker! Die!" preso desta vez a um personagem que segue a risca a filosofia de "Eu gosto é de mandar não de pensar!". E o que sobra para Ludacris, Sung Kang, Elsa Pataky e o resto? Frases de efeito, piadinhas pra fazer "humpf" e atuações no piloto automático, porque mesmo que quisessem estes atores não teriam o que fazer com seus personagens que estão lá pra fazer a nostalgia dos fãs da série, e mais nada. Sobra então Joaquim de Almeida que faz o traficante de terno Hernan Reyes, que nem é Brasileiro, é Português, e como tal passa mais tempo falando inglês do que português, para esconder obviamente o sotaque o máximo possível. Não que isso seja ruim, já que nunca chegam a dizer que o cara é realmente brasileiro, mas o esquema todo mais parece na Colômbia, e assim eles acabam colocando tudo no mesmo saco.
A parte técnica do filme também deve ser observada como, se levando a sério ou não, pois por exemplo a dublagem de certos personagens brasileiros fica óbvia e mal feita, o que pode ser levado como piada, já que fazemos a mesma coisa com os filmes Norte-Americanos. Usando bem menos CGI aqui do que nos filmes anteriores o filme ganha pontos por parecer mais crível do ponto de vista estético, tornando as cenas de ação mais interessantes, embora ai resida um problema, já que estas se resumem em tiroteios, porradaria e uma perseguição que vale a pena se conferir, que justamente é esta já citada em que eles arrastam um cofre cidade a dentro. O que incomoda já que a série sempre foi marcada pelos rachas de carros potentes. A pergunta é: onde estão estas cenas? A única vez em que parece que vai acontecer uma disputa entre eles, o diretor Justin Lin cria toda uma expectativa para a cena, deixando todos os fãs babando, só para no exato momento em que ela começaria, cortar direto para o final da corrida, onde o "time" de Toretto já venceu. Seco assim. Sendo assim, pouco resta a dizer do roteiro que como não podia deixar de ser em um filme de ação no estilo, é o menos importante. É visto em tela muito personagem falando e muita exploração de relações, tudo muito fútil e entediante, já que é um filme de ação com personagens rasos que não tem o que se explorar, ou seja, o filme perde muito tempo filmando os atores fazendo algo inútil.
Levando ou não a sério o filme, Velozes e Furiosos 5 ainda é um fraco exemplar de filmes de ação, embora divertido como galhofa, o filme se estende de mais investindo em coisas que já conhecemos de trás para a frente e deixando de ir aonde seu público alvo quer ir, as cenas de ação com carros turbinados! Com um roteiro mal explicado e pouco convincente e atuações esquecíveis, este exemplar está muito distante do bom primeiro capítulo da série que equilibrava com destreza todos estes elementos. Ainda sim é divertida a experiência de assisti-lo, podendo se refletir a visão mundial de estereótipos em diferentes países e regiões. Mas só enquanto piada, pois se levado a sério, este filme deve ser esquecido em um canto remoto da sala de vergonhas alheias do mundo cinematográfico.
Olha eu assistir esse filme varias vezes e não me lebro de carro nenhum de gasolina.o filme e bom sim..e desde de quando e real...pensa
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