sábado, 8 de setembro de 2012

NOTA RÁPIDA: "PROJETO DINOSSAURO"

     Conhecidos pelo estilo chamado de Câmera Subjetiva (que é vista do ponto de vista de alguém), ou Found Tapes, filmes contados a partir de supostas filmagens encontradas ficaram populares depois do sucesso de A Bruxa de Blair. Seguiram este sucesso filmes de algum gabarito como Cloverfield, o ótimo espanhol Rec, e a eficiente série Atividade Paranormal. Porém, a novidade passou e vieram longas fracos e genéricos como Quarentena (refilmagem Americana de Rec), Apollo 18 e recentemente Chernobyl. É dos restos desta febre que surge este desastroso Projeto Dinossauro.

     Uma expedição científica leva várias câmeras para registrar possíveis criaturas no coração da selva na África, seu helicóptero cai e os exploradores ficam a mercê de dinossauros. 

     Passe por cima do seu preconceito com o enredo (o que é difícil), depois também supere a sua falta de vontade de ver mais uma vez um grupo de pessoas que insistem em filmar um desastre quando deveriam estar fugindo dele (o que, eu sei, é ainda mais difícil), então tente assistir a Projeto Dinossauro (o que eu dificilmente recomendaria) e constate por si mesmo que o filme consegue cometer todos os erros possíveis numa produção do tipo. 

1) Partindo do conceito de que tudo que vemos é fruto da filmagem de algum dos personagens, como se pode conceber que existam cortes que passam de um quadro muito aberto para um muito fechado só para causar efeito dramático? É como se você ficasse imaginando os personagens dizendo nos bastidores algo como "Vamos fazer mais um take, só que em close desta vez"... Pronto, você já excluiu todo e qualquer senso para o espectador de que são pessoas reais em uma situação real. 

2) Ainda falando das filmagens, em certa cena, o grupo foge por suas vidas de um grupo de dinossauros. Quando então, a câmera frenética em fuga junto com os personagens se volta para trás para registrar uma das integrantes sendo morta pelos seres pré-históricos. Ou seja, um membro do grupo carregando uma câmera e fugindo durante a noite de dinossauros famintos se preocupou em correr de costas só para poder registrar sadicamente a morte da colega... É a única dedução que se pode fazer.

3) A obviedade não está de brincadeira neste filme. Logo nos primeiros planos um dos personagens literalmente vira para a câmera e explica todo e qualquer detalhe técnico importante para a trama, como o fato de as câmeras enviarem as imagens para um HD externo a fim de assegurar as imagens caso uma delas fosse danificada, ou mesmo a relação conturbada (e batida) do próprio personagem com o pai.

4) E por último... Em 1993 (Há quase 20 anos atrás!) Jurassic Park entregava dinossauros feitos em computação gráfica que até hoje convencem e deslumbram. Hoje, Projeto Dinossauro causa um sentimento de vergonha alheia ao espectador que tentar engolir os terríveis efeitos visuais do filme.

      Eu sei que não é dever do crítico dizer o que o espectador deve e não deve assistir. Porém, sei que é meu dever como ser humano tentar impedir que outros semelhantes sejam submetidos a tamanhos erros como é este filme.

NOTA: 0/10

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