segunda-feira, 21 de outubro de 2013

THE WALKING DEAD: S04E02 - INFECTED



     Mantendo o ótimo pique do primeiro episódio, este Infected me marcou especialmente em dois momentos, ambos mostrando a relação de adultos, crianças e armas letais. Enquanto é interessante notar como Rick (ainda traumatizado desde os eventos com o Governador) entrega um revólver a Carl um tanto quanto a contra gosto, temendo que instintos poderia despertar no menino ao dar-lhe tamanho poderio de fogo, é sempre melancólico notar como esses valores parecem ter se perdido para todas as outras figuras daquele universo. Assim, é um triste lembrete da distorção moral sob a qual vivem os nossos protagonistas, perceber que Carol fica aliviada e satisfeita quando uma das meninas resolve aceitar carregar uma faca consigo, numa cena que, acertadamente, trata o ocorrido como um fortalecimento da relação entre as duas.

     O diretor deste episódio, Guy Ferland, na verdade, já está ficando especialista em desenvolver boas cenas de relação entre pais e filhos dentro da série, são de sua responsabilidade também os ótimos Better Angels e Killer Within. O primeiro, da segunda temporada, mostra uma cena onde Rick dividia um diálogo tocante com Carl sobre vida e morte, enquanto o segundo, da terceira, mostrava um incidente dentro da prisão muito parecido com o que é visto aqui, e que resultava na morte de Lori, mas não antes que esta pudesse ter seu melhor momento em toda a série (!) ao se despedir do filho.

     Dito isso, este segundo episódio volta a tropeçar rapidamente no mesmo lugar de seu antecessor. Como apontei em meu breve texto sobre 30 Days Without An Accident, há personagens que possuem uma força muito grande para que sejam dispensados com facilidade, ou mesmo para que sejam dispensados, ponto. São eles Rick, Carl, Carol, Glenn, Maggie, Hershel e claro, Daryl e Michonne, sendo assim, colocar estas figuras em alguma situação de risco normalmente não cria tanta tensão justamente por sabermos que a série não irá abrir mão deles assim tão fácil. Esperemos apenas que aquele pé machucado da Mich (chamo de "Mich" porque sou amigo íntimo) tenha alguma relevância no futuro. A nossa espadachim, aliás, também é enfocada aqui em uma bela cena envolvendo ela e uma criança (estou falando que Ferland é o cara quando se trata dessas cenas).

     Mantendo-se um episódio tenso, repleto de ação e que ainda consegue manter o desenvolvimento de seus personagens em pleno vapor, Infected mantém o nível nota dez de dez quase ininterrupto que a série estabeleceu com a temporada passada. E como um leitor dos quadrinhos também, estou especialmente feliz que a estrutura e a trama tenham sido drasticamente alteradas, deixando impossível para quem já conhece a história prever o que a série vai nos trazer. Ainda que sim, esta mesma mantenha muitos elementos aqui e ali para deixar os fãs das HQ's entretidos também. 


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