Continuação direta do ótimo longa de 2009, este Tá Chovendo Hambúrguer 2 busca repetir algumas gags que funcionavam tão bem no primeiro filme, enquanto ao menos investe em uma trama diferenciada e bonitinha, mas que se sustenta graças ao rico universo que cria e não propriamente a história que quer contar.
Se no primeiro, a invenção do protagonista Flint a princípio se mostrava uma benção para aos poucos se revelar o grande vilão do filme, aqui se desenrola exatamente o oposto: a máquina que acabara por baixo agora começa a mostrar que na verdade é, no fim das contas, uma dádiva mesmo. Na ilha onde o deixaram, o aparelho começa a criar vida baseada em comida, assim surgem tacodilos, melancifantes e queijaranhas, por exemplo. Alertando Flint sobre uma possível evasão da ilha por parte das novas criaturas, Chester, o dono de uma corporação bilionária de invenções o convida a embarcar de volta ao local e reprogramar a máquina.
"Mais um filme feito por um montão de gente" diz um dos letreiros inicias. Com sinceridade, pelo menos.
Não é surpresa nenhuma que um filme escrito por oito roteiristas (nem FOD&%*@ cito todos os nomes) acabe se saindo trôpego em sua estrutura. Na verdade, se há algo com o que se surpreender é que com dezesseis mãos mexendo no conteúdo de um projeto, este consiga a façanha de se manter ao menos agradável. E o longa é, de fato, divertido, ainda que óbvio na maior parte do tempo - um "ele não faz ideia das nossas reais intenções" dito em certo momento pelo vilão Chester chega a doer. Aliás, o antagonista acaba resultando em uma estranha alusão à Steve Jobs, enquanto sua empresa (chamada "Live"), à Apple, incluindo a estética clean baseada em materiais translúcidos e/ou brancos. Mas é algo que também jamais ganha maior aprofundamento... Ou ganha? Em certo momento revela-se que "Live", ao contrário, é "evil"... Enfim.
Fazendo algumas poucas referências (admitamos, podia ser pior) óbvias e esperadas à Jurassic Park, King Kong e até mesmo Avatar, o filme investe em pelo menos uma ótima gag: aquela representada pelo moranguinho Berry, que dono de um dialeto baseado em poucas sílabas, protagoniza as melhores sequências do filme, em especial, sua tradução simultânea do discurso de Flint é bem divertida. Enquanto durante o resto de sua duração o longa se preocupa em repetir a exaustão os elementos que haviam dado certo na fórmula de seu antecessor, como o macaco Steve ou a relação incompatível entre o nosso herói e seu pai pescador. Mas, representando de fato um mal sinal para esta continuação, sua mais gostosa gargalhada é oferecida apenas depois de subirem os créditos, quando uma piada genial envolvendo filmes de Terror B surge durante alguns segundos em tela. Um pena então que aí, o filme já tenha acabado.
NOTA: 6/10
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