quinta-feira, 20 de setembro de 2012

PODER PARANORMAL



     Com meus poderes paranormais eu prevejo um filme escrito e dirigido por Rodrigo Cortés, que segundo minhas cartas, eu vejo, foi o diretor do excepcional Enterrado Vivo de 2010 com Ryan Reynolds. Mas calma ai, há uma perturbação nas vibrações que me dizem que este não será um filme tão bem executado, pior, prevejo um plot twist pretensioso ao fim deste longa e um diretor que achará que seu espectador é uma mula. O posicionamento dos astros também me diz que serão quase duas horas intermináveis para a pobre alma que se sentar para assistir este Poder Paranormal, já que o filme tentará investir no suspense e no terror e, segundo esta linha aqui na minha mão, não conseguirá ser bem sucedido em nenhum dos dois. Porém, eu prevejo muita coisa anyway...

     Todos Quietos! Prevejo uma sinopse chegando... Olha ela ai: Tom (Cillian Murphy) e Margaret (Sigourney Weaver) caçam pseudo paranormais e suas farsas, até que se deparam com Simon Silver (Robert De Niro), um experiente suposto paranormal que desafia tudo aquilo que conhecem.


     Estou sentindo novas vibrações, elas me dizem que o diretor Rodrigo Cortés achará que seremos incapazes de entender as mais simples nuances de seu projeto. Vejo um plano risível onde, ao introduzir o personagem claramente cego Simon Silver, o diretor pedirá ao ator que tire os óculos escuros olhando diretamente para a tela com suas retinas leitosas, para então segundos depois, recolocá-los no rosto deixando claro que o take servirá apenas para berrar no ouvido do espectador "ELE É CEGO VIU?! VOCÊS VIRAM!? ELE CEGO HEIN!! NÃO ESQUECE, ELE É CEGOO!!". Prevejo personagens dizendo os nomes um dos outros a cada vez que se encontram, sinto nisso um medo que o diretor e roteirista terá de que, de tão desinteressantes que estas figuras serão, esqueçamos seus nomes quase que imediatamente.


     Prevejo que Sigourney Weaver repetirá sua performance como a Doutora Grace em Avatar, e sinto, graças ao posicionamento de Saturno em relação a Júpiter, que ainda assim ela será a melhor coisa do filme. E vejo também que Cortés desperdiçará esta carta na manga e dará um fim a personagem em meados da projeção (da-nem-se  os  spoilers), o que com certeza tornará a outra metade do longa uma tortura infindável. Prevejo que o protagonista Tom ganhará de seu intérprete, Cillian Murphy, uma over acting embaraçosa para o ator. As cartas me dizem que ele apostará em gritos desnecessários e descontroles inverossímeis e até incabíveis na situação, o que tornará as reações do seu personagem risíveis. Porém, os astros me contam algo ainda pior e mais constrangedor, uma performance de Eugenio Mira como o jovem Simon Silver que tentará emular o jovem Robert De Niro de uma forma tão caricata que, já estou vendo (!), eu mesmo tendo ataques incontroláveis de risos na poltrona do cinema, o que será muito bom caso seja esta a intenção do diretor. Mas não será, será?


     Mas as minhas interpretações do futuro estão chegando ao fim, e com elas, mais uma única coisa fica clara na nebulosa de possíveis acontecimentos que estão por vir, um plot twist no final do filme que subindo em uma sequência de cortes rápidos junto com a música no melhor estilo de Jogos Mortais, achará que construiu seus personagens bem o suficiente para nos surpreender com a revelação final sobre estes, terminando o longa de forma esquecível. E por fim, prevejo mais um fracasso levando o nome de De Niro na capa, o que não deixará de ser triste, tendo em vista sua carreira pregressa. E no final, Poder Paranormal será uma farsa tão grande quanto aquelas sobre as quais falará.


NOTA: 3/10

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