quarta-feira, 2 de novembro de 2011

TERROR EM CARTAZ: Atividades Paranormais pra quem Tem medo do Escuro!

NÃO TENHA MEDO DO ESCURO

Uma garotinha chamada Sally (Bailee Madison) vai morar com o pai, Alex (Guy Pearce), e com a madrasta Kim (Katie Holmes) em uma antiga mansão que os dois estão reformando para vender. Lá ela acaba descobrindo e libertando pequenos seres que a princípio parecem inofensivos, mas que vão se revelar como uma peste incontrolável.
     Escrito e produzido por Guillermo del Toro, realizador que já tem o estilo da fantasia de terror marcado em sua carreira (vide O Labirinto do Fauno, A Espinha do Diabo, O orfanato, Hellboy e Splice), o filme volta a adotar a estética do diretor, tanto na fotografia quanto na direção de arte e até mesmo no design das criaturinhas vistas em tela, que lembram em muito outras já vistas em seus filmes. Mas, acontece que nem ele é o diretor, nem a equipe é composta pelos seus habituais colaboradores. O que só nos faz perceber ainda mais a forte intervenção de del Toro na produção. O comando do projeto acabou nas mãos do estreante na direção de longas Troy Nixey, que não consegue fugir dos habituais clichês do terror, tornando seus sustos previsíveis, inclusive na trilha da dupla Marco Beltrani e Buck Sanders que, se dão a impressão de uma ótima trilha nos créditos iniciais, é só para a decepção geral, já que durante o resto do filme caem nas mesmices de alongar notas para criar tensão logo antes de explodir as caixas de som repentinamente para multiplicar o susto. Um desperdício tendo em vista o bom trabalho dos dois no recente (e do mesmo gênero) Pânico 4, ou em Guerra ao Terror onde a tensão era o melhor do trabalho dos colaboradores.
     Ainda sim, o filme é divertido e tem um ritmo interessante em crescente, que cria uma ótima tensão até chegar ao clímax. A direção de arte dos competentes Roger Ford e Lucinda Thomson cria a mansão Blackwood de forma rica e detalhada, trazendo aquele ar clássico da mansão mal assombrada. Que, aliás, fica só mais tenebrosa através da fotografia de luzes baixas e sobras longas de Oliver Stapleton. Os efeitos especiais presentes na criação das pequenas e feiosas criaturinhas (note que o próprio del Toro dubla a voz do líder destas) estão bons graças à boa sacada dos realizadores que logo nos explicam que os pequenos seres detestam a luz (E por isso o título do filme), deixando bem mais fácil para uma equipe de baixo orçamento criá-los no escuro, escondendo melhor a provável mediana qualidade das criações digitais.
     Ainda que possuindo aquele ar de suspense ótimo para cativar a platéia, o filme talvez peque em não possuir uma protagonista muito carismática. E não estou falando que a jovem Bailee Madison é uma má atriz mirim, ela na verdade é o destaque do elenco (mais outra criança bem sucedida neste ano), mas seu personagem a obriga a ficar quase que sempre séria, triste e mal humorada. Diferente da personagem que a atriz interpretou, por exemplo, no mediano Esposa de Mentirinha, como uma carismática e engraçada menininha metida à britânica. E pouco sobra para Guy Pearce ou Katie Holmes que se não fazem absurdos com seus personagens, também não os elevam a algo mais cativante.
     Assim, este Não Tenha Medo do Escuro acaba sendo muito mais um bom filme de fantasia macabra, do que um exemplar de terror em si, divertindo e cativando, pronto para cair no esquecimento logo após os créditos.

NOTA: 6/10

ATIVIDADE PARANORMAL 3

Melhor... Que... O... Primeiro... Longa... Da série... Mas... Ainda... Inferior... A.... Ótima.... Sequência.... Este... Novo... Atividade... BUUUUUUUUUUUU!!!!!!
     É neste ritmo de suspense e susto que este novo Atividade Paranormal 3 leva seu espectador. Seguindo os moldes dos anteriores de uma crescente tensão montada em cima da rotina de uma casa, o filme trás outra vez as longas e pausadas esperas, só para de repente, tentar matar o espectador do coração.
     Novamente escrito por Oren Peli, o cidadão responsável por criar essa série de filmes, o roteiro desta vez falha em um dos elementos chave que compõe a estrutura criada pelos longas anteriores. O motivo das filmagens. Antes, as gravações vistas soavam naturais ao investir em planos irregulares e informais, como uma conversa entre o casal do primeiro longa que discute enquanto a câmera filma um canto da parede. Agora, os enquadramentos perfeitos até mesmo nas cenas onde o personagem que está segurando a câmera deveria estar desesperado e preocupado em fugir, como na sequência final, soam artificiais. E mesmo colocando Dennis (Christopher Nicholas Smith) como um camera men de casamentos para explicar toda sua parafernália de filmagens, ainda resta um fator que me incomoda muito. O conflito entre esta estória e a do primeiro longa.
     Pois vejam, este novo filme procura contar sobre os estranhos eventos ocorridos com as jovens irmãs Katie (Chloe Csengery) e Kristi (Jessica Tyler Brown), que protagonizaram já adultas os outros dois longas anteriores. Quando uma delas começa a falar com um amiguinho imaginário, o padrasto (Dennis) decide colocar câmeras para vigiá-las. Acontece que as filmagens acabam pegando estranhos eventos no local que só trarão mais horror para esta pequena família. 
     O que me incomoda é a incoerência da estória para com os outros filmes. No primeiro longa, Katie (Katie Featherston) conta ao marido sobre a experiência que teve quando criança com um vulto que aparecia durante a noite para ela, que ficava a encarando e que parecia realmente sólido. Porém, em nada, aquele depoimento, seja na entonação ou no sentido casual com que ele acontece, sugere os acontecimentos totalmente traumáticos que este novo longa apresenta. Afinal, toda esta estória de câmeras filmando as garotas dormindo, espíritos na casa e destinos fatídicos de alguns personagens, teria vindo diretamente à cabeça da Katie adulta ao escutar a idéia de Micah no primeiro filme. Assim sendo, este Atividade Paranormal 3 não é só apenas fraco em sua explicação, mas também afeta a qualidade do primeiro longa enquanto uma continuação linear deste.
     Mas méritos sejam dados, os diretores Henry Joost e Ariel Schulman criam (claro que com a ajuda de um orçamento bem melhor) momentos de pura tensão. Principalmente aqueles proporcionados pela ótima câmera do ventilador que cumprindo um movimento contínuo entrega uma das cenas mais assustadoras do longa, brincando ainda nesta mesma cena com o conceito do fantasma clássico, "Old School", que usa lençol branco e tudo. O departamento de som também está de parabéns, principalmente pela cena do banheiro que cria uma atmosfera totalmente tensa e apavorante apenas usando de efeitos sonoros. Em compensação, a montagem de Gregory Plotkin é um tanto arrastada de mais, embora eu entenda a necessidade de se criar suspense, ainda acho que um pouco mais de agilidade não teria feito mal ao filme que demora a chegar ao ponto onde todos já sabem que vai dar. 
     Ainda contando com uma direção de arte competente que retrata com maestria a década em que se passa, o filme talvez se diferencie ainda mais de seus anteriores pelo uso mais aparente de efeitos especiais (desta vez digitais). E talvez some pontos por contar com o melhor elenco desde o primeiro filme, já que as duas garotinhas que interpretam as irmãs sabem transpor tanto as gracinhas de criança quanto o medo extremo, principalmente por causa de seus olhos grandes e expressivos. Ainda sim, o filme é aquém do ótimo longa do ano passado que soube contar uma estória totalmente nova e ainda amarrar com destreza as pontas do fraco primeiro exemplar, que depois deste, só tem razão para ficar ainda pior.

NOTA: 7/10

2 comentários:

  1. AH PARA AE MEU
    baita filme... o que eu mais me assustei ta locooo !!!!

    lembra que eu vi o 2 com vc no cinema ? e eu ja tava todo cagado ne ? nesse ultimo foi o dobro
    Baita filme, melhor que os outros anteriores. RECOMENDO o/

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  2. Elói, eu em momento algum disse que o filme não era assustador, disse apenas que tem problemas de roteiro! E isso é inegável, olhe o primeiro filme de novo e lembrará do que eu disse. Mas quanto a a tensão e aos sustos, sugiro que releia o post, pois falei mais de uma vez sobre eles e em nenhum momento de maneira negativa ;)

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