OSCAR PARTE 2: MINHAS APOSTAS

E ai cinéfilos!! Pois então, hoje é dia de Oscar e os clássicos estão em alta! O favorito da noite é um filme preto e branco e mudo, Meryl Streep deve sair com seu terceiro Oscar, Billy Crystal será o apresentador pra alegria geral, o favorito ao prêmio de melhor animação é uma grande homenagem aos clássicos Western's e as categorias técnicas estarão dominadas por Hugo Cabret que não só é comandado por um dos diretores mais importantes de Hollywood como também homenageia as raízes dessa arte que ganha sua festa mais aclamada hoje por volta das 22 horas. Ou seja, um ano que promete uma nostalgia cinematográfica tanto por parte da Academia quanto por parte do público que vai curtir a cerimônia. O que eu penso disso tudo?? Só posso colocar as minhas apostas para algumas categorias abaixo e explicá-las, fora isso é preparar a pipoca e curtir a justiças e eventuais injustiças que a academia costuma cometer ao anunciar seus premiados. Vamos aos palpites então.

MELHOR ATRIZ:

     Meryl Streep, ponto. Não deve haver outra vencedora. Eu acho bom? Não exatamente, A Dama de Ferro não é lá essas coisas, mas Streep é querida pela Academia e pelo público e esta me parece sua chance de finalmente vencer o premio outra vez depois de tantos anos. Eu Adoraria ver Rooney Mara ganhar, na verdade, seria o correto, sua performance em Millennium é magnífica, mas não me importaria de ver Viola Davis no palco pelo terrível Histórias Cruzadas.
   
MELHOR ATOR:

     Jean Dujardin dá um show ao encarnar o canastrão protagonista de O Artista, todos se renderam a essa encantadora produção. Dujardin deve sair vitorioso e merecidamente. Não me importo de ver Gary Oldman discursar e até seria uma grata surpresa.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE:

     Putz.... Aqui quem deve vencer pra que eu arranque minhas tripas pela boca é Octavia Spencer muito injustamente por Histórias Cruzadas. Jessica Chastain está indicada pelo mesmo filme tão injustamente quanto a outra, merecia figurar nessa lista (e vencer) por A Árvore da Vida. Reclamações a parte, acho quem eu gostaria de ver subir ao palco seria Melissa McCarthy por Missão Madrinha de Casamento.

MELHOR ATOR COADJUVANTE:

     Christopher Plummer deve receber este aqui, mais pela carreira do que por qualquer outra coisa. Minha escolha teria sido Branagh.

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL:

     Meia Noite em Paris. Todos adoram Woody Allen e este deve ser o único prêmio que poderão dar ao seu filme de maior sucesso. Agora, não seria surpresa se O Artista fosse o vencedor, começando sua consagração como grande vencedor da noite.

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO:

     O despercebido pelo público O Espião que Sabia de Mais deve ganhar este. Já ganhou outros prêmios nesta categoria e é o favorito, mas eu não descartaria a chance de Os Descendentes receber seu único prêmio aqui (injustamente diga-se de passagem).

MELHOR FOTOGRAFIA:

     A princípio eu diria que Millennium fosse o vencedor óbvio nesta categoria, mas daí tenho que olhar pra baixo e ver que Emmanuel Lubezki está indicado por A Árvore da Vida. Pronto, não há o que dizer, ele já é o vencedor. Qualquer outro seria injustiça, ainda que todos os outros indicados (com exceção de Cavalo de Guerra) sejam merecedores.

MELHOR TRILHA ORIGINAL:

     Minha aposta teria sido em Hans Zimmer pela soberba trilha de Rango, mas como o compositor abriu mão de suas indicações este ano, aposto no favorito Ludovic Bource por O Artista que tem uma trilha encantadora e marcante, cumprindo seu papel como personagem dentro de um filme que depende e muito dela.

MELHOR ANIMAÇÃO:

     Rango. Porque sim e deu. Nenhum dos outros concorrentes chega na sola do sapato da qualidade técnica ou dramática desta animação.

     E passando rapidamente pelas categorias técnicas que não interessam tanto assim ao público:

MELHOR MONTAGEM: Millennium ou O Artista. Acho injusto se Hugo ganhar (sua edição é irregular).
MELHOR MAQUIAGEM: Harry Potter ou a Dama de Ferro. Harry Potter deve ganhar, afinal seria o primeiro Oscar de toda a franquia e seria merecido.
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE: Hugo Cabret é o favorito e merece. Acho que Stuart Craig deveria ganhar por Harry Potter, não só pelo último filme mas por todos os outros também.
MELHOR EFEITOS VISUAIS: Harry Potter e Planeta dos Macacos - A Origem. Um dos dois. Pelo mesmo motivo das duas anteriores acho que Harry Potter deveria ganhar. Mas Não ficaria triste de ver os macacos ganharem, os efeitos são espetaculares.
MELHOR FIGURINO: Hugo Cabret, talvez O Artista.
MELHOR EDIÇÃO DE SOM: Hugo Cabret.
MELHOR MIXAGEM DE SOM: Millennium.

     E voltando para finalizar os prêmios mais esperados da noite.

MELHOR DIRETOR:

     Michel Hazanavicius. É costume conhecido da Academia premiar filme e diretor juntos. Assim O Artista deve ser aplaudido nesta categoria antes de finalizar com chave de ouro a noite.

MELHOR FILME:

     Enfim, o grande vencedor deve ser afinal O Artista, merecidamente. Minha opção seria por A Árvore da Vida que sem dúvidas é o grande filme do último ano, mas claro que sua recepção irregular por parte do público e crítica o deixa com zero chances de levar o prêmio, figurando na lista de indicados apenas por consideração. Me deixaria muito p... da cara (com perdão do palavreado) se Histórias Cruzadas, Cavalo de Guerra ou Os Descendentes ganhasse o prêmio, nenhum deles merece sequer estar nesta lista, quanto mais subir ao palco para receber o premio mais cobiçado da noite.

APOSTAS FEITAS!!! Em algumas horas, elas serão nada. Poderemos ver nós mesmos quem serão os vencedores. Mas até lá, é divertido tentar adivinhar.

HISTÓRIAS CRUZADAS

     Emocionante, até certo ponto tocante e até mesmo reflexivo, este Histórias Cruzadas surge a princípio como um novo clássico em potencial sobre o racismo, pronto para figurar ao lado de filmes como A Cor Púrpura, Mississipi em Chamas e O Sol é para Todos. Mas durante suas demasiadas longas duas horas e vinte minutos de duração, o filme mostra-se cheio de convenções, falsos moralismos e apelações emocionalmente vazias que acabam fazendo-o soar por demais contraditório quanto ao tema que defende com unhas e dentes. Assim, não é que o filme seja ruim, só que suas tentativas de agarrar estatuetas no Oscar são tão aparentes que é impossível não julgar que o uso de um tema tão delicado quanto o racismo, é apenas uma desculpa para seus produtores subirem ao palco no próximo dia 26. Shame on you guys.

MILLENNIUM - OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES

    Conseguir manter o espectador na poltrona do cinema por um longo tempo é fácil. O difícil é justamente tirá-lo metaforicamente de sua poltrona durante este tempo. Transportá-lo para um universo, para trama que se pretende contar em um filme durante pouco mais de duas horas e meia é uma tarefa que poucos realizam com tanta maestria e certeza de sucesso. Um dos poucos que, pelo menos a mim, sempre consegue cativar desta maneira é o cineasta David Fincher. Aqui, o diretor de Seven, Clube da Luta, Zodíaco, O Curioso Caso de Benjamin Button e A Rede Social, arranca o espectador da poltrona para dentro da tela já nos primeiros minutos ao trazer um dos créditos iniciais mais coerentes, adequados e espetaculares que este que vos escreve já viu, o realizador já apresenta logo de cara que não é a investigação sobre a qual se trata a estória, não é o seu desfecho ou a revelação do culpado que farão o espectador ficar na ponta da cadeira durante toda a projeção, e sim, os seus personagens incomuns e seus conflitos e perturbações internas que serão revelados durante o filme. Mais especificamente, os conflitos, os desafios, as nuances, a complexidade e a imprevisibilidade que fazem da protagonista Lisbeth uma personagem tão cativante em tela quanto, por exemplo, foi o Coringa de Heath Ledger ou o Coronel Hans Landa de Christopher Waltz. E isso claro se deve não só a direção de Fincher, mas ao trabalho maravilhoso da atriz Rooney Mara.