Marcado por um infeliz acontecimento durante uma festa no tempo da faculdade, Zero (Wagner Moura) se tornou um cientista infeliz, ainda que brilhante. Obcecado por criar uma nova fonte de energia ele acaba acidentalmente criando uma máquina do tempo que o leva direto há este dia que marcou tanto sua vida. É então que Zero vê a chance de consertar seu passado com a bela Helena (Alinne Moraes) e, portanto, mudar inteiramente o rumo de toda sua vida. Mas algo sai terrivelmente errado e o personagem se vê preso em uma realidade que nunca pretendeu criar, e para poder consertar tudo ele terá de fazer uma última viagem no tempo.
A princípio, o roteiro, escrito pelo próprio Torres, é um pouco explicativo de mais, se preocupando a toa com o entendimento do público, já que a trama é simples e direta, não possuindo grande profundidade ou complexidade. Sua força reside em seus personagens, que podem não ser os mais interessantes já vistos, mas que são, com certeza, carismáticos nas mãos do bem escolhido elenco. O diretor sabe nos apresentar cada um, nos familiarizando com eles, para que mais tarde nos importemos com os mesmos, nos divirtamos e nos empolguemos também. Assim, pouco importa a trama batida quando conseguimos realmente acreditar no romance entre Zero e Helena, que ganha motivos fortes em tela. Ou na amizade entre o herói e Otávio (Fernando Ceylão). E melhor ainda, é ver que o roteiro de Torres não investe em piadas bobas, acreditando em seus personagens para manter a atenção do público.
Esses que nas peles dos talentosos Wagner Moura, Alinne Moraes e Fernando Ceylão ganham a credibilidade por parte do público ao não caírem em caricaturas e esbanjando química uns com os outros. Moura, com sua energia habitual, encarna as várias versões de Zero sem problemas, tornando-o um herói engraçado e romântico. Moraes faz seu dever e usa mais do que sua estonteante beleza para conquistar o espectador. A atriz investe em uma Helena jovial e encantada, com os olhos sempre brilhando. E quando tem que encarná-la como uma figura triste e destruída pelo tempo, se sai igualmente bem, com as expressões tristes e os olhos caídos. Já Ceylão, como um coadjuvante que não é exatamente um alívio cômico, mas que às vezes faz o papel de um, consegue se destacar mesmo perto dos outros dois, sem precisar fazer caras e bocas para isso. Vale citar também Maria Luísa Mendonça que faz Sandra, a chefe de Zero, que acaba por se tornar (esta sim) um ótimo alívio cômico bem dosado por Torres.
A parte técnica mantém o nível. Embora a trilha musical deixe a desejar um pouco, o resto esta nos lugares, até mesmos os efeitos -pasmem- estão ótimos e convincentes. O trabalho de maquiagem esta incrível, destacando-se ao esconder as rugas das versões jovens dos personagens, tornando os contrastes entre um e outro muito bem feitos. Aliás, cenas essas muito bem realizadas pela equipe de efeitos, já que muito do filme depende da interação de Moura com suas outras versões. E pra finalizar, é ótimo ouvir clássicos como "Tempo Perdido" tocarem durante muitos momentos da projeção, compensando a fraca trilha original.
NOTA: 8/10
Comédia muito boa mesmo!
ResponderExcluirO elenco dá um show, principalmente Wagner Moura!
A fórmula é batida, mas o filme é muito bom!
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Abraço,
Thomás
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