domingo, 19 de junho de 2011

NAMORADOS PARA SEMPRE

     

     Não se deixe levar pelo enganoso título brasileiro deste novo longa. Blue Valentine (no original) não é um belo romance, ou um leve drama. Apostando em uma trama introspectiva e dividida em dois tempos diferentes contados paralelamente, o maior mérito do filme são, de longe, seus personagens e seus respectivos intérpretes.  
     No filme acompanhamos Cindy (Michelle Williams) que lida com uma rotina suburbana em uma pequena cidade ao lado do marido Dean (Ryan Gosling), até que ambos, já cansados, começam a dar sinal de uma inevitável separação. Ao mesmo tempo somos apresentados ao casal quando jovem (interpretados pelos mesmos Gosling e Williams) e ao início de sua relação.


     O diretor Derek Cianfrance soube conduzir muito bem o longa ao apostar em planos fechados, (característicos de filmes indie) que mantém o clima pesado e claustrofóbico não só nos ambientes, mas na relação dos personagens, que desde o início já parece fadada ao fracasso. Há momentos em que o realizador se mostra mais inspirado, como na cena de uma discussão dentro de um carro em que ele fecha no rosto dos personagens, tornando a cena desconfortável tanto para seus personagens quanto para o espectador também. Em certo momento, Cianfrance coloca o casal ainda jovem em frente a uma loja de casamento que colorida e bem iluminada contrasta com a rua suja e escura aonde os personagens se encontram, e ainda da ênfase a limitação do acesso que eles têm aquele mundo "feliz" colocando uma placa de "closed" bem visível na porta, ou seja, o diretor mostra claramente que aquele mundo não lhes pertence. 


     O roteiro escrito a três pares de mãos se baseia quase o tempo todo em diálogos, mas abre muitos espaços para ser introspectivo em belas cenas como a que Cindy e Dean dançam em um quarto de motel um tanto quanto inusitado. Mas perde forças no final ao entregar o destino do casal em uma abordagem batida e cansativa. Não há grandes momentos de genialidade, mas no decorrer o texto convence e se encaixa na trama e até na estética do filme, que mantêm uma fotografia amarelo pôr-do-sol no passado promissor do casal, e um azul sem vida no presente conflituoso. 

   
     A montagem ainda que isenta de surpresas durante a maior parte da projeção, tem seus méritos em certas cenas ou sequências, sabendo equilibrar bem ambas as histórias que chegam em bom ritmo aos seus devidos ápices, formando a antítese perfeita que o filme pretendia claramente desde o início. Há uma cena em especial em que o jovem Dean antes de se apaixonar, olha leve e diretamente para frente, em então o corte revela uma elipse para o futuro que mostra a já velha Cindy olhando pesada e diretamente para frente também, como se o passado já pudesse ver o que aconteceria, a troca ainda é bem marcada pela diferença na fotografia, que varia radicalmente entre as tuas tonalidades já discutidas. Opções que, sim, não são as mais originais, mas que servem ao propósito do filme com eficiência.


     Mas o destaque do filme mesmo são as performances dos dois atores principais, Gosling e Williams, que mantém de forma coesa suas personalidades jovens, puras e sonhadoras em contraste aos seus "eu's" do futuro cansados, desiludidos e cheios de mágoas. Gosling aposta na paciência de seu personagem sabendo interpretar bem o estresse suportado por Dean ao ter que lidar com a esposa, mantendo uma postura cabisbaixa e de poucas expressões, aliás, o figurino e maquiagem do ator ajudam muito no contraste entre o futuro e o passado. Já Williams investe nas expressões de intriga que cravam o belo rosto da atriz, mostrando com competência toda a tristeza que a personagem sente em relação ao rumo da própria vida, faz valer a indicação ao Oscar que recebeu. 


     Sem grandes surpresas, ou grandes momentos (minto, toda a sequência do motel é interessantíssima),  este filme bem conduzido pelo seu ainda novato diretor, acaba focando mais no trabalho de personagens, que apesar de serem muito bem tratados e interpretados, simplesmente não possuem força o suficiente para ficarem na memória, diferente, por exemplo, do recente Reencontrando a Felicidade que se diferenciava por manter os conflitos tão em destaque quanto os personagens. O que não acaba acontecendo neste Namorados para Sempre. Pelo menos, Cianfrance mostrou que tem potencial para dirigir uma boa trama do gênero, esperemos que em seu próximo trabalho, não venhamos a esquecer de seus personagens tão facilmente.   


NOTA 7/10

sexta-feira, 17 de junho de 2011

FILMES EM SÉRIE #2



X-MEN : O FILME



     Os mutantes são uma nova raça que possuem poderes especiais únicos. O professor Xavier luta para unir mutantes e humanos gerenciando uma escola especial para jovens mutantes, onde ensina a cada um deles a lidar com seus poderes de forma construtiva. Mas há Magneto, um mutante que tem fixa a idéia de que mutantes e humanos não podem viver juntos por muito mais tempo, e pretende transformar a todos os humanos em mutantes. Logan, também conhecido como Wolverine é logo recrutado para a escola do professor Xavier, onde ao lado dele e de mutantes como Tempestade, Jean Grey, Ciclope e Vampira vai tentar impedir Magneto de cumprir seu plano.


     Este primeiro filme tem uma boa introdução de personagens, efeitos razoáveis para seu orçamento e época e um roteiro muito bom, que acerta ao focar os mutantes e seus dilemas, tais como o preconceito da sociedade e a interação de seus poderes com esta última. Há boas atuações por parte dos veteranos, vide Ian McKellen na pele de Magneto que irônico e sombrio passa todo o rancor guardado pelo vilão, que ao contrário de muitos vilões de filmes de super herói por ai, ganha tridimensionalidade nas mãos do ator e do roteirista Tom DeSanto. Ainda há o ator que viria a se tornar ícone dos filmes, Hugh Jackman como Wolverine, que mesmo tendo que ser um grosseirão de primeira, não consegue não esbanjar carisma e por isso sendo o personagem mais cativante do filme.


NOTA: 10/10


 X-MEN 2



     Um militar pretende armar uma vingança contra os mutantes, e é ai que o Professor Xavier e Magneto, vão ter que unir seus grupos para enfrentar esta ameaça.


     Com um planejamento e orçamento melhores que antes, esta continuação do sucesso de bilheteria traz tudo que havia feito seu antecessor um sucesso, e consegue repeti-lo. Apresentando novos mutantes e nunca esquecendo de desenvolvê-los todos (os velhos e os novos) o filme também abre para muitas fantásticas cenas de ação e tensão pura, se abusando da quantia maior de dinheiro que o filme recebeu. Há neste filme, diálogos fantásticos que aprofundam mais as questões morais em relação aos poderes dos mutantes e seu impacto na sociedade. O roteiro nunca se esquece, porém, as motivações de cada um dos personagens, mesmo que temporariamente eles estejam juntos. A cordialidade com que se tratam resulta em momentos de divertimento, mas também de reflexão. Afinal, Magneto estaria assim tão errado sobre nós?


NOTA: 10/10

X-MEN : O CONFRONTO FINAL



     Os humanos descobriram uma cura usando um jovem mutante capaz de retirar os poderes de outros. O governo então passa a disponibilizar esta cura para os mutantes interessados, mas Magneto tem certeza de que logo esta cura será imposta a eles e pretende destruir a fonte da cura. Ao mesmo tempo, os x-men têm que lidar com o ressurgimento de Jean Grey como Dark Phoenix, uma criatura puramente instintiva que não tem controle nenhum sobre os poderes da garota.


     O grande problema deste terceiro filme é a sua duração, que curta não supre a necessidade que o roteiro tinha para desenvolver melhor os novos conflitos dos velhos personagens e os dos novos. Assim sendo, não há profundidade nesses seres que vemos durante o filme, ao contrário dos anteriores onde podíamos sentir e refletir sobre cada uma das questões levantadas a cerca de qualquer um deles. Este problema pode e na verdade deve ser culpa da troca da direção, que deixa Bryan Singer para trás (na época envolvido com Superman) e é assumida por este irregular Brett Ratner que não tem estilo nenhum e não investe em nada na humanização desses personagens, coisa que antes era tão bem feita por Singer. Mas no resto o filme cumpre seu papel como final de trilogia (aquela regra de qualquer um pode morrer é levada a sério), boas cenas de ação e bons efeitos especiais conduzem a maravilhosa cena da batalha final, sem contar que ainda há boas tiradas do roteiro aqui e ali, seja piada ou não. E mesmo que sem a mesma força que nos anteriores, aqui se abre espaço também para o preconceito tão bem retratado antes, que no decorrer do filme ganha espaço para as discussões como "deixar de ser porque não me aceitam?", um tema muito atual principalmente no que diz respeito às famosas instituições religiosas que propõe, por exemplo, converterem homossexuais em heterossexuais.


     Os atores conseguem estabelecer seus personagens mais uma vez e o destaque para os novatos vai para Kelsey Grammer que o pouco que aparece como o Fera passa toda a delicada situação do personagem. O filme ainda fecha (ou não) a trilogia com bastante êxito, fechando todos os arcos, mesmo que abruptamente, deixando uma boa ponta para uma nova trilogia na cena pós créditos.


NOTA: 8/10


X-MEN ORIGENS: WOLVERINE



     Este longa conta a história do mutante mais popular dos x-men, Wolverine. Aqui acompanhamos Logan um mutante que ao lado do irmão, Victor, passou por décadas de guerras. Chamados para fazer parte de uma equipe especial formada apenas por mutantes, os dois passam a cumprir missões pelo mundo, mas quando a violência começa ser muito usada, Logan se afasta do grupo. Mas alguns anos depois, ele descobre que não nem tudo acabou, e que logo vai ter que enfrentar seu passado outra vez.


     De longe este é o pior filme de toda franquia, até porque não é bem um filme da franquia e sim uma a parte. O roteiro simplesmente esquece de desenvolver qualquer um em tela, deixando os atores a própria sorte para fazerem o melhor que podem com o pouquíssimo que tem. Sorte que o elenco conta com Hugh Jackman e Liev Schreiber que estabelecem uma química ótima durante o filme, praticamente arrastando-o nas costas até o fim, já que a única coisa realmente interessante no filme é ver os dois atores contracenando. Na época do lançamento vazou uma cópia com os efeitos inacabados, mas parece que o próprio filme ainda possuí vários deles assim, vide a cena do banheiro e o Green Screen Descarado no final. Mas é inegável que pelo menos o filme tem boas cenas de ação, uma ou outra na verdade, como a cena do helicóptero, mas têm. Não contribuindo em nada para a saga, o filme soa muito efêmero, não levantando sequer os famosos temas sobre o preconceito que antes eram tão bem explorados, sempre em uma abordagem diferente em cada filme.


NOTA: 4/10

X-MEN : PRIMEIRA CLASSE



     Há algum tempo vinha saindo cartazes e trailers deste novo filme dos x-men, e admito, não me inspiravam nenhuma vontade de assisti-lo, e sim de repudiá-lo, já que a arte de sua campanha de marketing soava falsa, barata e feita as pressas, normalmente sinais de um filme não muito bom. E para minha grande satisfação, eis que sou presenteado com a ótima surpresa de um filme completo, esperto, e recheado de talentos na frente e por trás das câmeras.


     O filme começa do mesmo jeito que o primeiro da trilogia original, acompanhando a dramática separação de Erik Lehnsherr de seus pais em um campo de concentração na Segunda Guerra Mundial, que acaba por revelar seus poderes mutantes (Ele mais tarde vem a se tornar Magneto). A infância do garoto ainda é marcada por uma tragédia, em contra ponto somos apresentados a Charles Xavier, filho de uma família rica que também possuí dons e que logo "adota" uma amiga mutante, Raven. Alguns anos depois na década de 1960, Erik (Michael Fassbender) procura pelo mundo por Sebastian Shaw (Kevin Bacon) o nazista responsável pelos horrores em seu passado, enquanto isso Charles e Raven são recrutados para uma divisão especial da CIA que pretende achar mutantes que estão armando secretamente uma guerra entre os EUA e a URSS, mutantes esses liderados por ninguém mais ninguém menos que Shaw. É no meio destas buscas que Erik e Charles se encontram e se unem sob o objetivo em comum de encontrar o vilão. Mas eles não estão sozinhos e logo começam uma busca por outros mutantes para poderem enfrentar juntos esta difícil missão.


     Um dos grandes méritos deste novo filme (e ele tem muitos) é seu roteiro, que aliado a uma montagem acertada, constrói gradativamente cada personalidade. De completos estranhos, dos quais só os nomes nos são familiares, os personagens aos poucos passam a se tornar aqueles que conhecemos tão bem. Dando atenção a todos os indivíduos que apresenta, o filme avança com calma (mas nunca sem ritmo) por cada um deles, nos dando tempo o suficiente para digeri-los e então começarmos a curti-los em tela. E este processo torna-se primoroso não só ao vermos nascerem nossos mais amados (e talvez alguns odiados) personagens, mas também ao ver suas motivações e singularidades. Cada linha de roteiro é dedicada a eles e nenhuma é desperdiçada. E isso sem nunca perder a história de vista, desenvolvendo bem as tramas e amarrando cada pontinha. E não só amarrando uma trama na outra, mas também amarrando-as de forma genial no contexto político da época e em fatos relevantes da história da Guerra Fria. E que felicidade ver aqui de novo surgir o tema do preconceito, que nos filmes anteriores sempre surgia com uma abordagem diferente em cada um (No primeiro era a diferenciação proposta pela sociedade, no segundo a repulsa da mesma e no terceiro era a tentativa de conversão dos mutantes), aqui não faz feio, desta vez abordando a aceitação dos mutantes por si próprios, ou seja, o auto-preconceito. E novamente pode-se fazer um bom paralelo com o tema da homossexualidade, já que aqui é bem destacado a aceitação que cada um tem de si mesmo em relação aos seus poderes, sem contar a frase que faz o slogan desta aceitação durante o filme: "Mutante com orgulho!". Afinal é tão ridículo assim comparar a situação da sexualidade com os mutantes do filme? É tão diferente assim o personagem Fera se sentir constrangido ao ser revelado como mutante acidentalmente, de um garoto ou de uma garota que, em situação parecida venha a ser descoberto como um homossexual? Assim o filme ganha pontos, não por fazer uma analogia a realidade dos movimentos GLS mas por desenvolver tão bem a mesma temática aplicada no mundo dos mutantes.


     Palmas para a parceria entre a roteirista Jane Goldman e o diretor Matthew Vaughn que repetem a dobradinha pela terceira vez. Mas a boa parceria no roteiro não valeria de nada se Vaughn fosse um canastrão na hora de ligar as câmeras. E ele não é. Vindo do recente e muito elogiado Kick-Ass: quebrando tudo o diretor mantém o padrão de seu trabalho anterior sabendo mais do que nunca como explorar um super herói em desenvolvimento. Presenteando o espectador com cenas belas e intimistas, planos curiosos (como a do banco em que os rostos dos personagens que conversam são refletidos na barra de ouro entre eles) e ainda ótimas sequências de ação. Vaughn consegue ser brutal nas horas certas, sem nunca mostrar mais do que uma ou duas gotas de sangue, tudo graças a enquadramentos inteligentes como o do plano final no bar argentino ou o da marcante tragédia no começo da história. O diretor ainda consegue conduzir sabiamente as cenas de ação, principalmente no que diz respeito ao clímax, onde se vê claramente que o filme não teve o orçamento necessário para explorar ou desenvolver melhor seus efeitos digitais, cabendo a direção despistar estes efeitos com tomadas rápidas e de zoom fechado (reparem na perseguição entre Banshee e Anjo), poucas vezes deixando o baixo orçamento aparecer em tela. E olha que esta tarefa não é tão fácil quanto parece, já que ainda por cima, Vaughn opta por uma fotografia sempre clara e aberta (reparem como filmes de baixo orçamento com efeitos visuais, normalmente são escuros e fechados), tornando a tarefa do realizador ainda mais complicada. A dobradinha ainda é responsável por momentos de pura tensão, daquelas de grudar na cadeira, vide a virada de câmera que o diretor usa na cena inicial entre Shaw e o jovem Erik, que não só sublinha o que o vilão queria dizer com "Uma coisa pode se dizer dos nazistas, seus métodos funcionam" mas que também cria a partir daquele momento até o fim da cena uma tensão crescente e fabulosamente bem trabalhada graças ao que esta virada nos revela do cenário. A sequência com mísseis no final também merece muitos aplausos, porque depois de acompanharmos durante tanto tempo o desenvolvimento daqueles personagens, chega a arrepiar ver finalmente os dois amigos, Charles e Erik, encontrarem o ápice de suas diferenças, mais impactante e melhor trabalhado até que a transformação de Anakin em Darth vader (até porque aqui, Erik não vira um inimigo de Xavier), tudo isso enquanto torcemos os troncos nas cadeiras do cinema torcendo pelo que vai acontecer com certos mísseis.


     Antes de se tornar X-men : primeira classe, este projeto pretendia ser um filme solo do personagem Magneto, seguindo a linha de X-men Orginens: Wolverine. Mas mesmo mudando de nome e de proposta, o filme possuí um protagonista óbvio, ele, Magneto. Mas apostar alto assim em expor tanto um personagem tão icônico para os fãs da série, tanto em quadrinhos quanto dos filmes, teria sido um desastre caso o papel tivesse caído nas mãos de algum ator inexperiente ou simplesmente ruim. E ai está um dos maiores acertos deste longa, a contratação de Michael Fassbender, que depois de fazer uma boa aparição em Bastardos Inglórios de Tarantino, ganhou espaço nesta produção. O ator esbanja talento ao focar Erik no seu passado, atormentado pela raiva e rancor acumulados durante anos, Erik nas mãos de Fassbender é um homem marcado (não só fisicamente) pelo Holocausto, agindo violentamente contra aqueles em seu caminho, refletindo o seu passado de torturas, ele não escolhe lados, tem seus próprios objetivos, mas o que o torna diferente destes personagens ambíguos tão comuns é de longe a sua capacidade de sentir algo, começar amizades, e essa capacidade do personagem tão bem equilibrada pelo ator, é que nos possibilita sentir a força da separação dos times de Erik e Charles. O arco dramático percorrido pelo personagem também é mérito de Goldman e Vaughn, que dão especial atenção a formação do caráter de Erik, dando o toque de realidade que o espectador precisava para acreditar nele. Então acompanhamos o personagem vir de uma personalidade transtornada, agressiva e fria para uma pessoa calma, rancorosa mas que ainda assim não é o tão usado "puramente mau". Chegando ao ápice de sua transformação, somos apresentados a uma bela cena em que Charles assiste a uma lembrança de Erik quando criança junto com a mãe, e assim como acontece com ambos os personagens, não há como não se emocionar com a sequência. O ator ainda sabe dar a vivacidade que o papel pede nos minutos derradeiros da projeção, quando finalmente veste o capacete que impede que leiam sua mente, assumindo a postura radical do já conhecido Magneto, mas ainda assim possuindo a compaixão e o respeito por Charles na surpreendente cena da praia.



     E claro, que Charles Xavier, o famoso Professor-X, também tem seu destaque, interpretado divertidamente por James McAvoy, o personagem ganha seriedade e bom humor, mas para a surpresa de todos, ganha também um ar de galã, charmoso a ponto de ser um conquistador. McAvoy passa a gentileza e serenidade de Charles em seus movimentos leves e na fala macia. Marcando muito bem quando o personagem usa seus poderes levando dois dedos à cabeça. 


     Mas o elenco todo pode ser destacado, já que como citei, todos são bem explorados, até aqueles que aparecem um uma ou duas cenas, tornando muito fácil a interação do público com estes personagens. Nicholas Hoult mantém o jovem cientista nerd Hank McCoy muito bem, sabendo explorar seu constrangimento quanto a sua mutação, e seu lado obsessivo em contorná-la. Lucas Till que interpreta Alex Summers, um mutante que não por acaso recebe o apelido de Destrutor, parece que não seria um bom ator em outra produção ou em um papel de maior destaque, mas aqui cumpre bem o papel de Bad Boy, revelando em certa cena trágica, os temores de seu personagem de forma convincente. Cabe a Caleb Landry Jones ser o alívio cômico da turma como Banshee, não fazendo nada de mais, mas ainda sim carismático com o seu pequeno personagem. Mas quem se destaca na turma de coadjuvantes é a bela Jennifer Lawrence que interpreta Raven que mais tarde viria a ser Mística, enterrando nos expressivos olhos toda magoa que a personagem tem com a própria aparência, cabendo a ela protagonizar uma das mais sublimes cenas do filme, quando Raven decide aceitar sua mutação, e nua sente os pés tocarem o tapete enquanto a câmera desliza por seu corpo numa bela tomada de Vaughn. Há aqui também (o sumido!) Kevin Bacon, como Sebastian Shaw, que parece se divertir bastante no papel do cartunesco vilão, que lembra muito os famosos vilões de James Bond, vestindo sempre roupas bregas e coloridas, com um plano megalomaníaco ele tem direito até a um submarino particular todo decorado classicamente por dentro e a capangas esquisitões. Entre estes capangas está January Jones que interpreta a bela e mortal Emma Frost, que acaba sendo o ponto fraco do elenco, pois a atriz que deveria ser a perfeita femme fatale acaba caindo em uma falta de expressividade notável. O resto do elenco está apenas bem, não prejudicando o filme nem se destacando (embora eu reafirme que todos ganham o devido destaque durante a projeção). Destaque vai para o momento em que cada um apresenta seus poderes em grupo e decidem seus apelidos, o acaba fazendo estes codinomes surgirem de forma natural na trama. 



     O filme também não esquece da época em que se passa, garantindo que a direção de arte seja colorida e brega não só para Shaw mas para o resto do elenco principalmente no que se trata dos uniformes dos x-men ao final do filme. Os cenários tratam de trazer este clima sessentista para nós, apostando em ambientes amplos, bem iluminados e também coloridos. Mas no que se trata da parte técnica que dá alma ao filme, merece ser lembrada a fabulosa trilha sonora de Henry Jackman que surge nos momentos certos para destacar cada sentimento expresso em cada cena, destaque para o tema de Magneto que é fantástico. 

     
     

     Sendo um grata surpresa, este X-men: primeira classe acaba com um gostinho quero mais, muito mais, graças a sua bela execução pela parte do roteiro e direção, ao seu acertadíssimo elenco e a sua área técnica que se adéqua de maneira eficiente ao resto da produção, que como um todo, nos entrega um belo exemplo de um bom Blockbuster de verão feito de maneira inteligente


NOTA: 10/10 

Links relacionados: O "Rapaduracast" o Podcast do portal cinema com rapadura dedica uma de suas edições duplex a saga dos mutantes, tanto nos quadrinhos e na tv como no cinema. http://www.cinemacomrapadura.com.br/rapaduracast/?p=6546

quarta-feira, 8 de junho de 2011

KUNG FU PANDA 2



   
     Física? Quem liga para as leis dela? Afinal estamos assistindo a continuação de uma animação sobre um panda gordo que luta Kung Fu ao lado de um tigre, uma víbora, um macaco, uma garça e um louva-deus. Longe da baixa qualidade das continuações fracas de Shrek, mais ainda não alcançando o carisma de Como Treinar seu Dragão, esta nova animação da DreamWorks entra no páreo deste ano com um exemplar melhor que o recente Rio, mas ainda nada que se compare com o excelente Rango.


     Agora que foi escolhido definitivamente como Dragão guerreiro, Po (voz de Jack Black) e seus companheiros guerreiros (dublados no original por Angelina Jolie, Seth Rogen, David Cross, Lucy Liu e Jackie Chan) enfrentam um novo desafio com a chegada de Lorde Chen (Gary Oldman) que possuí uma arma que pode subjugar o Kung Fu. E Po pode descobrir que este vilão tem uma ligação com ele no passado, envolvendo uma profecia que explica porque o panda não foi criado por seus pais (alguém ai já leu Harry Potter?).

 
     Novamente o filme faz bom uso do 2D para mostrar o passado, entrando em contraste direto com o 3D da maior parte da animação, e quando não usa o recurso, a diretora Jennifer Yuh opta por um tom dourado diluído em soft focus, dando um ar de lembrança característico aos momentos em que Po relembra frames de seu passado. Mas fora isso, a direção se limita a menos gags visuais que o primeiro, investindo, em vez disso, em tiradas mais infantis.


     O começo é um tanto quanto atropelado. É como visitar um amigo e ele te puxar pelo braço assim que você entra pela porta e sair te mostrando todas as coisas novas que ele tem, sem ao menos dar "oi". Mas depois de uns quinze minutos o filme ganha ritmo, e quem diria, drama. Mesmo que ainda possuindo um aprofundamento filosófico de uma pedra, o roteiro cria questionamentos existências para Po, que o fazem buscar em seu passado soluções para o futuro. Bem melhor que as explicações do primeiro que consistiam em "acredite em você mesmo!". Aqui Po tem que realmente aprender a lidar com seu emocional ligado ao passado e controlá-lo para poder dar o melhor de si contra o vilão que causou as terríveis tragédias que marcam as suas lembranças. Drama parecido com o vivenciado pelo Mestre Shifu (Dustin Hoffman) no primeiro filme, e que lá já era interessante, aqui ganha potencial dramático ao ser transportado para o protagonista. Explorando (e re-explorando) mais os personagens, o filme ganha pontos por torná-los mais carismáticos e acessíveis, não sendo difícil torcer por cada um dos heróis. Mas de nada adiantaria ter um bom grupo de heróis, se sua existência fosse meramente estética. Há aqui, um bom (e bem explorado) vilão também, Lorde Chen, que quase caí na unidimensionalidade de ser o "cara maluco que quer dominar o mundo", mas que, para surpresa geral, acaba tendo sua personalidade explorada em outros aspectos, como o respeito por uma velha cabra que ele acaba libertando após esta lhe ser útil, fugindo dos estereótipos de vilões que matariam a pobre personagem. Além disso, Chen é responsável por mover a trama e dar um frescor a ela, já que seu personagem ainda sim, consegue ser mau, sem ser só mau (ao contrário do recente Piratas do Caribe 4, e seu Barba Negra).


     Mas o que todo mundo quer ver mesmo neste filme não é o aprofundamento psicológico do vilão, ou os dilemas existenciais do herói. Quem vai assistir a Kung Fu Panda, quer ver Kung Fu. E até que não falta isso no filme. Mas, agora tudo tem uma estética meio vídeo game, os enquadramentos e as ações todas lembram muito um jogo. Há claro uma cena em especial que é uma clara homenagem a Pac-man, que sendo engraçada e fazendo a trama andar, se releva. Mas no restante fiquei com aquela vontade de pegar um controle e sair jogando que não tinha desde Sucker Punch. Não que isso torne as muitas cenas de ação, ruins. Muitas delas, como uma perseguição a um lobo pela cidade ou a cena final com os navios e os fogos de artifício, são belas em sua concepção e ágeis em sua condução, sempre misturando muito humor e desta vez economizando nos Slow Motions. 


     O design de produção não se inova, mas se mantém bom e detalhado, e o 3D não é nada de mais, nada é atirado na sua cara (ainda bem!) e, no entanto, não há grandes exercícios de profundidade, servindo mais para dar uma estética mais bonita ao desenho. E desta vez, notei a mão de Hans Zimmer por trás da trilha que está ótima, nunca se sobrepondo ao filme, mas também ganhando seu lugar de destaque em momentos chave em que imagem e som tornam-se um só para causar algum arrepio, vide a ótima cena no ápice do clímax.


     Com uma direção apenas competente, um roteiro meio batido mas bem explorado, personagens carismáticos e bem desenvolvidos, bons momentos de humor e uma boa dose de carga dramática o filme acaba superando o bom, porém fraco exemplar de 2008. Mas ainda sim o Panda gorducho aqui ainda não tem muita chance contra o lagarto cowboy, e duvido que possa ter alguma contra os turbinados da Pixar que vem por ai.      



NOTA: 7,5/10

domingo, 5 de junho de 2011

DA SÉRIE FILMES EM SÉRIE #1

     
PIRATAS DO CARIBE: A MALDIÇÃO DO PÉROLA NEGRA


      Jack Sparrow quer seu precioso navio Pérola Negra de volta, para isso se une a William Turner que quer resgatar sua amada Elizabeth Swan que foi capturada pelo perverso Barbossa. Este por sua vez quer libertar-se de uma terrível maldição, e para isso precisa do sangue de William.
     Com ótimos personagens interpretados de maneira genial pelo competente elenco, este primeiro filme da franquia é uma ótima aventura muito bem conduzida por Gore Verbinski. Sua parte técnica merece destaque, principalmente os efeitos e a trilha que foi composta por Klaus Badelt com acessoria de Hans Zimmer.


NOTA:9/10

PIRATAS DO CARIBE: O BAÚ DA MORTE


    Jack Sparrow recebe a cobrança da divida que tem com o sinistro Dave Jones, que o fez capitão, e que agora quer a parte de Jack no acordo. Sparrow não o faz e então Jones liberta o Krakem, uma terrível criatura do mar que irá atrás do protagonista. Assim sendo, este começa uma busca pelo baú da morte que guarda o coração de Dave Jones, para assim poder matá-lo.
     Sombrio, mas sem nunca perder o pique, este longa é muito divertido. E nos leva na verdadeira aventura de pirata, com efeitos especiais funcionais e magníficos, o filme ainda conta com Hans Zimmer assumindo o controle da trilha sonora que vem com tudo e da alma ao projeto. Aqui também está impecável e deslumbrante a direção de arte, que minuciosa, é um deleite. Com ótimos novos personagens, entre eles o melhor vilão da série, e com os velhos sendo muito bem explorados, o filme ainda termina com a ponta de um, que torna a vontade de assistir o próximo, enorme.



NOTA: 10/10

PIRATAS DO CARIBE: NO FIM DO MUNDO


     Todos partem em busca de Jack Sparrow, enquanto isso, trava-se uma batalha entre a Cia. das Índias Orientais, Dave Jones e todos os piratas do mundo.
     Novamente bem conduzido, este longa, conta com uma boa, apesar de atropelada, história. O festival de traições que acompanha o filme é tão divertido quanto confuso. Ainda assim possuí as melhores piadas da série, as melhores cenas de ação, a melhor direção de arte, e os melhores efeitos especiais. E claro que a trilha se destaca novamente. Os atores entregam com vontade e energia seus papéis, e nós embarcamos nesta última, delirante e cheia de adrenalina parte da trilogia. Há aqui uma boa ponta de Keith Richards.  



NOTA: 8/10   


PIRATAS DO CARIBE: NAVEGANDO EM ÁGUAS MISTERIOSAS





    Jack Sparrow voltou! E se era isso que todo mundo queria ou não, foi o que aconteceu, afinal os produtores não deixariam de fazer continuações de uma trilogia bilionária. Mas depois do bom A maldição do pérola Negra, do ótimo O Baú da Morte e do novamente bom No fim do Mundo, vem esta nova mega-produção que não esconde querer começar outra trilogia, ou seja, não esconde que quer ganhar dinheiro. Sim, Jack Sparrow voltou, mas voltou diferente.


    "A fonte é o prêmio" diz um dos personagens ao logo da trama, e é isso que resume a história deste novo filme da franquia. Sparrow (Johnny Depp) acaba caindo num navio liderado por Braba Negra (Ian McShane) e sua filha Angélica (Penélope Cruz) que querem usá-lo para chegar à fonte da juventude, onde Sparrow diz já ter estado. Ao mesmo lugar quer chegar o navio da coroa Britânica liderado pelo ex-pirata Barbossa (Geoffrey Rush), e também os muito mal explorados Espanhóis.



          O roteiro por muitas vezes é apelativo, usando de estruturas dramáticas recheadas de clichês, nunca havendo grandes surpresas. Longe do festival de traições que divertia tanto o terceiro filme. O grande problema são os conflitos, eles simplesmente não existem entre os personagens, afinal seus objetivos não interferem nos dos outros, ou não o suficiente para provocar sequer uma centelha de drama nas situações. Barba Negra quer a vida eterna que a fonte pode conceder, já que sua morte foi profetizada (profecia, aliás, muito mal explicada, artifício dos roteiristas que deviam estar com preguiça depois de três filmes), Barbossa quer se vingar de Barba Negra por este ter-lhe causado a perda de uma das pernas (sendo este o maior conflito da trama) e Jack aparentemente não quer nada de mais (um gole da fonte da juventude se sobrar um pouquinho talvez). Ainda há a introdução de um novo casal, que mal explorados e mal interpretados acabam soando totalmente desnecessários, custando bons minutos da trama na chatíssima história entre o padre e sereia carnívora. 



     O desfile de personagens começa logo no início, quando não sabiamente, Marshall e seus roteiristas Terry Rossio e Ted Elliot (os mesmos do resto da franquia) introduzem três pontas de estrelas que poderiam ter sido espalhadas pelo filme, mas que em vez disso foram colocadas todas em um espaço de menos de cinco minutos. As pontas em questão são de Keith Richards novamente como o pai de Sparrow, que aparece como um Deus Ex-machina descarado, salvando e depois explicando (veja só) a trama para Jack. Judi Dench coitada aparece tão rápido e tão escondida que mal notamos que ela é ela, na ponta totalmente desperdiçada que termina com Sparrow roubando um brinco seu, coisa que até agora não entendo a importância para a trama. Com isso, o destaque nas pontas vai para Richard Griffiths, que explora bem o que pode nos poucos momentos em que aparece como o seu caricato e divertido monarca. Para todo o resto do elenco não há muitos elogios, mesmo para os veteranos na série. Depp continua engraçado no papel que já lhe rendeu uma indicação ao Oscar no passado, mas aqui, super valorizado acaba soando repetitivo, não por culpa do ator que novamente se sai muito bem, mas do roteiro que insiste em fazê-lo dizer uma ou duas piadinhas a cada cinco minutos. Cruz (já vencedora de um Oscar) está meio perdida no filme, mas consegue manter sua personagem com energia e o talento que tem, não criando muita química com o que seria seu par romântico, Sparrow. McShane poderia ser um dos melhores personagens não só do filme, mas da franquia inteira, mas acaba sendo muito mal explorado pelo roteiro, que apenas o define como um homem mau. Mesmo assim, o ator entrega um personagem interessante de se assistir em tela, soturno e ameaçador, Barba Negra pode até ser um homem mau, mas poderia ser um bom vilão. O casal monótono do qual já falei acima, além de não ter quase nenhuma importância na trama, tem um romance forçado, e um final em aberto do tipo "WTF?!" já que se você não prestar atenção na explicação dada as pressas e muito disfarçada lá no meio do filme, ficará literalmente "boiando" no desfecho que ganham. Seus intérpretes, então não nos ajudam a gostar mais dos dois, Astrid Bergès-Frisbey que interpreta a sereia Syrena não sabe fazer mais nada que não seja enrrugar a testa em um eterna desaprovação de tudo, até faz isso quando faz cara de apaixonada. Já Sam Claflin que faz o padre Philip, esta preso em uma falta de carisma e expressividade gigantes. Assim fica claro que ambos estão lá para preencher a lacuna deixada por Elizabeth e Will. E novamente quem ganha destaque por manter seu personagem maravilhoso em tela de maneira esplêndida em todos os filmes, é Rush com seu Capitão Barbossa, sendo o único ali que mesmo sendo também muito mal explorado pelo roteiro, parece realmente se divertir na excentricidade de seu personagem gritão e cativante.



    O filme ainda sofre um grave problema de ritmo, tendo uma ou duas partes em que você da aquela suspirada durante a projeção. E o diretor, Rob Marshall (de Chicago, Memórias de uma Gueixa e Nine) não ajuda em nada. Sua direção é infeliz nas cenas de ação, que ao contrário do criativo Gore Verbinski (que comandou os outros filmes), é muito coreografada, sendo assim não sentimos quase nada da adrenalina que estas deveriam ter. Ele também resolve se diferenciar de seu antecessor, mantendo planos fechados na maior parte do tempo, da cintura para cima sempre que pode, quase nunca abrindo para grandes planos do que está havendo em cena, comprometendo assim a sempre boa direção de arte. Ou seja, ao manter a direção funcional de um musical em um filme de ação, o diretor poluí suas cenas e esconde o que deveria ser bem mostrado. Há uma cena em que Sparrow planeja um motim, por exemplo, e durante todo o tempo há uma corda segurando um lampião entre o personagem e a câmera, não fazendo diferença nenhuma a aparição do tal objeto, servindo só mesmo para irritar quem tenta ver o que o ator está fazendo. 



         A parte técnica está novamente de parabéns, muito embora ela não tenha muito o que fazer durante o filme, já que nem o roteiro nem a direção apresentam desafios tão grandes quanto os da trilogia original. Detalhe é ver que Jack agora está como cabelo mais claro. O efeitos especiais ganham destaque mesmo nas sereias que poderiam ter sido melhor fotografadas (Marshall ataca de novo), muito embora a cena em que estas ganham destaque é uma das melhores do filme. Já a famosa trilha de Hans Zimmer (normalmente genial) parece, assim como metade da equipe toda, estar no piloto automático, já que ele não investe em nenhum novo tema, brincando com algumas variações dos que já existem, mas sempre cumprindo seu papel, é uma pena que não se destaque como o fazia antes.



     Parecendo uma história bem menor, este novo longa da franquia, apesar de divertido e até engraçado, acaba com um sentimento de "falta algo". Não há, por exemplo, batalhas entre navios, que antes eram uma marca registrada da trilogia, assim sendo o filme comete um dos erros cometidos no recente Velozes e Furiosos 5, aliás, até há uma cena bastante parecida. Se no filme com Vin Diesel há a cena em que quase acompanhamos um racha só para sermos cortados daquela cena para o final desta, quando toda a emoção já passou, aqui temos Barbossa mobilizando todos para uma batalha contra os espanhóis, só para descobrir que estes estão apenas passando reto por eles, fazendo o público se animar e depois soltar aquele "Ahhh" de decepção, por ser privado do que poderia ser uma boa cena de ação. Na verdade o filme todo poderia ser descrito assim, já que tudo ali tinha o potencial de ser grandioso e muito bom, mas acaba que nada é bem usado e fica aquele sentimento de, poderia ter sido muito melhor. 



NOTA: 6/10


Links relacionados: http://www.cinemacomrapadura.com.br/rapaduracast/?p=6510 O "Rapaduracast" o Podcast do Portal "Cinema com Rapadura" dedicou uma de suas edições a comentar os quatro filmes da Franquia.