domingo, 17 de julho de 2011

TRANSFORMERS 3 : O LADO OCULTO DA LUA



     Transformers 3 pode ter muitos lados ocultos a serem descobertos pelo espectador que resolver se sentar para assisti-lo (que não serão poucos). Ele é um genuíno filme catástrofe! Infelizmente não pelo seu tema digo isso, mas pelo fato de que nenhum dos lados, expostos ou ocultos do longa são aproveitáveis de alguma maneira se não como um exemplo perfeito do tipo de "monstrinho cinematográfico" que orçamentos milionários e diretores megalomaníacos criam quando combinados a sede de Hollywood de encher seus cofres a qualquer custo, aqui no caso, a nosso custo. E que fique bem claro que não estou falando do preço do 3D, e sim de nossos preciosos tempo e paciência.


     A história (não que ela realmente importe) nos leva a alguns anos depois do esplêndido (ironia) Transformers 2, Sam (Shia LaBeouf) está procurando emprego mesmo depois de salvar o mundo duas vezes (reconhecimento é tudo) e vive sustentado pela muito bem sucedida Carly (Rosie Huntington-Whiteley) que deu um chega pra lá na demitida Megan Fox. Enquanto isso os Autobots estão trabalhando para impedir que os Decepticons se infiltrem no planeta terra (leia-se: Os Autobots estão trabalhando para os EUA, eliminando inimigos dos EUA, se infiltrando em território inimigo dos EUA. Enquanto isso fingem estar protegendo todo o planeta terra, mas na verdade protegem apenas os EUA e mais ninguém). Remetendo a corrida espacial e a fatos da guerra fria descobrimos que muitos acontecidos na nossa história tem um dedo (ou melhor, um parafuso) desses robôs gigantescos metido no meio.


     O roteiro (Pffff...) aqui é legitimamente apenas uma desculpa para o uso indiscriminado de efeitos visuais. E isso fica claro desde o minuto inicial. Diálogos expositivos são piadas, aqui eles aparecem a cada cinco minutos, desde os constrangedores no começo do filme que visam relembrar de forma resumida as intrincadas tramas (ironia, again) dos dois filmes anteriores, até aqueles que apenas querem tatuar na mente do espectador o que está se passando já que por mais óbvia que seja a ação em tela sempre há um personagem para descrevê-la assim que esta acaba. Não que o filme seja óbvio. A montagem criminosa deste longa consegue quase superar a do terrível As mães de Chico Xavier, jogando tudo na tela sem se preocupar se faz sentido ou não. Até agora me pergunto como o personagem de John Turturro foi parar num bar cheio de alemães armados em uma cena supostamente engraçada, e ainda nem faço ideia de pra quê aquilo serviu ao filme. E isso é só uma das proezas do longa que nos joga de trama em trama sem se preocupar em apresentar ou dar fim aos personagens (vide os pais de Sam que simplesmente somem perto do final). 


     Mas o doutor Frankenstein por trás disso tudo é o megalomaníaco Michael Bay, dono de um estilo de direção marcante que se baseia praticamente em espicaçar o filme para que nenhum plano fique em tela mais do que cinco segundos, intercalando-os com alguns mais duradouros em câmera lenta. Mantendo os ângulos em contra-plongée em boa parte de suas tomadas sem propósito aparente, Bay cria um filme tortuoso de se assistir já que parece que estamos sempre fazendo força para olhar tudo. O "diretor" ainda cria vários momentos constrangedores como apresentar a personagem de Whiteley a partir de sua bunda, ou mais para o meio do filme colocá-la andando de costas para uma explosão enquanto a "atriz" esbanja carisma com sua boca aberta a lá Bella do Crepúsculo. E não satisfeito ainda se mostra um preguiçoso na hora de contar sua história já que prefere lançar flashes de acontecimentos na tela intercalados por planos negros de silêncio evidenciando a passagem de tempo de um jeito claramente pensado as pressas para passar a parte "chata" (como se todo o filme já em si não o fosse). Empregando tal "recurso" em dois dos únicos momentos em que o filme conseguiu acender uma fagulha de interesse meu. Na primeira vez em que Turturro decide sair à ação e quando Chicago é tomada pelos robôs do mal (Sabe lá porque só Chicago foi tomada com todo aquele poder de fogo que eles tinham).


     [SPOILERS] O elenco é desperdiçado completamente, nem mesmo o carisma habitual de Shia LaBeouf salva as poucas cenas que poderiam ser aproveitáveis do garoto que se resume a ser o atrapalhado herói de sempre sem inovar em nada. Whiteley é um poço de nada, a não ser sua beleza natural que não serve em momento algum para prender o espectador já que sua absurda falta de talento é equiparável com a de Kristen Stewart. John Turturro está perdido outra vez no constrangedor papel que lhe coube nos dois últimos filmes. Aqui mais fútil que nunca. O que John Malkovich faz nisso? seu personagem é nada menos que desnecessário! E Frances McDormand?! coitada reduzida a um personagem que se contra diz o tempo todo só para não dar o braço a torcer (Ah claro que se dane que milhões de pessoas vão morrer!), aliás, as motivações dos personagens são nada menos que bestas, e suas capacidades intelectuais refletem a do diretor Bay, já que em dado momento o super vilão do filme é convencido a se tornar um Deus Ex-machina por uma Whiteley desmiolada usando uma filosofia barata. Só pra depois Megatron (o tal "super vilão") impedir o assassinato de Optimus que acaba o destruindo depois! Totalmente sem sentido! os personagens parecem não parar para planejar nada! assim como o próprio filme parece ter sido feito, já que os efeitos visuais que deveriam ser o ponto alto do filme se mostram ineficazes em certo momentos já que soam impossíveis de mais até para o universo de Bay. O John Kennedy feito por CGI no começo é falso o bastante para chamar atenção em tela nos poucos frames corridos em que aparece tentando ser escondido pela estúpida câmera documental do diretor. O filme ainda falha o tentar juntar fatos históricos a história dos próprios robôs, já que isto contradiz em quase tudo os outros dois filmes! Ao menos o 3D é razoavelmente bem usado no enorme, sem propósito e interminável clímax que parece ocupar metade da projeção.


     Terminando abruptamente logo após a morte do vilão e apelando tanto na introdução como no desfecho para um discurso vazio e de doer os ouvidos de tão clichê do personagem Optimus Prime, o filme consegue o feito de nem mesmo "terminar" deixando muitas dúvidas e furos de roteiro pelo caminho como se já pretendesse dar continuidade a série. Pelo deus dos robôs, que isso jamais se torne realidade! 


NOTA 1/10



3 comentários:

  1. Transformers 3 é, como diria Marlon Brando em Apocalypse Now, "o horror, o horror, o horror...".

    Achei engraçado tu comentar sobre o fato de os Autobots dizerem que protegem a Terra, mas na verdade protegem apenas os EUA. É algo realmente sem sentido. Cheguei a pensar nisso, mas foi muito rapidamente, nem cheguei a processar direito.

    Nunca pensei que eu sentiria saudades de Megan Fox em um filme. O que ela tem de linda, ela tem de péssima atriz. Mas sua substituta consegue ser PIOR e (eu acho) é menos bonita que Fox.

    http://brazilianmovieguy.blogspot.com/2011/07/transformers-o-lado-oculto-da-lua.html

    Abraço

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  2. Como também diria o Sheldon "é o horror!"
    Yuri tu é do MAL!
    muahaha
    Tu odeia tanto assim esse diretor?
    Transformers sempre me pareceu ser aquele tipo de filme sem enredo que as pessoas acham "uhul" por causada ação.
    E o pior de tudo... Por que eles insistem que o homem foi pra Lua?!

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  3. Rebeca, eu acho que a única coisa realmente boa no filme é a ação. Mesmo assim, eu já não gostei muito do primeiro filme, que dirá os outros... Felizmente, pela nota que o Yuri deu, parece que não serei obrigada a assistir esse.

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