segunda-feira, 4 de novembro de 2013

THOR: O MUNDO SOMBRIO


     Difícil de engolir esta mais nova continuação da chamada Fase 2 da Marvel, que trás Thor (Chris Hemsworth) tendo que lidar com os elfos negros, uma raça que dominou o mundo antes da existência de qualquer outra, algo que o nosso herói deve ter esquecido de mencionar para Jane (Natalie Portman) quando contou para ela a História do universo no primeiro filme (ops!). Liderados por Malekith (Christopher Eccleston), os elfos possuem o mais genérico dos planos: destruir o mundo. Por quê? Porque são maus e ponto. Para isso eles vão usar uma espécie de alinhamento entre todas as dimensões que só ocorre a cada cinco mil anos, e que, óbvio, está prestes a acontecer durante este filme. Um fenômeno que faz com que as "fronteiras entre estes mundos" se tornem "turvas" (palavras do roteiro, não minhas), o que acaba permitindo que Jane se depare com um destes portais e entre num cofre super secreto onde escondia-se justamente a arma que Malekith precisava (!), o tal Éter. 


     Isso para não dizer que com nove dimensões compostas por universos completos, o alinhamento se dá, claro, no mesmo planeta, continente e país aonde a moça se encontra, tudo isso para que o núcleo de humanos na Terra tenha alguma participação maior na trama, algo que nem seria necessário, já que Darcy (Kat Dennings), por exemplo, volta a ser inútil aos eventos do roteiro enquanto serve apenas de alívio cômico (ganhando até um parceiro de piadas tão dispensável quanto), função que acaba sendo oferecida até mesmo ao sempre ótimo Stellan Skarsgård e que quase acerta o papel de Tom Hiddleston. Dito isso, este Thor - O Mundo Sombrio se beneficia principalmente de dois elementos: o primeiro é o fato de possuir uma trama muito mais concisa e direta que seu antecessor (ainda que repleta destas forçações de barra), o segundo se baseia na empatia entre o público e seus personagens já estabelecida a dois filmes atrás (Thor de 2011, e Os Vingadores do ano passado).


     O Loki de Hiddleston rouba o filme sempre que em cena, Idris Elba idem, Natalie Portman tem carisma o suficiente para compensar a participação apagada de Jane, Hemsworth também esbanja química com o público e com qualquer outro colega intérprete, e o próprio Eccleston, mesmo vivendo o vilão clichê que é Malekith, possuí grande presença com uma voz grave e imponente postura. Digo que até mesmo a substituição de Kenneth Branagh por este Alan Taylor como diretor foi um acerto, já que o cineasta demonstra possuir um bom apuro visual para cenas de ação, que estão presentes em boa parte da película, mas sabendo criar momentos sensíveis e tocantes também, e neste quesito, um funeral coletivo em Asgard é uma das mais belas sequências de todos os filmes da Marvel. Surpreende inclusive que Taylor ache brechas para dirigir cenas do tipo, estando ele servindo a um roteiro escrito a seis mãos, sendo quatro destas responsáveis pelas fracas sequências de As Crônicas de Nárnia e até mesmo pelo mediano Capitão América. Aliás, o personagem título deste último faz uma ponta divertida neste filme, superando até mesmo a habitual participação de Stan Lee.


     Há uma cena no estilo Crepúsculo, que completamente dispensável, traz nosso musculoso protagonista sem camisa fazendo... Bom, creio que estar sem camisa já é estar fazendo alguma coisa. Outra doída de tão batida, mostra Odin (um Anthony Hopkins bem menos carismático que no primeiro filme) lembrando-se por acaso que há um livro onde se conta tudo que Jane, Thor e nós, obviamente, precisamos saber para entender a trama. Porém, estes tropeços aos poucos se transformam em pecadilhos perdoáveis, e conforme podemos ver mais da interação entre Loki e seu irão, com o humor e a ação sendo muito bem equilibrados por Taylor e os roteiristas, o longa melhora exponencialmente, culminando num clímax funcional e divertido. Tudo embalado pela trilha agradável de Brian Tyler e pontuado por bons efeitos especiais, que infelizmente aqui e ali deixam transparecer que se tratam de criações digitais, algo que o belo e homogêneo design de produção compensa ao recriar uma Asgard composta por tons de bege e dourado. [SPOILER!] Após o fechamento, que pelo menos para mim, encerra com perfeição dramática o arco de Loki na franquia, colocando-o para reinar Asgard, mas condenando-o a fazê-lo transfigurado em Odin, por quem nutria grande mágoa, há não uma, como de costume, mas duas cenas pós-créditos! Uma puxando para um dos grandes projetos do estúdio, Guardiões da Galáxia, e a outra sendo apenas um divertido complemento ao filme. 


NOTA: 8/10


Observação: A conversão para 3D ficou péssima, as camadas se confundem em vários momentos e a imagem "flicka" em outros. Sem contar que o filme claramente não foi pensado para o uso da terceira dimensão, dispense os óculos e o preço mais caro quando for assistir.


     
      

Um comentário:

  1. Hmm.. teus comments me ajudaram a resolver que não vou mesmo ver hehehe. Acho legais esses filmes e tal, mas me pergunto se realmente precisariam existir :X

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