Homem-Formiga era pra ter sido dirigido por Edgar Wright, o excelente
cineasta britânico responsável pelos primorosos e ágeis Todo Mundo Quase Morto, Chumbo
Grosso, Heróis da Ressaca e Scott Pilgrim – todos nota dez, senão
mais. Porém, por mais que eu admire o roteirista e diretor inglês – e eu admiro,
isso ficou claro, certo? Sou um pouco fã, não sei se deu pra notar – é justo
dizer que seu estilo de narrativa e montagem, muito característicos (mesmo!),
destoariam do resto das produções da Marvel Studios, ainda que essas também sejam
calcadas principalmente no humor. Com a saída de Wright, entrou em seu lugar o
incomparavelmente menos talentoso Peyton Reed, que no entanto, é hábil ao
manter recursos de roteiro em que o seu antecessor teria imprimido seu estilo
próprio enquanto tenta acompanhar o ritmo de uma história concebida para ser
dirigida com muito mais velocidade – e estamos falando de um filme que já passa
voando!
Antes de qualquer coisa, a
exemplo do filme que começa com uma cena antes mesmo de entrarem os logos,
queria comentar a maquiagem digital de rejuvenescimento feita em Michael Douglas
nessa sequência. Sim, me estranhou numa primeira olhada, mas apenas porque
conheço o rosto do ator e estava esperando as suas já conhecidas e envelhecidas
feições, porque na realidade, o recurso é usado com maestria e, o que é mais raro,
com real necessidade na trama. Enfim, a partir daí somos jogados na vida de
Scott Lang (Paul Rudd), um criminoso recém liberto que é contratado por Hank
Pym (Douglas) para roubar uma tecnologia perigosa desenvolvida por seu antigo
pupilo, Darren Cross (Corey Stoll). Pra isso ele vai usar um traje especial
que diminui o seu tamanho para um menor que de uma formiga, mas que ao mesmo
tempo o deixa muito forte.
Pra quem não sabe, vale ressaltar
que o Homem-Formiga dos quadrinhos é na real o Hank Pym, que aqui já surge
aposentado de seus dias de heroísmo e pronto para
passar o fardo adiante para o nosso protagonista. Nesses papeis se mostram boas
escolhas primeiramente Paul Rudd, que é um ator muito carismático, enquanto em
segundo plano temos Michael Douglas, que na sua persona taciturna e austera tem
um mentor já pronto e embalado. O problema fica mesmo com os personagens pouco
desenvolvidos de Evangeline Lilly, Hope, filha de Pym, e de Corey Stoll, tão
bem em House of Cards e The Strain, aqui entregue a uma figura
não só unidimensional, como também over em suas tendências malignas – o que,
mesmo levando-se em conta que estamos falando do filme onde o cara se
transforma numa miniatura superforte de si mesmo, ainda soa muito deslocado.
Aliás, assumir os absurdo de sua
trama é um dos grandes trunfos do longa-metragem, que assim, se livra dos
demais compromissos que teria com o espectador no caso de se levar mais a sério
e encurta o caminho até a diversão – resquícios do trabalho de Edgar Wright,
sem dúvidas. O que me leva até as cenas de ação que, claro, chamam atenção pra
si mesmas por quase sempre se passarem em um escala microscópica, algo que,
aliás, arruína o trabalho de 3D do longa-metragem, já que a tecnologia depende
sempre de uma grande profundidade de campo, que é obrigatoriamente levada ao
seu mínimo aqui pra simular a sensação de miniaturização da lente também. Fora
isso, é possível se divertir com o resultado apesar de: 1) o filme não fugir
muito de uma zona de conforto – e convenhamos, com um herói em miniatura,
poderíamos ver sequências muito mais criativas; e 2) ser tudo obviamente uma
criação digital, o que tira boa parte do encanto já que sabemos que toda vez
que Scott transforma-se no herói, estamos vendo claramente uma cena toda gerada
no computador. Depois de Mad Max, é meio brochante, mas tudo bem, passou.
Há um a ideia envolvendo o
personagem de Michael Peña e o recurso da dublagem que é ótima – mais uma de Wright que sobreviveu a direção de Reed – além de muitas
referências ao universo da Marvel nos cinemas, até porque era necessário introduzir o
herói nas próximas aventuras dos Vingadores. O que também gera não uma, mas
duas cenas pós-créditos que... é, são legais, embora só adiantem o que já sabemos
que vem por aí. Repensando: com Edgar Wright na direção, Homem-Formiga realmente se distanciaria dos outros filmes dos estúdios
da casa das ideias, mas talvez isso não fosse lá uma coisa ruim, afinal, faria
desse um pequeno exemplar memorável além de apenas um pequeno exemplar divertido.
NOTA: 8/10
Para mim, os filmes por que são muito interessantes, podemos encontrar de diferentes gêneros. De forma interessante, o criador optou por inserir uma cena de abertura com personagens novos, o que acaba sendo um choque para o espectador. Desde que vi o elenco de Homem-Formiga imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos, pessoalmente eu irei ver por causo do ator Martin Donovan, um ator muito comprometido. Eu o vi recentemente em Farenheit 451 Filme. É uma historia que vale a pena ver. Para uma tarde de lazer é uma boa opção. A direção de arte consegue criar cenas de ação visualmente lindas.
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