terça-feira, 26 de janeiro de 2016

TRUMBO - LISTA NEGRA

Um tanto didático e muitas vezes apelando para o melodrama em conflitos familiares que buscam - nem sempre com sucesso - atingir o público emocionalmente, ironicamente, Trumbo - Lista Negra jamais alcança o talento narrativo de Dalton Trumbo, oscarizado roteirista sobre o qual fala. Por outro lado, é extremamente eficiente em instigar a revolta contra pensamentos políticos conservadores e hegemônicos, ao abordar a caça às bruxas promovida pelo governo dos EUA aos comunistas em meados do Século passado. E o sentimento só fica pior quando se percebe que muitas daquelas atitudes podem ser transferidas para os dias de hoje em relação aos negros, imigrantes, pobres, mulheres, homossexuais e ateus, e certas figuras apontando o dedo raivosamente em imagens de arquivo da década de 1950, poderiam ser facilmente Jair Bolsonaro nos anos 2010. Ah, sim, Bryan Cranston está impecável como o personagem título, enquanto Helen Mirren surge um tanto caricata demais, apesar de divertida em sua composição maliciosa de Hedda Hopper.


NOTA: 7/10 

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