terça-feira, 18 de setembro de 2012

NOTA RÁPIDA: "REFERENDO"



     Ah não Yuri, documentário, que boring... E o novo filme do Resident Evil?! Pois é meus caros, não lamentando por isso (pelo contrário), aqui irei falar brevemente de um filme documentário que entra em cartaz neste 18 de setembro. Referendo se propõe a promover uma discussão saudável sobre o referendo brasileiro de 2005 sobre o desarmamento da população. A princípio se mostrando apenas como um mediador, aos poucos e sutilmente o cineasta gaúcho Jaime Lerner posiciona seu filme claramente a favor da campanha do "sim". Assim, esquerdista e idealista, Referendo peca justamente ao adotar um "lado" na briga, alienando seu espectador quanto às versões da oposição. 

     Não que eu esteja desprezando o tom neutro que o diretor consegue manter durante boa parte da projeção, afinal era de se esperar que em algum momento ele tomasse um partido. Mas é de se notar o Off desnecessário de um ex-presidiário que discursa de maneira apelativa ao fim da projeção, estragando um pouco daquele que era um dos personagens mais interessantes do longa até então. Acompanhando todo o processo do polêmico referendo, explicando suas origens, desenrolar e consequências, o filme faz uma boa reconstituição através de imagens de arquivo, explicando de forma simplista (e por isso mesmo, certeira) as campanhas do "sim" e do "não".

     Tentando dar chance aos dois lados, Lerner deixa que falem tanto jornalistas idealistas, quanto fabricantes de armas, chegando ao seu terceiro ato em um clímax muito bem montado e de certa forma intenso em que ambos os lados se confrontam em suas entrevistas individuais. E a capacidade do cineasta de conduzir tão naturalmente todos os seus entrevistados em uma linha de raciocínio quase idêntica é, além de admirável, o que possibilita bons momentos como este durante a longa. 

     Porém, nos derradeiros minutos, Lerner se entrega a um discurso batido, abandonando a sutileza adotada antes que gerara acertos como a cena em que através das imagens de arquivo de um telejornal descobrimos que em média três mil pessoas anualmente são mortas por armas de fogo, só para minutos depois ouvirmos um fabricante de armas argumentar que se caso proibida a venda de armas no Brasil, mil funcionários perderiam seus sustentos. Uma comparação de números e importâncias que sem ser esfregada na nossa fuça conseguia fazer refletir, diferente da apelação final do diretor que além de óbvia e aborrecida ainda comete o crime de desperdiçar um ótimo personagem que poderia ganhar um documentário solo, tamanha o cativo de suas histórias. 


NOTA: 8/10

sábado, 8 de setembro de 2012

COMO NÃO GASTAR SEU DINHEIRO

      Eu sei que não é dever do crítico dizer o que o espectador deve e não deve assistir. Porém, sei que é meu dever como ser humano tentar impedir que outros semelhantes sejam submetidos a tamanhos erros como são estes três longas entrando em cartaz nesta sexta dia 7 de Setembro de 2012.

     Um suposto filme de suspense/terror ao estilo de câmera subjetiva, um blockbuster americano que parece ter sido feito com o orçamento de um curta independente sueco, e por fim um longa brasileiro que envergonha não só a si  mesmo mas a outras produções incomparavelmente superiores. Leia abaixo e descubra porque fugir destas bombas. 

PROJETO DINOSSAURO (clique aqui para ler)




ABRAHAM LINCOLN - CAÇADOR DE VAMPIROS (clique aqui para ler)


























TOTALMENTE INOCENTES (clique aqui para ler)


NOTA RÁPIDA: "TOTALMENTE INOCENTES"

     Eu podia escrever um bom texto sobre este filme, explicando cada erro que a equipe cometeu ao concebê-lo. Mas seria um esforço perdido, pois quando nem as pessoas envolvidas parecem querer produzir um longa aceitável, jogando piadas tortas e tentando tirar o riso fácil do espectador, fica evidente que o projeto foi feito apenas para gerar lucros, se desprendendo completamente do compromisso com a arte de se fazer cinema.

NOTA RÁPIDA: "ABRAHAM LINCOLN - CAÇADOR DE VAMPIROS"

     Interpretado com algum carisma por Benjamin Walker, o famoso presidente dos Estados Unidos busca vingança pela morte da mãe caçando vampiros. Ah se todos os absurdos deste filme ficassem apenas na sinopse e fossem alavancas para gerarem um filme curioso e divertido... Mas não, pois temos um vilão vampiresco (Rufus Sewell) que vê nos escravos negros sua única saída para manter o segredo dos vampiros seguro, o que não faz o mínimo sentido já que, tendo em vista que seu plano seria transformar o país inteiro em vampiros, a ideia de ingressar suas tropas sanguessugas na famosa Guerra-Civil para defender a escravatura é no mínimo estúpida. Mas calma que tem mais!

NOTA RÁPIDA: "PROJETO DINOSSAURO"

     Conhecidos pelo estilo chamado de Câmera Subjetiva (que é vista do ponto de vista de alguém), ou Found Tapes, filmes contados a partir de supostas filmagens encontradas ficaram populares depois do sucesso de A Bruxa de Blair. Seguiram este sucesso filmes de algum gabarito como Cloverfield, o ótimo espanhol Rec, e a eficiente série Atividade Paranormal. Porém, a novidade passou e vieram longas fracos e genéricos como Quarentena (refilmagem Americana de Rec), Apollo 18 e recentemente Chernobyl. É dos restos desta febre que surge este desastroso Projeto Dinossauro.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

OS MERCENÁRIOS 2


    Por que um dos vilões do filme tenta fugir ligando um helicóptero que está dentro de um hangar fechado? Por que o personagem de Stallone pede que o de Lundgren conte sobre sua profissão pregressa para um grupo de pessoas que já a conhece? Por que diabos os mineiros escravos não se rebelavam sendo que sabiam que iriam ser mortos logo após terminado o trabalho? Para onde vai o personagem de Schwarzenegger após ser resgatado no início do filme? E como ele sabia onde encontrar o grupo depois para resgatá-los? De onde diabos saiu Chuck Norris nessa trama? Por que ele está ali? E o personagem de Jet Li, pra onde foi já que some no começo e nunca mais dá as caras? E o de Mickey Rourke, que nem é citado, cadê? Como o grupo consegue pousar um avião em uma área de colinas sem destruí-lo? E como eles conseguem fazê-lo decolar mais tarde? Estas são perguntas que podem passar pela sua cabeça (assim como passaram pela minha) enquanto estiver assistindo a Os Mercenários 2... Mas pro inferno com elas, pois a porradaria rola solta outra vez, assim como os furos de roteiro, clichês doídos de tão óbvios, piadas fáceis carregadas de referências, e claro, os mais absurdos planos de ataque. Mas mesmo estando longe de ser um filme excepcional, Os Mercenários 2 diverte ao mesmo tempo em que sopra (ou melhor, soca!) alguma nostalgia no espectador.