domingo, 27 de fevereiro de 2011

BRAVURA INDÔMITA - 1969 X 2010

BRAVURA INDÔMITA 1969

TRAILER TRUE GRIT 1969


     Fui atrás deste filme dirigido por Henry Hathaway simplesmente porque queria ver a primeira versão adaptada para o cinema do romance de Charles Portis, que não li, mas que a curiosidade em torno do novo filme dos irmãos Coen me fez pesquisar sobre. E nessas pesquisas não demorei a descobrir este exemplar de 1969, que deu o único Oscar da carreira de Jhon Wayne, embora já tenha lido que tenha sido mais um prêmio pela carreira do que pelo papel em si. E em vista do ano em que o filme filme foi lançado eu não discordo muito.



     1969 foi o ano no qual Apollo 11 pousou na Lua, um ano antes em 1968 Stanley Kubrick havia lançado um clássico que revolucionou a indústria dos gêneros em Hollywood, 2001: uma odisséia no espaço. Logo, foi nesta época que a ficção científica ganhou força e os predominantes Western passaram a ser esquecidos aos poucos. Some isso ao fato de que a indústria dos Western já havia evoluído para o mais popular Western Spaghetti, gênero dominado por Sérgio Leone que trazia um velho oeste mais satírico e mais artístico, e temos que este Bravura Indômita é um filme fora de sua época.
     Após ter o pai assassinado brutalmente pelo próprio empregado, Tom Chaney, a jovem e inteligente Mattie Ross sai a procura do covarde assassino determinada a fazer justiça nem que seja com as próprias mãos. Para isso ela vai contratar o Agente Federal Rooster Cogburn que tem fama de ser impiedoso com fugitivos, mas ainda vai contar com a ajuda do Texas Ranger LaBoeuf que vem atrás do rastro de Chaney há algum tempo, e juntos ele embarcam nesta jornada a procura de vinganças e recompensas. 
     Embora fora de seu tempo, o filme trás elementos da decadência do western, como Rooster (Wayne) sendo julgado no começo do filme. Um jeito completamente diferente de apresentar um herói deste estilo, que normalmente é introduzido sobre seu cavalo, imponente e viril. Aqui o personagem é apresentado um velho alcoólatra sendo submetido as mesmas leis que os bandidos. A lei do herói que mata em nome da mocinha e acaba no final feliz termina, o estado, a civilização, agora chegaram ao velho oeste. 



     Trazendo uma "mocinha" nada convencional, que barganha e é esperta e tem o mesmo nível de coragem dos seus colegas homens, o filme trata principalmente da relação de amizade entre Rooster e Mattie (Kim Darby), provando que naquele tempo era preciso agir como homem para ser amigo de um. As tiradas bem humoradas ficam por conta da relação de disputa entre o Rooster e Laboeuf (Glen Campbell), que sempre em pé de guerra, não demoram em apresentar suas habilidades com o revólver.
     O filme se preocupa então em desenvolver essas relações que se tornam mais importantes do que a trama de vingança, sendo esta pano de fundo para que se crie estas relações. 



     Com uma trilha sonora que eu chamaria de otimista e aventureira, o filme observado dos tempos de hoje é a última cavalgada da velha guarda dos western, trazendo uma performance expressiva de Jhon Wayne e de Kim Darby, claro sempre levando em conta que naquela época as interpretações eram muito mais teatrais. Fiquei pessoalmente feliz em reconhecer Robert Duvall muito moço como o bandido Ned Pepper sem ajuda de ninguém.
     No fim Bravura Indômita chega a ter um final otimista em relação aos heróis cowboys, mesmo sendo um filme pequeno, tem sua relevância e vale ser assistido.

NOTA: 7/10

BRAVURA INDÔMITA 2010

TRAILER TRUE GRIT 2010


     Este é mais um filme dos irmãos Ethan e Joel Coen que chega já indicado ao Oscar de melhor filme, e outros nove. Baseado no Romance de Charles Portis, o que diferencia este exemplar do de 1969 é sem dúvida alguma a direção e roterização dos Coen que trazem a este novo longa o seu conhecido humor negro e caótico, no melhor de seu estilo nonsense.
     Pulando o prólogo que o antigo possuía, este novo filme, nos explica brevemente e de maneira mais soturna e sombria os fatos ocorridos para que a protagonista Mattie Ross saísse a procura do covarde Tom Chaney, tendo o resto da trama praticamente igual que a do exemplar de Hathaway tinha, com mudanças aqui e ali, mais significativas mesmo no epílogo, aqui sim mais desenvolvido que antes.



     Visualmente muito mais brutais e violentos os Coen não esitam em colocar uma cena de enforcamento muito preconceituosa logo no início da projeção, os dedos de um homem sendo cortados ou um homem  enforcado em uma árvore. Auxiliados de uma direção de arte competente e de uma mixagem de som certeira, o filme ganha muito mais realismo do que o longa de 69. Tecnicamente perfeito, o filme entrega um velho oeste mais frio e mais duro do que os que vimos nos longas dos anos 50 e 60. 
     Quanto as atuações, Haille Stenfeld entrega uma Mattie mais determinada e menos infantil que a de Kim Darbyl, fazendo valer sua sabia indicação a atriz coadjuvante (embora eu ache que ela não levará o prêmio) nunca se intimidando ao atuar ao lado de Bridges e Damon. Estes por sua vez estabelecem um química muito boa entre si e a garota Stenfeld. Jeff Bridges nos apresenta um Rooster soturno e letal, Enquanto Damon entrega um Laboeuf mais severo e menos atrapalhado do que o de Glen Campbell. Já Josh Brolin pouco tem a fazer com seu Tom Chaney, já que tanto no original quanto neste ele pouco aparece e fala ainda menos (erro de Portis e Hathaway e persistido aqui pelos Coen), mas o que faz, faz bem, longe do adolescente interpretado em os Goonies.  



     O longa trás a competência dos Irmãos Coen e suas sutilezas conhecidas, com cenas praticamente iguais as do longa original, mas com novas roupagens, o filme desenvolve menos a afetividade entre os personagens do que o antigo, tendo a busca de vingança da jovem Mattie mais enfoque aqui do que antes, com um final mais triste, decadente e solitário, típico dos Coen, o filme ainda trás um clima de aventura que nunca achega a se concretizar, é justo dizer que a sombra deste gênero esta lá, porque afinal de contas é o nome de Steven Spielberg que esta abaixo do título de produtor executivo. 
     Com uma fotografia belíssima (vide a cavalgada ao final da trama), com o humor característico dos Coen (vide a disputa de pontaria e o homem urso) e nunca deixando de ser um filme deles ao não abdicar da brutalidade visual, o filme é um longa exemplar que merece sua ótima bilheteria e todas as suas indicações dais quais talvez não saia vencedor em nehuma tendo em vista que O discurso do Rei, A Rede Social, A Origem, Cisne Negro entre outras produções estão no páreo também este ano, e não vão sair de mãos vazias. 
       

NOTA 8,5/10

Links relacionados:

http://www.cabinecelular.com.br/ procure pela crítica de bravura indômita.




4 comentários:

  1. Estou esperando a crítica de Rangoooo!^^

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