Literalmente emergindo com sua câmera do mar
para uma tomada aérea megalomaníaca que, só é cortada após quase chocar-se com
o nariz de Hugh Jackman, o diretor Tom Hooper já demonstra, desde seu primeiro take,
a visão ultrarromântica que adotará neste Os Miseráveis. Onde cada plano
faz questão de nos lembrar a jornada "épica" que está sendo
percorrida por seus personagens, ainda que a trama, assim como a obra original
de Victor Hugo, calcada em um universo realista e miserável (com o perdão do
trocadilho) de uma França do início do Século XIX, faça o papel de equilibrar o
tom junto aos arroubos ostensivos de Hooper. E chega a ser divertido pensar que
mesmo nas mãos de um diretor imprudente e de uma montagem falha, que parece se
perder em esquizofrenias rítmicas nos momentos de ápice
dramático, o longa consiga sobreviver como uma experiência empolgante, tocante
e carismática.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
15 CENAS MUSICAIS PARA RELEMBRAR
Sexta-feira (dia 1º de fevereiro) estreia Os Miseráveis, o novo filme dirigido pelo (injustamente) Oscarizado Tom Hooper (que venceu por O Discurso do Rei), um musical adaptado da Broadway, que por sua vez, é adaptado do romance homônimo de Victor Hugo publicado em meados do Século XIX. Estando o longa indicado em várias categorias, incluindo melhor filme, no Oscar e tendo já recebido diversos prêmios mundo à fora, o Classe de Cinema resolveu olhar para trás e relembrar a época de ouro dos musicais, sua decadência e então sua gloriosa volta com Moulin Rouge em 2001. Assim, preparamos uma pequena lista com algumas boas cenas de filmes musicais que, veja bem, não necessariamente representam bons filmes, apenas foram escolhidas por serem boas sequências musicais dentro de longas bons, médios e ruins.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
LINCOLN
Não resistindo em começar seu filme com uma cena artificial onde põe dois
soldados citando para o próprio Abraham Lincoln o seu discurso mais famoso
(aquele proferido em Gettysburg no ano de 1863), Steven Spielberg já estabelece
desde seus primeiros minutos de filme os dois recursos no qual vai basear sua
narrativa nas próximas duas horas e vinte, o diálogo puramente explicativo e a
performance de Daniel Day-Lewis. E apesar de excessivamente ufanista, da visão
unilateral do abolicionismo e de certa pieguice desnecessária (esta cada vez
mais presente na obra do diretor), Lincoln termina como um bom filme que acima
de tudo, nos faz temer e torcer por seu protagonista, deixando-nos tristes por
suas derrotas e vibrantes em suas vitórias, o que por si só, é um sentimento
que já traz um vislumbre daquele velho Spielberg que não consegue tornar nem o
mais rabugento de seus personagens (aqui representado por Tommy Lee Jones) em
um ser menos carismático.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
"STAR WARS" SERÁ DIRIGIDO POR J.J. ABRAMS
Vindo da televisão onde fez nome com as séries Alias e Lost, J.J. Abrams estreou na direção de longas com Missão Impossível 3, fazendo sucesso também com Star Trek e Super 8. Pois este mesmo diretor, responsável pela franquia dos Trekies, será também comandante da série de filmes mais antagonista a esta, ele dirigirá nada mais e nada menos que Star Wars: Episódio VII. Abrams que já havia se pronunciado como fora da briga pela cadeira de direção do longa produzido pela Disney, foi confirmado hoje pela própria agência que o representa como o cabeça do time. Michael Arndt, roteirista de Pequena Miss Sunshine e Toy Story 3 ficará responsável pelo texto do longa.
O MESTRE
Durante toda a duração
de O Mestre, em momento
algum é dito que o filme se trata sobre a criação da Cientologia, uma religião
controversa criada no início da década de 1950 pelo escritor L. Ron Hubbard.
Porém, não é preciso ler muito sobre o culto para ver que o diretor e
roteirista Paul Thomas Anderson claramente busca contar as origens desta
instituição, mesmo que para isso tenha mudado alguns nomes e introduzido os
dogmas mais latentes da seita de forma sutil em sua trama. E ainda que a força
do longa resida na relação de seus protagonistas e nas performances de seus
intérpretes, a capacidade de Anderson de expor sua posição em relação ao
tema de forma clara, porém, sutil, é o que embasa e dá um plano de fundo muito
bem construído para O Mestre,
tornando-o mais um projeto bem sucedido do diretor.
domingo, 20 de janeiro de 2013
AMOR
Talvez Amor,
novo filme de Michael Haneke, possa ser resumido no longo plano que acompanha o
idoso Georges (Jean-Louis Trintignant) tentando dar de comer a sua esposa Anne
(Emmanuelle Riva), que praticamente paralisada em cima de uma cama devido a um
derrame, usa os poucos movimentos que lhe restam para recusar os cuidados do
marido. Pois, assim como este momento, todo o filme apresenta-se melancólico,
parado, incomodativo e angustiante. E se normalmente estes adjetivos são usados
para descrever algo ruim, aqui eu os emprego como elogios, já que causar estes
sentimentos é claramente o objetivo do diretor.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
DJANGO LIVRE
Tarantinadores Tarantinarão...
O cultuado diretor e roteirista Quentin Tarantino
sempre apresentou como uma de suas principais referências o "gênero"
Western Spaghetti. Surgidos no início da década de 60, em uma tentativa de
popularizar o mercado cinematográfico Italiano, esses longas tentavam emular os
faroestes conhecidos mundialmente, mas que só eram produzidos nos Estados
Unidos até então. O que se sucedeu foi uma onda de filmes que traziam uma visão
muito mais irônica, crua e alto-contestadora do que aquelas americanas, que se
orgulhavam em idealizar o pistoleiro como um herói limpo, bravo e
incorruptível. Assim, a visão europeia trouxe protagonistas sujos, indigentes,
amargurados, sem nem mesmo um nome às vezes, que buscavam a justiça pelas
próprias mãos, enfrentando déspotas guardados por verdadeiros exércitos em
cidades tomadas pelo medo e a opressão, diga-se de passagem, uma visão muito
aceitável e adequada vinda de um continente que tinha a Segunda Guerra Mundial
ainda como uma ferida aberta. E é justamente desta estrutura que Tarantino
claramente se referenciou ao realizar este Django Livre, que se não é o seu
melhor filme (Pulp Fiction e Kill Bill Vol. 1 seriam esses), é com
certeza o mais honesto deles. Assumindo a comicidade e o trash como muletas
narrativas (e isto é um elogio), este seu novo projeto peca apenas ao
apresentar certa falta de criatividade na resolução de seus conflitos, o que
acaba sendo compensado pelo desenrolar dos conflitos em si, que encenados por
um elenco impecável, garantem a total absorção do público nas perigosas quase
três horas de duração do longa.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
A VIAGEM
Famosos por trazerem
às telonas a trilogia Matrix,
os irmãos Andy e Lana Wachowski juntam-se aqui com o diretor alemão Tom Tykwer
(de Corra, Lola, Corra) para realizar um projeto que muito
provavelmente será encarado de duas maneiras bem distintas: ruim,
confuso, longo, estranho e forçado; ou eficiente, dinâmico, diferente e
fantasioso. A questão, porém, é que, pro bem ou pro mal, é inegável que esse A
Viagem é um filme ambicioso.
E neste caso eu reforço: ambicioso ele é. Tanto que ao seu término, em meio à
absorção da fantástica obra que acabara de assistir, o único pensamento
negativo que me passava pela cabeça em relação ao filme era: "Como eu faço uma sinopse pra isso?".
domingo, 13 de janeiro de 2013
GLOBO DE OURO 2013: VENCEDORES
Abaixo, a lista completa dos vencedores do Globo de Ouro 2013 na ordem de entrega dos prêmios, confira.
AS AVENTURAS DE PI
Um pouco menos
profundo e tocante do que claramente pretendia ser, mas jamais menos
interessante por causa disso, o novo longa comandado por Ang Lee é algo que
gosto de definir como: Um filme humildemente pretensioso. Escorando-se em
filosofias genéricas, maquiando-as como específicas de um personagem, o filme
acaba descobrindo sozinho depois de quase metade da projeção, que sua maior
força se encontra no deslumbre técnico, no arco de seu protagonista e acima de
tudo, na relação mais do que cativante entre este e um tigre faminto.
sábado, 12 de janeiro de 2013
O IMPOSSÍVEL
"Em 2004 uma
tsunami devastou o sudoeste da Ásia" já diz o pôster de O Impossível. Estrelado por
Naomi Watts, Ewan McGregor e o trio de crianças que mais berram na indústria
cinematográfica, o longa é ambicioso no ponto em que tenta abranger
dramaticamente o impacto de um país inteiro enquanto foca-se num núcleo familiar, através do qual conhecemos a tragédia que assolou o território.
Porém, soando egoísta e até mesmo preconceituoso, o diretor Juan Antonio Bayona
prefere investir em um drama forçado e repetitivo que acaba justamente
destruindo seus próprios esforços em construir a dimensão do desastre que
pretendia retratar.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
PREVISÕES OSCAR 2013 - PARTE 1
Como fiz no ano passado, dividirei os posts sobre o Oscar em três partes. Parte 1 é a previsão dos indicados. Parte 2 são os palpites sobre quais serão os vencedores. E enfim, a parte 3 será um breve comentário sobre quem de fato levou o que e como se desenrolou a cerimônia da premiação mais popular do cinema mundial.
Segue então minha lista, lembrando sempre que estes não são aqueles que considero os melhores do último ano ou os que mais merecem figurar em dadas categorias, mas sim, aqueles que, merecendo ou não, provavelmente estarão lá indicados. Vamos aos palpites então.
Segue então minha lista, lembrando sempre que estes não são aqueles que considero os melhores do último ano ou os que mais merecem figurar em dadas categorias, mas sim, aqueles que, merecendo ou não, provavelmente estarão lá indicados. Vamos aos palpites então.
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