Conhecidos pelo estilo chamado de Câmera
Subjetiva (que é vista do ponto de vista de
alguém), ou Found Tapes, filmes contados a
partir de supostas filmagens encontradas ficaram populares depois do sucesso de A Bruxa de Blair. Seguiram este sucesso filmes de algum gabarito
como Cloverfield, o ótimo espanhol Rec, e a eficiente série Atividade Paranormal. Porém, a novidade
passou e vieram longas fracos e genéricos como Quarentena (refilmagem Americana de Rec), Apollo 18 e recentemente Chernobyl. É dos restos desta
febre que surge este desastroso Projeto Dinossauro.
Uma expedição científica leva várias câmeras para
registrar possíveis criaturas no coração da selva na África, seu helicóptero
cai e os exploradores ficam a mercê de dinossauros.
Passe por cima do seu preconceito com o enredo (o
que é difícil), depois também supere a sua falta de vontade de ver mais uma vez
um grupo de pessoas que insistem em filmar um desastre quando deveriam estar
fugindo dele (o que, eu sei, é ainda mais difícil), então tente assistir a Projeto Dinossauro (o que eu dificilmente recomendaria) e
constate por si mesmo que o filme consegue cometer todos os erros possíveis
numa produção do tipo.
1) Partindo do conceito de que tudo que vemos é
fruto da filmagem de algum dos personagens, como se pode conceber que existam
cortes que passam de um quadro muito aberto para um muito fechado só para
causar efeito dramático? É como se você ficasse imaginando os personagens
dizendo nos bastidores algo como "Vamos fazer mais um take, só que em
close desta vez"... Pronto, você já excluiu todo e qualquer senso para o
espectador de que são pessoas reais em uma situação real.
2) Ainda falando das filmagens, em certa cena, o
grupo foge por suas vidas de um grupo de dinossauros. Quando então, a câmera
frenética em fuga junto com os personagens se volta para trás para registrar
uma das integrantes sendo morta pelos seres pré-históricos. Ou seja, um membro
do grupo carregando uma câmera e fugindo durante a noite de dinossauros
famintos se preocupou em correr de costas só para poder registrar sadicamente a
morte da colega... É a única dedução que se pode fazer.
3) A obviedade não está de brincadeira neste filme.
Logo nos primeiros planos um dos personagens literalmente vira para a câmera e
explica todo e qualquer detalhe técnico importante para a trama, como o fato de
as câmeras enviarem as imagens para um HD externo a fim de assegurar as imagens
caso uma delas fosse danificada, ou mesmo a relação conturbada (e batida) do
próprio personagem com o pai.
4) E por último... Em 1993 (Há quase 20 anos atrás!) Jurassic Park entregava dinossauros feitos em
computação gráfica que até hoje convencem e deslumbram. Hoje, Projeto Dinossauro causa um sentimento de vergonha alheia
ao espectador que tentar engolir os terríveis efeitos visuais do filme.
Eu sei que não é dever do crítico dizer o que o
espectador deve e não deve assistir. Porém, sei que é meu dever como ser humano
tentar impedir que outros semelhantes sejam submetidos a tamanhos erros como é
este filme.
NOTA: 0/10
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