quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

O POLÊMICO LA LA LAND


O filme nem estreou ainda (apesar de estar em sessões de pré-estreia, só entra em cartaz mesmo amanhã) e já tem gente brigando feio pela internet para definir: o filme é ou não uma obra-prima? O filme é ou não a escória da história do Cinema? (Ele não pode simplesmente ser bom ou mediano?). Toda a aclamação por prêmios e manchetes sensacionalistas (que já discuto adiante), geram atenção tal em torno de algumas obras que seus defensores e detratores acabam por tornarem-se radicais, esquecendo-se das principais virtudes de se debater arte. E me sinto impelido a escrever esse texto ainda que tenha dado cotação máxima para o filme na minha crítica: 10/10. Pois, aqui, como eventualmente acontece nesses “filmes evento”, aparentemente para quem curtiu, se você não amou La La Land, você só pode tê-lo odiado. E para quem não gostou, se você não o acha a pior coisa já feita, só pode ser um fã cego de musicais que entrou no hype.

Se um texto defende a produção, mas diz que aquilo ou aquele outro não funcionam direito, está destilando ódio. Se ataca o projeto, mas ressalta que possui um ou outro mérito, é um admirador fanático.
Ora, não é possível apenas gostar do filme, e enxergar algumas falhas? Ou desgostar do mesmo, apesar de enxergar alguns acertos? Porque temos de ser tão 8 ou 80? Outra: gosto não é argumento, e nem teria como ser. Análises críticas não existem para dizer "goste daquilo" ou "odeie aquele outro". Se discute o formato de uma obra e os efeitos e significados que ela traz, porque reside nessa dinâmica o enriquecimento do debate.
Uma mesma obra pode gerar diferentes opiniões e não precisamos estabelecer qual está correta, já que (prepare-se) ambas podem estar certas – ou muito erradas, mas pra estabelecer isso, é preciso debater. Exemplo pessoal: eu considero Speed Racer uma obra-prima moderna, e poderia defendê-lo com segurança usando os mesmos argumentos que a maioria de suas críticas negativas usam para detrata-lo – no Rotten Tomatoes, ele tem avaliação de 39%. Por outro lado, detesto Histórias Cruzadas, um filme que pelo jeito, quase todo mundo adora, e que tem 75% de aprovação no mesmo Rotten Tomatoes.
Acho difícil La La Land ser o “Melhor Musical de Todos os Tempos”, como já vi anunciarem alguns textos por aí. Mas com certeza está longe de ser um filme completamente desprezível. É possível defende-lo reconhecendo que certos elementos podem ser considerados falhas por esse ou aquele espectador – e já vi textos sobre o filme apontarem como equívocos, usando de bons argumentos, coisas que apontei no meu como acertos. A diversidade de pontos de vista que é instigada por um filme com um hype tão grande deveria ser celebrada e usufruída, não transformada em um campo de batalha.
Agora: você pode simplesmente não gostar de musicais, mas isso provavelmente é um preconceito e pode ser facilmente desfeito. Já assistiu Cantando na Chuva? Os Guarda-Chuvas do Amor? A Noviça Rebelde? Mary Poppins? O Picolino? O Mágico de Oz? The Rocky Horror Picture Show? A Pequena Loja de Horrores? Um Violinista no Telhado? Cabaret? Jesus Cristo Superstar? Hello Dolly? My Fair Lady? Grease? Os Embalos de Sábado à Noite? Chicago? A Bela e a Fera? Sweeney Todd? Apenas Uma Vez? Dançando no Escuro? MOULIN ROUGE!? Só pra citar alguns que me vem na cabeça, devem estar faltando vários outros.
Ou: você pode considerar La La Land o melhor musical de todos os tempos, mas isso provavelmente é porque não conhece muitos outros. Já assistiu Cantando na Chuva? Os Guarda-Chuvas do Amor? A Noviça Rebelde? Mary Poppins? O Picolino? O Mágico de Oz? The Rocky Horror Picture Show? A Pequena Loja de Horrores? Um Violinista no Telhado? Cabaret? Jesus Cristo Superstar? Hello Dolly? My Fair Lady? Grease? Os Embalos de Sábado à Noite? Chicago? A Bela e a Fera? Sweeney Todd? Apenas Uma Vez? Dançando no Escuro? MOULIN ROUGE!? Só pra citar alguns que me vem na cabeça, devem estar faltando vários outros.


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